Minimalistas por Natureza
publicado em 20/08/2022
Erica Franquilino
Jornalista
Sustentabilidade, praticidade e alta performance.
Entenda por que os cosméticos waterless vieram para ficar
Cosméticos formulados com pouca ou nenhuma água começam a ganhar espaço no cotidiano dos brasileiros. Versões em barra ou em pó de shampoos, condicionadores, desodorantes e produtos para skin care fazem sentido em um panorama de crescente conscientização ambiental: demandam menor quantidade de água na produção e na forma como o produto é utilizado, dispensam embalagens plásticas, proporcionam economia na armazenagem e entregam maior durabilidade ao consumidor.
Alguns dados sobre a água merecem ser relembrados. Mais de 70% da superfície da Terra é coberta por água. Desse total, 97% estão nos mares e oceanos e apenas 3% são água doce. Pouco mais de 2% da água doce estão nas geleiras. Temos, portanto, menos de 1% de água própria para consumo. De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas sobre o desenvolvimento dos recursos hídricos divulgado em 2021, o uso global de água doce aumentou seis vezes nos últimos 100 anos.
O Brasil concentra cerca de 12% da disponibilidade de água doce do mundo. Contudo, a distribuição é desigual: as áreas menos povoadas concentram a maior parte dos recursos hídricos. A região Norte, que tem uma densidade de apenas 4,12 habitantes por quilômetro quadrado, concentra quase 70% de todos os recursos hídricos disponíveis no país. No Sudeste, onde a densidade demográfica é de 86,92, estão 6% dos recursos hídricos. Os dados são do IBGE/Agência Nacional de Águas (2010).
A água é o principal insumo da indústria cosmética e pode representar até 80% da composição de um produto. “Ela tem, por exemplo, participação importante nas emulsões, como solubilizante de certos princípios ativos, e em deocolônias e outros produtos perfumados. Também é um insumo importante na limpeza de equipamentos e instalações. Por isso, para evitar sua contaminação, é importante que se tenha cuidados especiais para obtê-la, tratá-la e armazená-la”, explicou Sebastião Gonçalves no artigo “Água para Cosméticos” (Série Fundamentos da Cosmetologia), publicado na revista Cosmetics & Toiletries Brasil na edição janeiro/fevereiro de 2014.
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