Avaliação de Pastilhas Dentifrícias

Metodologia

Resultados e Discussão

Sustentabilidade das Pastilhas Dentais

Conclusão

A higiene bucal é o hábito de manter a boca limpa e saudável por meio de práticas como a escovação dos dentes e o uso do fio dental, que juntas previnem cáries e doenças gengivais, garantindo a saúde adequada dessa cavidade.¹ De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde oral envolve estar livre de dor na boca e na face, de câncer oral e de garganta, de infecções orais, de doenças periodontais, de cárie dentária, da perda de dentes e de limitações na fala, na mordida e no sorriso.² Além disso, a higiene bucal tem impacto significativo no bem-estar psicossocial das pessoas, pois abrange diversas capacidades sensoriais, como os atos de falar, sorrir, mastigar, engolir, tocar, saborear e cheirar, e lhes proporciona confiança.³

A falta de higiene oral pode levar ao desenvolvimento de cáries dentárias e gengivite, um processo inflamatório na gengiva que, caso não seja tratado adequadamente, pode progredir para uma doença periodontal, causando sintomas como retração gengival, deterioração óssea e perda dentária.⁴

A escovação dos dentes é a forma mais empregada para o controle da placa bacteriana e sua remoção efetiva, sendo essencial para a saúde dental e periodontal.⁴ Portanto, o principal elemento para a redução do crescimento microbiano bucal é a prática da escovação, se for realizada de forma eficaz, periódica e adequada, com uma escova dental e uma formulação dentifrícia.⁵

Os dentifrícios são formulações utilizadas para realizar a higiene dos dentes, ajudam a remover a placa bacteriana, protegem a superfície dos dentes e auxiliam na obtenção de hálito fresco. Geralmente, as formulações dentifrícias são compostas de excipientes, umectantes, conservantes, edulcorantes, flavorizantes, aromatizantes, abrasivos, tensoativos e corantes, e podem conter ativos e outros agentes terapêuticos ou preventivos. Elas são apresentadas nas formas farmacêuticas de pasta, creme, gel e pó.⁶

No início do século XVII, o uso de pós dentais era comum e eles tinham características abrasivas, sendo um deles o bicarbonato de sódio. A glicerina foi introduzida nos pós dentais no século XIX e tinha a função de transformá-los em uma pasta para evitar seu ressecamento.

Em 1824, Peabody adicionou sais de ácido graxos como sabão, e em 1914 houve a introdução do flúor, o que foi aprovado décadas depois pela Associação Dental Americana (ADA). Outro marco, ocorrido após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foi a introdução do lauril sulfato de sódio, que atualmente é um dos detergentes mais empregados em fórmulas dentais⁶ (Figura 1).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pela Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 752, de 19 de setembro de 2022, classifica os dentifrícios em cosméticos de grau 1, que são aqueles que possuem propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação inicial não é necessária, e não requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, devido às características intrínsecas do produto; ou de grau 2, quando possuem indicações específicas, cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso, como aqueles que possuem ação antiplaca, antitártaro, clareador/clareador dental químico para dentes sensíveis e infantil.⁷

Além disso, a RDC n° 530, de 4 de agosto de 2021, estabelece que as formulações de dentifrícios contendo compostos de flúor devem obedecer à concentração máxima total de íon fluoreto de 0,15%, expressa em flúor, o que equivale a 1.500 ppm de flúor. Essa restrição abrange tanto os compostos de baixa solubilidade como o fluoreto de cálcio (CaF₂ ), quanto às combinações de diferentes compostos.⁸

O mercado global de dentifrícios espera movimentar cerca de US$ 90,3 milhões até 2030, o que mostra que há grande uso desses produtos.⁹

As formulações dentifrícias mais utilizadas são as pastas dentais, que apresentam grande impacto ambiental. Isso porque esses sistemas utilizam embalagem contendo plástico e alumínio, o que dificulta o processo de separação desses materiais para a reciclagem e leva, muitas vezes, ao descarte dessas embalagens em aterros sanitários; além disso, esses sistemas utilizam grande quantidade de água na sua produção.¹⁰

Diante desses fatos, algumas indústrias optaram por desenvolver formulações dentifrícias mais sustentáveis, modificando suas formulações e suas embalagens. Portanto, torna-se fundamental investigar e fornecer informações precisas aos consumidores, de modo a auxiliá-los na escolha desses produtos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho consistiu em avaliar novas fórmulas cosméticas dentifrícias, buscando fazer uma análise crítica de sua composição, além de avaliar sua eficácia e seu potencial em relação à sustentabilidade e à higiene bucal.

Metodologia

Este trabalho trata-se de uma pesquisa descritiva, de aspecto qualitativo e que foi realizado por meio de busca ativa nas seguintes bases de dados: PubMed, Google Scholar, ScienceDirect e ResearchGate. A pesquisa na língua portuguesa utilizou os seguintes termos: pastilhas dentais, pasta de dente mastigável, dentifrícios e composição. A pesquisa na língua inglesa utilizou os seguintes termos: toothpaste tablet, chewabletoothpaste, dentifrices e composition. Os artigos foram selecionados com base nos seguintes critérios de inclusão: 1) publicações entre 2013 e 2023; 2) redigidos na língua inglesa ou portuguesa; 3) relacionados com o tema da pesquisa. Os critérios de exclusão foram: artigos publicados fora do intervalo de tempo determinado, artigos que não estavam no idioma inglês e ou português, duplicatas de artigo e artigos não relacionados ao tema.

Também foi realizada uma pesquisa sobre formulações dentifrícias na forma de pastilha dental, tendo sido utilizada a plataforma Google, na qual foram pesquisados os termos pastilhas dentais e pasta de dente mastigável. Os conteúdos utilizados foram obtidos em portais eletrônicos de fornecedores ou fabricantes. Com base nessa seleção, foi elaborada a Tabela 1, que contém as seguintes informações: marcas das pastilhas dentifrícias, produtos, descrição na embalagem e composição.

Resultados e Discussão

As pastilhas são formas farmacêuticas sólidas, com o formato de pequenos discos circulares que, ao serem colocados na cavidade bucal, devem ser esmagados com os dentes. As pastilhas dentais devem ser colocadas na boca, com a escova umedecida, para posterior escovação.⁹

As vantagens da utilização de pastilhas dentais incluem:
- a redução dos danos ambientais, como a diminuição do consumo de água durante a escovação dos dentes e na produção desses sistemas;
- a utilização de embalagens de vidros, as quais podem ser reutilizáveis, e a redução do impacto ambiental das embalagens plásticas;¹¹
- fácil utilização pelas crianças.¹²

Pastilhas dentais disponíveis no mercado
O surgimento das pastilhas dentais ocorreu recentemente, em um momento de expansão do mercado de compras on-line no Brasil, com diversas empresas promovendo e comercializando seus produtos por meio de plataformas digitais. Portanto, existem diversas marcas de pastilha dental, por isso é necessário avaliar esses produtos.¹³ A Tabela 1 mostra as marcas, a composição e a descrição das seis pastilhas avaliadas.

Entre as pastilhas dentais encontradas no mercado, duas são de marcas nacionais (New & Dental e Sana Green) e quatro são de marcas internacionais (Lush, Hello Products, Simple Organic e Georganics).

Composição das pastilhas dentais
De acordo com a Tabela 1, apenas uma das seis pastilhas dentais continha sais fluoretados e foi formulada com monofluorfosfato de sódio, com concentração de 1.500 ppm, que atende a legislação brasileira.⁸ O uso de dentifrício fluoretado é recomendado para o controle da cárie, com evidências da sua eficácia quando comparado com a escovação utilizando dentifrício não fluoretado. Além disso, o dentifrício fluoretado precisa conter uma concentração mínima de fluoreto para a obtenção do efeito terapêutico, sendo essa concentração de pelo menos 1.000 ppm de flúor.¹⁴

A utilização de dentifrícios fluoretados, na década de 1990, colaborou para o declínio da cárie dental no Brasil.¹⁵ Para que o dentifrício tenha atividade anticárie, ele deve apresentar flúor disponível na sua formulação, ou seja, flúor solúvel, que deve estar na forma de fluoreto de sódio (NaF) ou monofluorfosfato de sódio (MFP). No entanto, os tipos de composto fluoretado e de sistema abrasivo devem ser combinados para garantir que a formulação tenha eficácia anticárie.⁶

Entre as formulações avaliadas, quatro (New & Dental, Simple Organic, Georganics e Sana Green) (Tabela 1) utilizam carbonato de cálcio como abrasivo. Portanto, ele foi o agente abrasivo mais prevalente no conjunto das formulações avaliadas. O segundo agente abrasivo mais utilizado foi o bicarbonato de sódio, que foi encontrado em três marcas (Lush, Georganics e Sana Green). Duas marcas (New & Dental Sana Green) utilizaram o dióxido de silício como agente abrasivo. Uma marca (Hello Products) usou a sílica como agente abrasivo. Uma marca (Lush) usou fosfato dicálcico anidro como agente abrasivo, e uma marca (New & Dental) usou dois tipos de agente abrasivo, o pirofosfato de sódio e o EDTA tetrassódico.

Os objetivos do agente abrasivo são efetuar a higienização e polir a superfície externa dos dentes, eliminando a sujeira e a placa bacteriana. Embora algumas partículas abrasivas possam ficar retidas entre as cerdas da escova durante a escovação dos dentes, essas partículas têm dureza intermediária, que permite a remoção de manchas sem danificar a superfície do dente. Os abrasivos mais empregados incluem: sílica hidratada, carbonato de cálcio, fosfato bicálcico di-hidratado, pirofosfato de cálcio, metafosfato de sódio, alumina, perlita, nano-hidroxiapatita e bicarbonato de sódio.¹⁶ Rios e colaboradores (2014) relatam que o conhecimento sobre a abrasividade dos dentifrícios é importante, pois eles podem apresentar incompatibilidade com outros componentes da formulação e até mesmo inativar alguns ativos.¹⁷

O carbonato de cálcio é um abrasivo considerado padrão-ouro devido à sua classificação de dureza, que varia entre 3,0 e 3,5 na escala de Mohr.

O carbonato de cálcio também pode ter a função de prevenir a hipersensibilidade dentária.⁶ Por sua vez, o bicarbonato de sódio é um sólido e tem como vantagens: solubilidade em água, baixa dureza e baixa abrasividade. Quando possui um tamanho pequeno, ele não ataca o esmalte dos dentes e assim é seguro para uso na cavidade oral, podendo ser usado em concentração acima de 50% p/p. No entanto, o bicarbonato de sódio tem como desvantagens: proporciona um sabor salgado à formulação e reduz a quantidade de espuma. Na parte clínica, por ser alcalinizante e tamponante, o bicarbonato de sódio aumenta o pH e sugere-se que poderia neutralizar os ácidos produzidos pela placa dental. Porém, utilizá-lo sozinho em uma formulação não é aprovado pela ADA, pelo fato de o bicarbonato de sódio não prevenir cáries, não fornecer flúor ao processo de remineralização, nem possuir ação antibacteriana e cariogênica.^6,16

O dióxido de silício é incorporado com grande frequência às formulações dentais, como agente espessante ou abrasivo. Também é muito utilizado em sistemas que contêm flúor, pois não forma um sal insolúvel.^16,18 Além disso, a sílica é frequentemente incluída em algumas formulações dentais clareadoras, porque ajuda a fornecer clareamento rápido, auxiliando a transmitir a cor azul às superfícies dos dentes cobertas de película.¹⁶ O fosfato dicálcico é um pó branco inodoro e atua como um veículo de limpeza para dentes naturais.¹⁶ O pirofosfato de cálcio é insolúvel em água, mas solúvel em ácidos. Esta propriedade físico-química confere forte atividade antitártaro, que previne a formação de placas.¹⁶ Ele é três vezes mais abrasivo do que o fosfato dicálcico di-hidratado, sendo o escolhido para uso em produtos que contêm fluoreto de sódio, por não reagirem entre eles.¹⁸

Apesar das particularidades dos abrasivos, o processo de limpeza abrasiva é afetado por vários parâmetros relacionados às suas partículas, como: dureza, forma, tamanho, distribuição de tamanho, concentração e carga aplicada durante a escovação.

Além disso, o diâmetro e a forma do filamento da escova de dentes afetam a maneira como as partículas abrasivas são arrastadas pela superfície dos dentes.⁶

A Tabela 1 mostra que os agentes anticálculo dentário utilizados foram o pirofosfato de sódio e o citrato de zinco. O pirofosfato de sódio é um agente anticálculo que não remove o cálculo dentário, mas interfere no seu mecanismo de formação e inibe a mineralização. A formação de novo tártaro não é impedida, mas reduzida em 20-50%, e o tártaro que é formado na presença de pirofosfato de sódio torna-se mais poroso, facilitando sua remoção.¹⁸ Já o citrato de zinco tem a propriedade de reduzir a formação do cálculo dentário, sendo mais efetivo no combate à placa bacteriana já existente, diminuindo a taxa de proliferação bacteriana. Os sais de zinco são os agentes químicos mais utilizados no controle da halitose.¹⁹

Várias pastilhas mostraram ter, em sua composição, produtos naturais (Tabela 1), como óleos essenciais de menta (Mentha spp.), Mentha piperita (hortelã-pimenta), Mentha arvensis (hortelã-japonesa) e Mentha spicata (menta), que são constituídos por substâncias bioativas, com propriedades antimicrobianas, capazes de retardar de maneira expressiva a formação de biofilme. O mentol é o constituinte em maior concentração nas pastilhas analisadas, sendo o principal responsável pelos efeitos bioativos, juntamente com o acetato de metila, que proporciona odor pungente e refrescante, sendo que ambos são agentes que mascaram odores.²⁰

O óleo essencial de Mentha piperita tem efeitos positivos em boca seca, pois pode aumentar a salivação e assim evitar a acentuação da halitose.²⁰ No óleo essencial de Mentha arvensis foram encontrados: mentol, d-carvona, d-silvestereno e citronelol, que foram os responsáveis por sua propriedade antimicrobiana.²¹ A Mentha spicata apresenta os monoterpenos carvona e limoneno, que tem atividade antimicrobiana nos biofilmes.²²

O óleo de cocos nucifera foi encontrado em uma das formulações (Tabela 1) e apresenta as propriedades anti-inflamatória e antimicrobiana, que auxiliam no controle da cárie. Além disso, apresenta-se como alternativa interessante na incorporação, dissolução e liberação de ativos na mucosa oral.²³

O óleo de melaleuca (tea tree) possui amplo espectro contra bactérias e pode inibir sua proliferação. Além disso, é um forte anti-inflamatório e reduz o índice de sangramento gengival.²⁰ Ele foi utilizado em uma das formulações analisadas (Tabela 1).

O óleo essencial de lavanda foi utilizado em uma formulação (Tabela 1), porém ainda não há muitos estudos sobre sua aplicação na odontologia. Seu constituinte majoritário, butirato de linalila (26,5%), justifica sua atividade antibacteriana.²⁴ O óleo essencial de néroli (C. aurantium L.) apresenta alto teor de limoneno e linalol, ambos com propriedades biológicas anti-inflamatória, antioxidante, antiestresse e antimicrobiana, que podem diminuir o crescimento de Streptococcus mutans e degradar seus biofilmes.²⁵ Esse óleo foi utilizado em uma das formulações analisadas (Tabela 1).

O extrato de folha de Stevia rebaudiana é o adoçante natural com o maior nível de doçura dentre as ervas da sua espécie, e evidências mostram que ele oferece benefícios no tratamento de cárie dentária.²⁶ Esse extrato foi utilizado em um dos produtos analisados (Tabela 1).

O extrato de chá verde (Camellia sinensis) apresenta inúmeras propriedades farmacológicas, incluindo a atividade cicatricial.²⁷ A galatoepiga locatequina (EGCg) é um dos constituintes das catequinas da espécie C. sinensis, sendo a principal responsável pelos seus efeitos antioxidante e antimicrobiano.²⁸ O extrato de EGCg foi utilizado em uma das formulações analisadas (Tabela 1).

As pastilhas também apresentaram outros componentes, como o ácido hialurônico, uma biomolécula presente na gengiva, em ligamentos periodontais, nos ossos alveolares e na saliva. Esse ácido também é um dos principais componentes da matriz extracelular, que desempenha importante papel na migração e na proliferação celular. Ele tem efeitos periodontais, como a cicatrização de feridas, a regeneração de tecidos e a imunomodulação. Portanto, é um dos agentes promissores para o tratamento da periodontite, devido às suas biocompatibilidade, biodegradabilidade e propriedades antibacterianas e cicatrizantes.²⁹ O ácido hialurônico foi incorporado em uma das formulações analisadas (Tabela 1).

O salicilato de dimetilsilanodiol apresenta propriedade anti-inflamatória, atua na regeneração tecidual e tem ação contra os radicais livres, auxiliando no combate à inflamação da gengiva.18 Ele foi utilizado em uma das formulações analisadas (Tabela 1).

Sustentabilidade das Pastilhas Dentais

Em relação à sustentabilidade, as pastilhas são formulações que não contêm água ou utilizam uma quantidade de água reduzida. A redução de água é uma das principais características dos planos de sustentabilidade da indústria de cosméticos. As estratégias dessa indústria incluem a redução de água no processo de formulação dos produtos, o aproveitamento da água da chuva, a redução do volume de água utilizado na limpeza dos equipamentos usados nesse processo, entre outras.³⁰

Dessa forma, o conceito de waterless beauty ou water-free beauty é uma tendência na indústria de cosméticos e aborda as preocupações com a escassez de água e as expectativas do consumidor relacionadas à beleza limpa e à proteção ambiental. Esse termo refere-se a todos os tipos de cosméticos que são desenvolvidos para reduzir ou eliminar a água usada como componente da fabricação de produtos ou a água necessária para usar o produto.³¹

As pastilhas dentais também podem utilizar embalagens menores, mais leves, como papel ou papelão biodegradável, evitando o uso de plástico e reduzindo o peso e o espaço de transporte desses produtos, além de consumir menos combustível e energia, reduzindo a emissão de CO₂ .³⁰ Outra possibilidade é utilizar frascos de vidro para acondicionar as pastilhas, os quais podem ser reutilizáveis. Portanto, essas propostas são ecológicas e sustentáveis.³²

Assim, as pastilhas dentais destacam-se por gerar pouco resíduo e possuir menor peso e volume que as pastas dentais, sendo eficientes em termos de logística e mais fáceis de serem transportadas em viagens, por exemplo.

Desvantagens das pastilhas dentais
As principais desvantagens das pastilhas dentais são:

- requerem condições especiais de armazenamento, pois muitas vezes são higroscópicas;
- geralmente, as pastilhas mastigáveis têm menor resistência mecânica e devem ser manuseadas com cuidado;
- o custo desses produtos é maior em relação às pastas de dentes convencionais fluoretadas.^9,32

Conclusão

Este estudo mostrou que a utilização de pastilhas dentais é promissora na odontologia, pois contempla os objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), porque esses produtos não utilizam água, são de fácil manuseio e logística e utilizam embalagens que agridem pouco o meio ambiente. As pastilhas dentais apresentaram melhor atividade terapêutica em comparação aos cremes dentais convencionais.

Há grande e crescente interesse dos consumidores pela fitoterapia em cosméticos e pelos resultados medicinais dos fitoterápicos. Isso tem levado a literatura científica a se enriquecer cada vez mais em termos de estudos para avaliar a atividade terapêutica e cosmética de produtos naturais. Em adicional, têm surgido novas tecnologias aplicadas em ativos sintéticos, que foram observadas na composição das marcas selecionadas para este estudo. Contudo, é necessário que sejam realizados estudos clínicos nas formulações que contêm ativos vegetais, uma vez que a literatura somente mostra atividades anticariogênicas e outras atividades terapêuticas, exclusivamente em testes in vitro. Também é necessário fazer uma avaliação mais aprofundada da eficácia clínica das pastilhas para garantir sua utilização diária na preservação da saúde bucal.

Daniele Moura de Araújo é graduada em Farmácia pela Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Rio de Janeiro RJ, Brasil.
Elisabete Pereira dos Santos é graduada em Farmácia Industrial pela UFRJ, mestre em Química pelo Instituto Militar de Engenharia - IME, doutora em Química pelo IME e professora associada IV da Faculdade de Farmácia da UFRJ, Rio de Janeiro RJ, Brasil
Mariana Sato de S B Monteiro é graduada em Farmácia Industrial pela UFRJ, mestre em Ciências Farmacêuticas pela UFRJ, doutora em Ciências e Tecnologia de Polímeros pelo Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano, da UFRJ, e professora-adjunta IV da Faculdade de Farmácia da UFRJ, Rio de Janeiro RJ, Brasil.

Este artigo foi publicado na revista Cosmetics & Toiletries (Brasil) 36(4): 24-29, 2024