Indústria cosmética no Brasil: panorama e perspectivas para 2014
publicado em 01/04/2020
Erica Franquilino - Jornalista
Indústria cosmética no Brasil: panorama e perspectivas para 2014
O que dizem os profissionais do setor
Panorama da Indústria Cosmética
Indústria cosmética no Brasil: panorama e perspectivas para 2014
Fatores como a desaceleração da atividade industrial, a inflação resistente, a menor oferta de crédito e juros em elevação compõem um cenário de modestas estimativas de crescimento econômico para 2014. Se para alguns setores 2013 foi embora sem deixar saudade, é consenso em diversos segmentos que 2014 – que traz consigo a imprevisível combinação de Copa do Mundo e eleições – começou sob o signo da cautela. O otimismo, contudo, continua presente entre os profissionais da área cosmética, ancorado no esforço inovador e competitivo de um setor que já representa 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Cenário econômico
O Brasil encerrou o ano com inflação em alta. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apontou inflação média anual de 5,74%. Com os preços em trajetória ascendente, a confiança do brasileiro na economia nacional também diminuiu. Nos últimos anos, as facilidades para a concessão de créditos pessoais acarretaram aumento no endividamento das famílias. Esse contexto levou à retração de crédito ao consumidor em 2013, o que afetou o mercado varejista.
Segundo dados do Banco Central divulgados no início deste ano, a taxa média de juros cobrada do consumidor fechou 2013 em 38% ao ano, alta de 4,1 pontos percentuais ante a que foi registrada no ano anterior. O aumento (referente ao crédito concedido a pessoas físicas com os chamados recursos livres) é superior ao da Selic no ano passado (alta de 2,75 pontos percentuais) e maior do que a taxa de captação dos bancos, que ficou em 3,9% em 2013.
Em dezembro do ano passado, caíram todos os indicadores que medem a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). As maiores quedas foram observadas na intenção de comprar a prazo (11,9%), em bens duráveis (11,5%) e em relação à perspectiva profissional (6,1%).
Desde maio de 2013, a desvalorização do real frente ao dólar tem se intensificado. A depreciação do real, contudo, não implicou aumento significativo das exportações, uma vez que grande parte das indústrias brasileiras que exportam depende de insumos importados. A dependência dos itens importados elevou os custos de produção e, consequentemente, os preços repassados ao consumidor.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,56 bilhões em 2013, o pior resultado para um ano fechado desde 2000 (quando houve déficit de US$ 731 milhões). O resultado é bastante inferior ao registrado em 2012, quando houve superávit de US$ 19,39 bilhões nas transações comerciais do Brasil com o exterior.
De acordo com o MDIC, o resultado comercial do ano passado está relacionado à interrupção da atividade de plataformas de petróleo que operam no Brasil, para a realização de serviços de manutenção, o que levou à queda da produção ao longo de 2013 e ao aumento da importação de combustíveis para atender à demanda brasileira.
Pesquisa conduzida pelo Banco Central informa que, para 2014, economistas de mais de 100 instituições financeiras acreditam que a balança comercial registrará alguma recuperação, atingindo US$ 8 bilhões de superávit, com exportações em US$ 252 bilhões e importações em US$ 244 bilhões.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção da indústria cresceu apenas 1,2% em 2013. O resultado, contudo, é melhor que o de 2012, quando o setor registrou retração de 2,5%.
O pífio crescimento da indústria em 2013 foi, em parte, influenciado pela forte queda da produção em dezembro, quando a indústria teve retração de 3,5% ante o mês de novembro, o que surpreendeu o setor. Férias coletivas e paralisações de linhas de produção, bem como juros mais altos, restrição de crédito e inadimplência em patamar elevado são algumas das razões para esse recuo, aponta o IBGE.
Em dezembro houve retrações em alguns segmentos, como: veículos (17,5%), máquinas e equipamentos (6,2%), área farmacêutica (11,7%) e refino de petróleo e álcool (4,3%). Dos 27 setores pesquisados, apenas cinco cresceram em relação a novembro. A análise de produção industrial por setores em 2013 revela que a categoria “Produção de perfumaria, sabões e produtos de limpeza” cresceu 5,5%.
Em linhas gerais, economistas divergem em suas previsões para 2014, mas há consenso de que este será um ano de desenvolvimento lento a moderado, com baixo crescimento diante de juros altos e crédito escasso para o consumo. A primeira pesquisa Focus do ano, produzida pelo Banco Central, apontou redução de 2,0% para 1,95% na variação do PIB em 2014.
O especialista no mercado financeiro e de capitais, e conselheiro da Dasein Executive Search Paulo Ângelo Carvalho de Souza discorda de boa parte das previsões e acredita que 2014 “tem tudo para contrariar as projeções econométricas para os aspectos macroeconômicos e ser o ano da virada”. Ele comenta um estudo recente do Banco Mundial, divulgado no início deste ano, que aponta crescimento de 2,4% para o país em 2014; de 2,8% nos EUA; de 7,7% na China; de 6,2% na Índia; e de 1,1% na zona do euro. “São perspectivas de crescimento [...] bastante superiores às estimativas e projeções até então vigentes”, diz.
Por ser este um ano de eleições, a tendência é de que não aconteçam mudanças expressivas na política econômica nacional, apontam analistas. “Penso que a sociedade brasileira [...] não vai conceder cacife eleitoral ‘de graça’. No meu entendimento, todos os candidatos terão de apresentar propostas mais convincentes [...]. É claro que não se podem esperar mudanças expressivas na política econômica, mas, pela leitura da primeira reunião do Copom [Comitê de Política Monetária, do Banco Central, que elevou a Selic de 10% para 10,5% na primeira reunião do ano], já dá para perceber um estratégico arrocho na política monetária logo no começo do ano, de sorte a permitir uma gradual redução da taxa básica de juros mais à frente”, opina.
No que se refere aos desafios e aspectos positivos que permeiam a indústria de bens de consumo em 2014, ele lembra que nos últimos anos o governo vem instigando o consumo, como forma de estimular a economia. “O consumo cresceu, mas a economia não. Talvez a economia crescesse menos se não houvesse uma política de aumento do consumo. Só que determinados artificialismos não se sustentam a médio e longo prazo. Por exemplo: retiram o IPI [imposto sobre produtos industrializados], mas depois é preciso reintroduzi-lo, anulando o efeito [da medida] [...]. Temos uma nova classe média desejosa por consumir”, ele destaca. Apesar de o consumidor estar mais cauteloso, Souza acredita que o consumo atrelado à renda e ao emprego deverá manter-se em alta.
Com crédito restrito, consumidores voltam seu poder de consumo aos artigos de menor valor, o que favorece as vendas de itens como perfumes, brinquedos e artigos para a casa. Dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, referentes a outubro de 2013, mostram que, em 12 meses (até outubro do ano passado), o consumo de itens dos segmentos de perfumaria e artigos de uso pessoal e doméstico teve altas significativamente superior à média do varejo – foram 10,9% contra 4,5%.
Apesar de seu vigor característico, o mercado cosmético, assim como outros setores, cresceu menos em 2013. “Além das dificuldades normais da economia brasileira, tivemos um agravante muito forte. Foram mais de 2.000 processos parados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aguardando análise, com 200 dias de atraso”, diz o presidente da Abihpec João Carlos Basílio.
Ele se refere à dificuldade na liberação de registros de produtos grau 2 por parte da Anvisa – o prazo para aprovação dos registros costumava ser de, em média, 45 dias. Os prejuízos chegaram a aproximadamente R$ 1 bilhão. “Essas categorias que ficaram represadas [...] são de produtos com maior valor agregado e que exigem pré-análise da Anvisa”, ressalta Basílio. “Deixamos de gerar 6.500 empregos, deixamos de arrecadar de R$ 340 a R$ 348 milhões em impostos federais e estaduais”, completa.
O transtorno vivido em 2013 ficou, felizmente, para trás. No último dia 30 de janeiro, a Anvisa lançou o sistema de automação de registro de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Com o novo sistema, todas as etapas de análise dos processos referentes ao setor cosmético passaram a ser realizadas de forma eletrônica. A automação deu maior agilidade à análise de produtos e, em muitos casos, a liberação pode ser automática. O novo sistema entrou em operação no dia 3 de fevereiro, no site da Anvisa.
O setor cosmético deve crescer entre 3% e 3,5% em 2013 (crescimento real, descontando o IPCA). “Para 2014, a expectativa está dentro do que estamos acostumados. Esperamos que o setor consiga reagir de forma positiva, com crescimento real entre 7% e 10%”, diz Basílio. Os números consolidados referentes às categorias de produtos em 2013 ainda não foram disponibilizados, mas ele destaca o segmento de protetores solares, cujo desempenho deverá surpreender o mercado de forma muito positiva, graça aos dias ininterruptos de calorão, desde o final de dezembro.
No segmento de higiene pessoal, ele ressalta o crescimento expressivo na categoria de desodorantes, que avançou 12,4% em volume e 21,66% em faturamento até agosto de 2013. Basílio também destaca o fortalecimento da perfumaria no mercado de franquias: “Houve crescimento bastante significativo [no segmento de perfumaria] em comparação com o mercado tradicional e o de venda direta”.
O que dizem os profissionais do setor
Para o Grupo Boticário, 2013 foi um ano de investimentos pesados em infraestrutura. “Foram destinados R$ 357 milhões somente em movimentos nesse sentido”, diz Sandro Rego, gerente de Assuntos Corporativos e Imprensa do grupo. Parte desse montante foi investida na Bahia, onde a empresa vai inaugurar uma nova fábrica, em Camaçari, e um centro de distribuição, em São Gonçalo dos Campos. O grupo também inaugurou um centro de pesquisa e desenvolvimento, destinado ao desenvolvimento de uma nova linha de maquiagem, e um armazém automatizado de 4 mil metros quadrados em São José dos Pinhais PR.
Esses recursos fazem parte do projeto de expansão do grupo, anunciado em 2012, que totaliza R$ 650 milhões e sustentará o crescimento da organização pelos próximos 20 anos. “Além disso, 2013 foi o período de consolidar as novas unidades de negócio [Eudora, quem disse, berenice? e The Beauty Box], que são movimentos recentes e já começaram a gerar resultados positivos”, ele comenta. O Grupo Boticário estima ter encerrado 2013 com faturamento de R$ 8 bilhões no varejo. “Para 2014, temos a expectativa de que o Brasil terá um ano atípico, por conta da Copa do Mundo e das eleições. Parte do varejo deverá sentir a paralisação em dias de jogos. Por outro lado, o Brasil ainda tem muito espaço para os produtos e serviços no setor de cosméticos”, aponta o executivo.
Antonio Celso da Silva, diretor industrial da Payot, ressalta que 2013 foi um ano difícil e atípico: “Normalmente, nós temos um início de ano mais difícil e um final de ano melhor. Em 2013, isso não aconteceu. E a gente percebe que para 2014 as perspectivas também não são tão boas. No geral, observo que o pessoal está com o pé no freio, esperando o que vai acontecer”.
Fabricantes brasileiros estão com o pé no freio e pouco otimismo, como demonstra o levantamento global da consultoria Grant Thornton divulgado no início de janeiro. Ao longo de 2013, o índice de confiança no futuro do Brasil, calculado pela consultoria, caiu de 48% para apenas 10%. Essa foi a maior queda entre os 44 países que participaram da pesquisa.
A opinião de Antonio Celso é compartilhada por Raquel Kann, responsável técnica da Naturelle. “A cada mês que se passava, a gente achava que a produção aumentaria, que viriam novidades, mais clientes...”, conta Raquel. Ela ressalta, contudo, que 2013 foi um ano de muitos desenvolvimentos de produtos na Naturelle. “Nós crescemos, mas acho que poderíamos ter crescido um pouco mais. Para 2014, estamos pensando em muitos itens diferenciados, muitas coisas ecológicas e produtos inovadores para arrematar mais público e mais clientes”, diz.
Luciana Amiralian, diretora técnica da Phisalia, também ressalta o comportamento do mercado em 2013: “Houve meses em que a gente esperou que fosse crescer mais e não cresceu, e houve meses em que a gente não esperava crescer, e estes foram os melhores... Foi um ano um pouco atípico, mas no geral foi bom. Para 2014, temos uma expectativa boa, com muitos lançamentos chegando”.
Segundo a pesquisa “O Brasileiro, Moda e Beleza”, realizada pelo Data Popular, 66% das brasileiras consultadas afirmam que estar bonita é uma das principais preocupações que elas têm em suas rotinas. A análise por regiões mostra que esse percentual chega a 70% no Nordeste e a 63% no Sudeste. “As pessoas têm necessidade de continuar sendo bonitas, têm necessidades que foram conquistadas nos últimos anos e das quais elas não abrem mão”, argumenta Silvestre Resende, diretor institucional na Valmari.
Para ele, “2013 não foi o ano mais fácil dos últimos tempos, mas nós trabalhamos, felizmente, com beleza. E, no mercado de beleza, quando as coisas vão bem, vende-se bem e quando as coisas não vão tão bem, vende-se bem também [...]. Para este ano, a perspectiva é continuar com o crescimento de dois dígitos e plantar, sempre. Nós acreditamos muito na associação de serviço [com a venda de produtos]. A prestação de serviços torna nosso trabalho muito importante”, destaca.
Multinacionais como a Avon e a P&G seguem apostando em soluções que atendam ao mercado brasileiro. Para a Avon, que enfrentou problemas de logística que levaram à falta de produtos, a atrasos nas entregas e, consequentemente, à queda nas vendas, 2013 foi um ano desafiador. “Não foi um ano fácil, mas acho que não só a Avon, mas todas as empresas trabalharam fortemente para poder atingir resultados positivos”, afirma João Hansen, diretor de Desenvolvimento de Produtos e Assuntos Regulatórios da Avon para a América Latina. “Todos corremos para restabelecer a parte de custo, com a desvalorização do real. O setor importa muitos insumos e isso tem impacto importante na estrutura de custo [...]. Espero que em 2014 consigamos trabalhar com um pouquinho mais de calma, para poder entregar os resultados com um pouco mais de tranquilidade”, diz.
Em 2012, o faturamento da Avon no Brasil cresceu apenas 3%, já descontados os efeitos da variação cambial. Em dois anos, a companhia passou da terceira para a quinta posição no mercado brasileiro. No período entre 2009 e 2013, a participação da Avon no setor de beleza no Brasil recuou de 9% para 7,2%. Para reencontrar o caminho do crescimento no país, a companhia investiu no fortalecimento do relacionamento com suas consultoras e na adequação de produtos.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o colombiano David Legher, presidente da Avon Brasil, informou que a operação brasileira da Avon cresceu 13% no terceiro trimestre de 2013, a companhia atualmente tem 98% de seus pedidos entregues em dia e a subsidiária brasileira teve dois dos melhores lançamentos da história da Avon em suas respectivas categorias: a linha Avon Maquiagem, reformulada e focada na mulher brasileira, e a nova linha de hidratação corporal Encanto, desenvolvida para o mercado local.
A P&G tem registrado crescimento médio anual de dois dígitos em mercados emergentes. “Trouxemos diversos lançamentos [para o Brasil] em 2013, como Pantene Expert Collection, a nova linha premium da Pantene, e a linha Advanced Keratin Repair, da linha Expert Collection”, diz Michele Colombo, gerente de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade da P&G Brasil. Ela informa que a companhia apresentou média de crescimento anual de 23% no Brasil, no período de 2002 a 2012. “Temos como expectativa para o ano fiscal 2013/2014, iniciado em julho de 2013 e que vai até junho de 2014, lançar 200 novos produtos para todas as categorias. Já lançamos a metade deles”, conta Michele.
Regiane Marques Rodrigues, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Contém 1g make-up, ressalta que a empresa aposta em inovação: “Vem muita coisa boa por aí”. “2013 foi um ano de muitos lançamentos e um período que nós utilizamos para nos preparar para o próximo, com muitos desafios e muitas inovações para atender às consumidoras, que estão sempre em busca de maquiagens surpreendentes.”
Samuel Guerra, diretor de pesquisa e marketing da Allergisa, destaca o bom desempenho da empresa em 2013 e comenta que, para este ano, a perspectiva está um pouco “nebulosa”. “Um ano de eleição presidencial sinaliza um movimento forte do governo na parte de consumo, por questões políticas. Ao mesmo tempo, há uma série de nuvens, como o comprometimento com as contas públicas e essa conta dos poupadores que pode pesar muito no dinheiro disponível para crédito [...]. Este é um ano em que estamos nas mãos de decisões que transcendem muito as questões operacionais de mercado”, diz Guerra.
Para Roseli Insoliti, diretora comercial da Ion Tecnologias e Serviços, foi preciso trabalhar mais em 2013 para conseguir o mesmo resultado do ano anterior. “Por outro lado, tivemos uma presença mais forte junto aos nossos clientes, para entender melhor quais são as necessidades deles”, comenta.
Na Chemyunion, 2013 foi um ano de consolidação de mudanças. “Nós fizemos várias operações internas, no sentido de ajustar alguns detalhes de gestão, e hoje a empresa está muito mais saudável do que era. Para nós, isso teve reflexos muito bons em termos de resultado”, aponta o presidente da Chemyunion Marcelo Golino. “Para 2014, os sinais macroeconômicos não são os melhores, mas eu ainda acredito que a área cosmética por si responde de uma maneira diferente em relação a outros setores. Continuo mantendo meu otimismo de sempre, mas acho que o ano requer um pouco de cautela”, completa.
O ano que passou foi muito produtivo na Akzo Nobel, “com grande crescimento no Brasil”, afirma Karla Mantovani de Mello, gerente regional da empresa. “Tivemos retorno significativo também na América do Sul, mas o grande crescimento mesmo foi no Brasil. Para 2014, estamos esperando uma expansão de até dois dígitos, entre 8% e 10%, e acreditamos que vamos continuar crescendo com o lançamento de novas tecnologias”, ressalta Karla.
Tatiana Bianco, gerente de marketing e produto na divisão LifeScience da Quantiq, informa que a empresa apresentou crescimento “um pouco acima da média do mercado”. “Para 2014, estamos projetando mais crescimento, trazendo inovação e novidades para nossos clientes”, ressalta. Para Marco Antônio Carmini, diretor-geral da Croda do Brasil, 2013 deixou um saldo positivo, apesar da desaceleração na economia. “De forma geral, estou bastante otimista com relação a 2014. Em 2013, a Croda reforçou o time de vendas, a equipe técnica e promoveu uma série de campanhas de marketing, mostrando tecnologias diferenciadas aos clientes [...]. Acredito que 2014 vai ser um ano de retomada do crescimento, de forma bastante vigorosa”, diz.
Na Sensient, 2013 também foi um ano de mudanças. “Nós somos uma empresa norte-americana, fizemos uma aquisição no ano passado e praticamente consideramos 2013 como o ano 1 da empresa como Sensient”, diz Renato Muchiuti, gerente-geral da empresa. “Desenvolvemos muita cooperação com o mercado brasileiro. Foi um ano bastante interessante do ponto de vista de alguns segmentos em particular, como os de esmaltes e de tinturas capilares. Para 2014 esperamos dar continuidade a esse trabalho, em função dos desenvolvimentos que temos nas empresas. Elas estão trabalhando intensamente. A Sensient está mudando para uma área bem maior, para prestar um serviço mais adequado aos clientes brasileiros e aos da América Latina.”
“Está sendo cada vez mais difícil lançar produtos inovadores”, em face da concorrência acirrada no setor, comenta Jadir Nunes, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Stiefel. Apesar dos desafios, “sentimos uma evolução muito positiva, principalmente no setor de foto proteção, no qual conseguimos fazer um lançamento muito interessante: um produto que veio com um diferencial de toque seco. No final do ano, esse produto deu bom resultado para a empresa, o que está nos animando para [...] a alta temporada do verão”, comenta Nunes.
Na opinião de Ana Resende, diretora de negócios da Cosmotec, o Brasil está se tornando um país “com cada vez mais atrativos. Empresas e fornecedores [do mercado cosmético] estão chegando, procurando o crescimento que a gente ainda tem em comparação com mercados como Europa e Estados Unidos”. “A Cosmotec fez uma joint venture com o grupo Sumitomo. Então a expectativa para 2014 é boa, com muitos investimentos, apesar de este ser um ano de Copa do Mundo. Então [em razão da Copa] não dá para saber se vai ser um ano com ótimo aquecimento ou um ano parado”, acrescenta.
Jefferson Santos, gerente-geral da Pulcra, destaca que o ano passado foi “bem sofrido” para empresas de diversos setores. “A Pulcra é uma empresa que também trabalha em outros mercados. Nós sentimos essa retração em algumas outras áreas de maneira mais forte. Os mercados de personal care e de domissanitários também diminuíram o ritmo de crescimento. Mas a perspectiva é que 2014 será melhor que 2013, apesar da expectativa de um primeiro semestre difícil”, afirma.
Na Solabia, segundo Daniella Lopes, gerente de marketing da empresa, “o ano de 2013 foi de bastante sucesso, pois, além do grande volume comercializado em matérias-primas de origem biotecnológica, a empresa se firmou na produção e na venda de matérias-primas de origem vegetal, respeitando todos os princípios de sustentabilidade e do biocomércio ético. Provas disso são nossas parcerias com a RBMA [Reserva da Biosfera da Mata Atlântica] e a UEBT [Union for Ethical Bio Trade]”. Daniella também destaca a atuação da Solabia Express, e-commerce da empresa para pequenos volumes. “Ela continuará atendendo de maneira simples e rápida para as farmácias de manipulação e as indústrias de maneira geral. Enfim, boas perspectivas não faltam.”
Com a bagagem de “muitas oportunidades e algumas grandes conquistas” em 2013, a Beraca inicia o ano em clima de otimismo. “Nós acreditamos que este vai ser outro ano bom, bastante agitado e com muitos eventos no Brasil. Com certeza teremos sucessos e novas conquistas”, salienta Vanessa Salazar Fernandes, gerente comercial da Beraca.
“Como distribuidora de matérias-primas e tendo um parceiro como a BASF, 2013 foi realmente um ano muito bom”, diz Fernando Alves de Godoy, gerente operacional da Chemspecs. “A linha que a empresa representava antes era da Cognis, que foi adquirida pela BASF. Depois dos ajustes da fusão, hoje estamos plenamente no negócio e acreditamos que para 2014 o mercado esteja mais promissor ainda. Fizemos grandes investimentos em marketing e renovação da marca. Estamos a todo vapor”, garante Godoy.
Adriano Pinheiro, diretor da Kosmoscience, acredita que 2013 foi um dos anos mais produtivos para o setor, principalmente no que se refere ao crescimento técnico da indústria cosmética brasileira.
Eventos como a FCE Cosmetique são termômetros da vitalidade do setor. Segundo Ligia Amorim, diretora-geral da NürnbergMesse Brasil, empresa que organiza e promove a FCE Cosmetique, até novembro do ano passado 95% dos espaços da feira de 2014 já haviam sido comercializados. “Esse é um índice de renovação muito grande, o que significa que o mercado está apostando e se preparando para o crescimento neste ano”, afirma Ligia.
Panorama da Indústria Cosmética
O país que ocupa a terceira posição no mercado mundial de cosméticos tem diferenças significativas entre suas regiões, no que se refere à concentração de indústrias cosméticas, às oportunidades de mercado, aos desafios e aos hábitos de consumo. Nesta reportagem, apresentamos um breve perfil da indústria cosmética no Brasil. Nas próximas edições, você saberá mais a respeito das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste, na seção “Panorama”, que integrará a revista Cosmetics & Toiletries Brasil em 2014.
Contudo, se por um lado existe grande disparidade entre o perfil industrial do Sudeste e os das outras regiões brasileiras, há também movimentos positivos de mercado, como:
• empresas de grande porte demonstram interesse em instalar unidades de produção fora do eixo Rio-São Paulo, para atender às regiões Norte e Nordeste;
• produtores locais se organizam para ganhar maior visibilidade;
• programas de incentivo à inovação em processos e produtos alavancam pequenos negócios;
• a força do mercado consumidor desponta em várias regiões, Brasil adentro.
A indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos apresentou crescimento médio deflacionado composto de 10% ao ano nos últimos 17 anos, passando de um faturamento “ex-factory” (líquido de imposto sobre vendas) de R$ 4,9 bilhões em 1996 para R$ 34 bilhões em 2012, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
O Brasil ocupa a primeira posição mundial em perfumaria e desodorantes, conforme dados de 2012, do instituto Euromonitor. Somos o segundo mercado em produtos para cabelos, produtos masculinos, infantis, produtos para banho, depilatórios e proteção solar; o terceiro em produtos cosméticos com cores e produtos para higiene oral; e o quarto em produtos para a pele. Nos últimos anos, a indústria brasileira de cosméticos apresentou crescimento médio de 10% ao ano, contra 3% do Produto Interno Bruto (PIB) total do país e 2,2% da indústria geral.
Existem no Brasil 2.412 empresas atuando no mercado de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, segundo a Abihpec. Desse contingente, 20 são empresas de grande porte, com faturamento líquido acima de R$ 100 milhões e que representam 73% do faturamento total do setor. Dados sobre a distribuição das indústrias cosméticas no país (atualizados até novembro de 2013) apontam que 46 delas estão na região Norte; 169 no Centro-Oeste; 242 no Nordeste; 1.487 no Sudeste; e 468 na região Sul.
Nordeste e Norte
A região Nordeste tem recebido investimentos de peso. Nos três maiores polos de desenvolvimento Da região – Suape (PE), Pecém (CE) e Camaçari (BA) –, os aportes captados nos últimos cinco anos projetados até 2015 somam cerca de R$ 98 bilhões, como informa a reportagem “Com investimentos de US$ 50 bi, Nordeste vira rota de grandes empresas”, publicada no portal UOL em 19 de fevereiro de 2013.
Dados do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) apontam crescimento nominal de volume de recursos investidos na região de 776% em 10 anos, e de 351% no total de operações. Obras de infraestrutura também colaboram para a industrialização dos estados nordestinos. Segundo o BNB, os investimentos em infraestrutura na região devem chegar a cerca de R$ 140 bilhões até 2020.
Os números sobre a evolução do setor cosmético no país mostram que, no período de 2004 a 2013, a região Nordeste foi a que mais cresceu em número de empresas, com variação de 160,2% no período.
A matéria “Consumo de cosméticos cresce acima da média nacional no Nordeste”, veiculada em 26 de setembro de 2013 pelo Jornal Hoje, da Rede Globo, destaca uma pesquisa realizada pelo Ibope, segundo a qual as mulheres gastam aproximadamente R$ 190 por ano com produtos de beleza no Nordeste. No período entre setembro de 2012 e setembro de 2013, o varejo de cosméticos cresceu 66% na região. No Ceará, o número de salões de beleza aumentou 47% nesse período.
A ascensão da classe C tem papel importante nesse cenário: o Ibope informa que essa parcela de brasileiros é responsável por 40% do consumo de produtos de beleza no país e que três entre cada dez pessoas que ingressam na classe C estão no Nordeste. O levantamento do Ibope indicava que, até o final de 2013, o mercado de cosméticos movimentaria R$ 7,55 bilhões apenas no Nordeste.
Entre os produtos mencionados pelos consumidores ouvidos pela pesquisa, estão: itens de maquiagem, perfumes, hidratantes, filtros solares, esmaltes e desodorantes. A matéria do Jornal Hoje ainda cita uma pesquisa feita por empresas do setor, segundo a qual 52% das casas do Brasil consomem produtos de perfumaria. No Nordeste, as colônias e perfumes estão em 80% das residências.
O Nordeste se fortalece como mercado consumidor em ascensão e vem chamando a atenção de empresas sediadas em outras regiões do país, como Sul e Sudeste. Esse panorama inclui as empresas que vislumbram oportunidades de bons negócios com as vendas de produtos para a região, bem como a instalação de unidades de produção para o abastecimento do Norte e do Nordeste – e, em alguns casos, de mercados internacionais.
Este ano, o Grupo Boticário vai inaugurar uma nova fábrica, localizada em Camaçari BA. A unidade foi dimensionada para fabricar cremes e itens de perfumaria, que atenderão às regiões Norte e Nordeste, suprindo 80% da demanda dessas regiões. As obras começaram em agosto de 2012. O grupo também investiu na criação de um centro de distribuição, localizado na cidade de São Gonçalo dos Campos BA. Com investimentos de R$ 535 milhões, as duas instalações vão gerar 529 empregos diretos. O Norte do país, cuja participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é de apenas 5%, tem sua economia impulsionada pelo extrativismo, pela mineração e, principalmente, pela força do Polo Industrial de Manaus, na Amazônia. A região, contudo, enfrenta problemas básicos de saneamento que impactam diretamente nas estatísticas de mortalidade infantil e na qualidade de vida das pessoas. No que se refere à presença da indústria cosmética, a defasagem em relação às outras regiões é significativa - a região conta com poucas empresas produtoras, a maioria de médio e pequeno porte.
Um nome tradicional entre as empresas da região Norte é a Chamma da Amazônia, sediada em Belém PA. Criada há mais de 50 anos e atuante nos segmentos de perfumaria e cosméticos, a marca está presente no Norte e no Nordeste por meio do sistema de franquias. Em Belém, a fábrica dos produtos Phebo, marca da Casa Granado, é emblemática para a região há mais de 80 anos.
A força da região Norte reside, contudo, na riqueza de suas matérias-primas, como açaí, andiroba, babaçu, buriti, castanha-do-brasil, copaíba, murumuru e urucum, que abastecem grandes indústrias nacionais e seduzem o mercado internacional. A Amazônia possui a maior diversidade biogenética do mundo e abriga 300 espécies diferentes de árvores por hectare.
Em 2012, a Natura inaugurou em Manaus o Núcleo de Inovação Natura Amazônia, centro de conhecimento que objetiva formar uma rede de pesquisas e transformar a região em referência em biotecnologia. O núcleo atua como agência de fomento, concedendo bolsas para pesquisadores que queiram desenvolver estudos sobre insumos derivados de produtos amazônicos. A empresa informa que pretende aumentar de 10% para 30% o consumo de insumos produzidos na região e, até 2020, envolver entre 10 mil e 12 mil famílias agroextrativistas em sua cadeia produtiva.
A Natura terá sua primeira fábrica na Amazônia. O projeto, batizado de Ecoparque, está sediado no município paraense de Benevides, próximo à Belém. A nova unidade, que recebeu investimento de R$ 200 milhões, será responsável por praticamente toda a produção de sabonetes e óleos da Natura, hoje terceirizada na região Sudeste.
Até 2016, a unidade paraense produzirá 70 mil toneladas de massa de sabonete por ano e 12 mil toneladas por mês de óleos e manteiga, que serão distribuídas pelo país. A fábrica, que possibilitará a aproximação da companhia com seus principais fornecedores, também poderá se tornar o meio pelo qual os produtos da empresa chegarão aos Estados Unidos.
Em setembro de 2013, o governo do Amazonas e a Financiadora de Estudo e Projetos (Finep) disponibilizaram R$ 13,5 milhões para micro e pequenas empresas da região que investem em tecnologia e inovação. Entre as áreas contempladas pelo programa, estão os biofármacos e os biocosméticos.
Centro-Oeste
A Reportagem “Distribuição de investimentos gera expansão econômica”, publicada em 16 de maio de 2013 no jornal Brasil Econômico, destaca a “nova” expansão econômica vivida pelo Centro-Oeste, graças à maior difusão dos investimentos entre as cinco regiões do país. Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), nos 12 meses até março de 2013, os desembolsos para o Centro-Oeste avançaram 102%, chegando a R$ 23,075 bilhões, sem contar outras fontes de recursos, como o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), que em 2012 repassou R$ 5,9 bilhões para a região.
O Centro-Oeste é alvo do interesse de duas multinacionais do setor cosmético que estão em processo de negociação com o governo do Mato Grosso do Sul, para a instalação de unidades de produção na região. O portal do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul (www.ms.gov.br) informa que, em junho do ano passado, o governador desse estado André Puccinelli, recebeu a diretoria do grupo espanhol VMV.
Esse grupo fabrica produtos capilares de uso profissional, especialmente produtos de coloração, bem como mobiliário e aparelhos para salões de cabeleireiros. Formado por diferentes empresas do setor de cosméticos, entre elas a Salerm Cosmetics, o grupo comercializa seus produtos no mundo todo por meio de rede própria. Com sede em Lliçà de Vall, em Barcelona, o VMV está presente em cinco continentes, possui mais de 1.000 funcionários e tem faturamento anual de cerca de 120 milhões de euros, com 60% de suas vendas realizadas fora da Espanha.
André Puccinelli anunciou que poderá conceder até 90% de incentivos fiscais à nova fábrica. O grupo prevê um investimento de aproximadamente US$ 40 milhões para a implantação da unidade no Mato Grosso do Sul.
Em outubro do ano passado, representantes da italiana Cosmoproject Cosmetic Solutions também visitaram esse estado. Com foco em estética e perfumaria, a empresa tem sua própria linha de produtos, e clientes como Dolce & Gabbana e Fiorucci. Até o fechamento desta edição, a assessoria de imprensa do governo do Mato Grosso do Sul não informou se as áreas referentes à construção das duas unidades fabris já foram definidas.
No Centro-Oeste o destaque em número de empresas é Goiás, mais especificamente, o município de Aparecida de Goiânia. Segundo informações da Agência Sebrae de Notícias, o município concentrava, em 2012, cerca de 70% das empresas de cosméticos instaladas no estado de Goiás. De acordo com o site do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) Aparecidatec, Aparecida de Goiânia é o sexto maior polo de produção de cosméticos do Brasil e ambiciona alcançar o terceiro lugar nos próximos anos.
Sul e Sudeste
No Sul, as áreas que concentram a maior parcela das indústrias, em uma abordagem geral, estão nas regiões metropolitanas de Porto Alegre RS e Curitiba PR; em cidades catarinenses como Joinville, Blumenau e Brusque; e nos parques industriais das cidades de Londrina, Maringá e Ponta Grossa, no Paraná. No Rio Grande do Sul, os destaques são os municípios de Caxias do Sul, Santa Maria e Pelotas.
O Sul é a segunda região com maior contingente de indústrias de cosméticos no país e o berço de empresas fortes e tradicionais, como O Boticário (em São José dos Pinhais PR), Racco (em Curitiba PR) e Memphis (em Porto Alegre RS). A reportagem “PR vira polo de cosméticos naturebas”, publicada no jornal Gazeta do Povo em 29 de setembro de 2013, ressalta o crescimento de empresas voltadas ao apelo de sustentabilidade no Paraná, estado que reúne o maior número de indústrias cosméticas na região Sul.
A Feito Brasil, localizada em Mandaguaçu, na região de Maringá, está entre as marcas que despontam nesse segmento. A empresa, criada em 2004, viu seu faturamento saltar 87% no período de 2011 a 2013, chegando a R$ 3,7 milhões. Em 2012, os produtos da marca começaram a ser comercializados pelo e-commerce brasileiro da rede Sephora.
Outro exemplo é a empresa Exsicata, criada em 2008 na cidade paranaense de Rio Negro. A Biomas do Brasil, primeira linha de tratamento facial da marca Exsicata, foi lançada em novembro de 2012 na Cosmoprof Asia, em Hong Kong. Em setembro de 2013, um dos produtos da linha foi premiado no Beauty Challenger Awards, durante a feira Beyond Beauty, em Paris, na categoria Best Skin Care.
O portal da Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina (www.sef.sc.gov.br) informa que o estado foi apontado por um estudo do Sebrae, feito em parceria com a Abihpec, como “polo emergente”, em razão das mais de 50 empresas do setor cosmético contabilizadas até 2011. Atualmente, segundo a Abihpec, Santa Catarina conta com 84 empresas do setor.
A região metropolitana de São Paulo e a baixada fluminense são destaques na região Sudeste, maior produtora de cosméticos do país, com cerca de 1.473 empresas. Na capital paulista estão localizadas 63% das multinacionais instaladas no Brasil e 38% das cem maiores empresas privadas do país. Diadema, situada a 19 quilômetros de São Paulo, abriga empresas de toda a cadeia produtiva do setor. Esse contexto fez que a prefeitura da cidade e os empresários criassem, em maio de 2002, o Polo de Cosméticos. Atualmente, a cidade reúne cerca de 140 empresas do setor – entre fabricantes de cosméticos, de embalagens, empresas de envasamento e de fornecimento de matérias-primas.
Em 2012, a peruana Belcorp, terceira maior empresa de cosméticos da América Latina, chegou ao Brasil. A companhia, que disputa espaço no mercado nacional de vendas diretas com a Avon, a Natura e a Jequiti, instalou um centro de distribuição no município paulista de Jundiaí. Até 2015, a empresa tem planos de investir US$ 200 milhões no Brasil. A Avon tem uma fábrica na cidade de São Paulo e três centros de distribuição no Brasil: nos estados de São Paulo, Ceará e Bahia. O centro de distribuição localizado em Cabreúva SP é o maior da Avon em todo o mundo, responsável por 70% da entrega de todos os pedidos feitos no país.
A sede da Natura está localizada em Cajamar SP, em um complexo que abriga unidades de produção e de armazenagem, centro de pesquisa e área de administração. Dois dos oito centros de distribuição da empresa estão instalados em cidades paulistas: Jundiaí e Itapecerica da Serra. Líder no mercado brasileiro de cosméticos, a Natura ocupa a quinta posição no ranking mundial de vendas diretas, segundo a revista norte-americana Direct Selling News.
Segundo informações publicadas no site do governo do Rio de Janeiro (www.rj.gov.br) em abril de 2013, as indústrias de cosméticos instaladas no estado, somadas aos estabelecimentos atacadistas e varejistas, geram mais de 20 mil empregos. A projeção de crescimento para o setor cosmético no estado é de 20% para os próximos dois anos.
No Rio de Janeiro está sediada a L´Oréal Brasil. A cidade abriga uma das duas fábricas da companhia no país, a central de distribuição e um centro de pesquisa e inovação da L´Oréal. O Polo Cosmético de Nova Iguaçu, na baixada fluminense, reúne empresas como Aroma do Campo, Embelezze, Niely, Suissa, Tec Italy e Vita A.
Esta matéria foi publicada na edição jan/fev_2014 da revista Cosmetics & Toiletries Brasil
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