A Biodiversidade na Indústria de Cosméticos Brasileira
publicado em 17/04/2020
B Gomes Domingos, CA Pedriali Moraes
Faculdade de Tecnologia de Diadema – Luigi Papaiz, Diadema SP, Brasil
MA Nicoletti, R Kinue Ito
Universidade Guarulhos – Ser Educacional, Guarulhos SP, Brasil
O objetivo deste trabalho foi verificar o crescimento do uso de ativos de origem vegetal, com ênfase em espécies nativas do Brasil, em produtos cosméticos, com base na quantidade de amostras enviadas a um laboratório de pesquisas clínica para estudos de segurança e/ou eficácia de cosméticos.
The objective was to evaluate the growth in the use of plant assets, with emphasis on native species of Brazil in cosmetic products, based on the number of samples sent to a clinical research laboratory for studies of safety and/or efficacy of cosmetics.
El objetivo fue verificar el aumento en el uso de activos de plantas, con énfasis en las espécies nativas de Brasil, em productos cosméticos, basado en la cantidad de muestras enviadas a un laboratório de investigación clínica para el estúdio de seguridad y/o eficácia de cosméticos.
Objetivo
Material e Método
Resultados e Discussão
Conclusão
Os cuidados com a beleza e a história dos cosméticos se iniciaram na Pré-história1 e, concomitantemente ao ser humano, tiveram sua evolução.2
Atualmente, o mercado cosmético segue tendências e precisa de inovações para atender consumidores que são cada vez mais exigentes. A busca por produtos “diferenciados” e que satisfaçam as necessidades exigidas pelos usuários é constante entre pesquisadores e formuladores de produtos dessa categoria.3 Almejando diferenciação no mercado, observa-se o comportamento de consumidores em relação à aceitação e à utilização de produtos de origem natural, e na utilização da biodiversidade4 em busca da beleza, do bem-estar e da sustentabilidade.
Existem dois tipos de consumidores de produtos denominados “naturais”, ou seja, os que procuram por inovação e aqueles que realmente se preocupam com a origem do produto,5 o que faz com que as indústrias cosméticas busquem novas alternativas para atender esses consumidores.4
O Brasil ainda é iniciante no quesito produção de cosméticos ditos naturais, sendo mais comum a exportação de matérias-primas vegetais para países de Primeiro Mundo que têm melhor tecnologia para a produção desses produtos.6 Porém, o crescimento do Brasil nesse segmento é favorecido pela biodiversidade. O país tem mais de 200 mil espécies vegetais registradas, 7 o que aumenta o potencial brasileiro para realizar pesquisas e aproveitar esse “benefício natural”4 para realizar novas aplicações de espécies vegetais que ainda estão em estudo e muitas ainda podem ser descobertas.
Vale ressaltar que a Anvisa não reconhece os cosméticos “naturais” e os “orgânicos”, o que também ocorre com a FDA (Food and Drug Administration, agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos).
No transcorrer das últimas décadas do século XX, os produtos com finalidade cosmética passaram a ser produzidos industrialmente em grandes quantidades e começaram a ter especificidades para diferentes necessidades. Por exemplo, entre essas especificidades estão a evitar rugas e combater estrias e a presença de hidrolipodistrofia ginoide, além de existirem os produtos denominados de multifuncionais.
Os produtos com o apelo de terem componentes naturais (vegetais) também apareceram nessa época e os originários da Amazônia já eram muito explorados nos cosméticos e se tornaram uma das grandes preferências entre os consumidores.1 Os produtos com ingredientes naturais apresentaram crescimento anual no mercado internacional de 8% a 25% e os produtos sintéticos de 3% a 10%.4
No mercado mundial, o Brasil ocupa atualmente a quarta colocação no consumo de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria
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