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Universo do luxo

     O produto ou serviço de luxo confere distinção a quem o usa. Há sempre um componente de conhecimento a respeito do bem adquirido, que por sua vez faz jus ao estilo de vida desse consumidor, ao seu savoir-affair... O conceito é amplo, complexo para ser definido num sentido estrito, com nuances e tendências que, em maior ou menor grau, gravitam em torno de termos comuns ao universo do luxo: prazer, exclusividade, elegância, desejo, raridade, excelência, prestígio e, porque não dizer, necessidade. Ainda que seja a necessidade que começa onde a necessidade termina, como definiu a estilista Coco Chanel.

suzane.png     Outra característica a ser levada em conta quando se analisa o segmento de luxo – dada a natureza dinâmica do consumo – é a instabilidade. “O que é considerado luxo hoje pode não ser mais daqui há dez anos”, pondera a professora Suzane Strehlau, docente do curso de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e do curso extracurricular Marcas de Luxo em Produtos de Consumo, na mesma instituição. “Um século atrás, um jogo de porcelana era considerado artigo de luxo. Hoje, você o compra no supermercado. Da mesma forma, era um luxo ter celular na década de 80. Já hoje...”, ilustra.

     Ela explica que o luxo em bens de consumo está mais relacionado à distinção social do que ao dinheiro. Os produtos são destinados a seletos grupos de consumidores, que têm boa informação sobre o que estão comprando, sabem que esses produtos ou serviços não são acessíveis à maioria das pessoas e pagam altos valores por esse privilégio.