Gel Alcoólico a 70% com Hidroxietilcelulose
publicado em 22/04/2020
IL Lúcia Milani Barzotto, SM Menegatti de Oliveira, F Giacomini Bueno, P Guerrero de Sousa
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel PR, Brasil
Os objetivos deste trabalho são apresentar uma formulação alternativa, com hidroxietilcelulose (HEC), para a manipulação de álcool etílico em gel a 70% e compará-la à formulação do carbômero 940 proposta pelo Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira. A formulação com HEC apresentou aspectos técnicos compatíveis com a formulação usando carbômero 940, sendo, portanto, uma alternativa para a fabricação do álcool etílico a 70% em gel.
The aim of this work are to present an alternative handrub formulation with hydroxyethylcellulose (HEC) for ethyl alcohol gel 70% and to compare it with the carbomer 940 formulation proposed by the Brazilian Pharmacopeia National Formulary. The formulation with HEC presented technical aspects compatible with that one using carbomer 940 and is, therefore, an alternative for the manufacture of 70% ethyl alcohol in gel form.
Los objetivos de este trabajo son presentar una formulación alternativa con hidroxietilcelulosa (HEC) para preparar el alcohol etílico en gel 70%, y compararlo con la formulación de carbomero 940 propuesta por la Formulario Nacional de Farmacopea Brasileña. La formulación con HEC presentó aspectos técnicos compatibles con los del carbomero 940 y, por lo tanto, es una alternativa para la fabricación de alcohol etílico 70% en forma de gel.
Desenvolvimento da Formulação
Matérias-primas utilizadas | Determinação do grau alcoólico | Quantidade de álcool etílico e água destilada | Preparo dos géis alcoólicos a 70% p/p | Controle de qualidade
Ao mesmo tempo que, a cada dia, o mundo acompanha o aumento de casos de Covid-19 em todo o planeta,1 inúmeras pesquisas estão em andamento, na busca de soluções para o combate da disseminação do novo coronavírus.2 Sabe-se que a transmissão desse vírus ocorre de pessoa para pessoa, tanto em ambientes hospitalares como familiares,3 através de sua autoinoculação, através das mãos, em mucosas do nariz, olhos ou boca.4-5
Diante deste cenário, o tema “higienização das mãos” tem sido tratado como prioridade. Estudos demonstram claramente a relação entre a melhora da adesão à higienização das mãos e a redução das taxas de infecção nos ambientes hospitalares e serviços de saúde.6-7 Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),7 podem ser utilizados para higienização das mãos: o sabonete comum e os antissépticos (álcool, preferencialmente o etanol, o isopropanol e o n-propanol, a clorexidina, o iodo/iodóforos e o triclosan). Para combater o novo coronavírus, as fórmulas foram especificadas na RDC nº 347/2020, da Anvisa.11 No entanto, devido à eficácia e à facilidade de uso das preparações alcoólicas, elas têm sido recomendadas para uso rotineiro quando não houver sujidade visível nas mãos.
No Brasil, o primeiro caso de contaminação pelo novo coronavírus foi registrado no final de fevereiro deste ano, o que estimulou a busca pelo álcool em gel em farmácias e supermercados. O Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira (FNFB)8 preconiza uma fórmula de álcool gel à base de carbômero a 0,5%. No entanto, recentemente, a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) afirmou que o Carbopol (carbômero) está em falta no mundo inteiro devido à grande demanda pelo uso desse polímero. Isso acabou gerando grande preocupação na população e nas indústrias nacionais,
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