Extrato de Casca de Romã como Filtro Solar Natural
publicado em 23/04/2020
Bruna Alves Caetano, Amanda Máximo da Silva, Tulio Nakazato da Cunha, Janaína Cecília Oliveira Villanova
Universidade de Mogi das Cruzes (Campus Villa Lobos), São Paulo SP, Brasil
Testamos a capacidade de proteção solar do extrato da casca de romã (Punica granatum Linn) como filtro solar natural. Foram realizadas a diluição de loções incorporadas com o extrato e a análise espectrofotométrica. Os valores encontrados se mostraram satisfatórios dentro da metodologia utilizada. Contudo, a utilização tópica precisa ser mais estudada para se obter melhores resultados.
We tested the potential from the bark extract of pomegranate (Punica granatum Linn) as a natural sunscreen. Proceeded to the dilution of the extract - which was incorporated to lotions - and it was proceeded the spectrophotometric analysis. The values found were satisfactory within the methodology. However topical use requires further study for better results.
Pusimos a prueba la capacidad de protección solar del extracto de la corteza de la granada (Punica granatum Linn) como un protector solar natural. Se procedió la dilución del extracto – lo cual fué incorporado a lociones – y análisis espectrofotométrico. Los valores encontrados fueron satisfactorios dentro de la metodología. Sin embargo, el uso tópico requiere más estudios para obtener mejores resultados.
A localização do Brasil proporciona grande variedade climática, com predomínio do clima tropical, caracterizado por temperaturas elevadas e intensa radiação solar durante quase todo o ano.1
A exposição à radiação solar traz benefícios, como bem-estar e ativação da vitamina D, que é importante para a fixação de cálcio nos ossos, prevenindo a hipotensão arterial e algumas formas de câncer. Também causa vasodilatação periférica e auxilia no tratamento de doenças cutâneas, como psoríase.2-4
Contudo, a radiação pode gerar efeitos maléficos se sua intensidade for alta e o tempo de exposição for prolongado. Entre esses efeitos, estão: queimadura solar; eritema actínico; interferência no sistema de defesa da pele, causando imunossupressão local ou generalizada devido à redução das células de Langerhans, responsáveis pelo sistema imunológico da pele; formação de radicais livres, que contribuem para a geração de câncer; envelhecimento cutâneo precoce, helioderma, o qual se manifesta por meio de modificações irreversíveis que acometem a arquitetura do tecido e atingem todas as camadas da pele.2,5
Diante dos prejuízos referentes à exposição solar prolongada, observa-se aumento das indicações para mudança de hábitos, como: preferência pela sombra, exposição em horários adequados e uso de chapéus, óculos de sol e protetores solares em cosméticos, ou seja, medidas para reduzir a exposição ao Sol.6
Ultimamente, destaca-se o interesse crescente no desenvolvimento de filtros solares baseados em produtos naturais, assim como de outros produtos cosméticos,7 tornando-se um desafio sua qualidade e sua estabilidade.
A busca por produtos naturais como alternativas, devido à sua baixa agressão ao organismo, exige a produção de fitofármacos eficazes, seguros e de boa biodisponibilidade, gerando investimento da indústria cosmética em fitocosméticos e exigindo o desenvolvimento de produtos de qualidade.8
As propriedades farmacológicas da Punica granatum Linn, conhecida no Brasil como romã, têm sido descritas
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1. Ayoade JO. Introdução à climatologia dos trópicos. 11. ed., Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006
2. Masson P, Scotti L. Fotoproteção: um desafio para a cosmetologia. Cosm & Toil (Ed Port) 15(1):45-53, 2003
3. Steiner D. Fotoproteção: filtros solares devem ser usados desde a infância. Cosm & Toil (Ed Port) 15(1):28, 2003
4. Carestiano JC. Câncer e meio ambiente. Rev Bras Farm 84(2):55- 60, 2003
5. Ucko DA. Química para ciências da saúde: uma introdução à química geral, orgânica e biológica. 2. ed., São Paulo: Manole, 1992
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7. Guaratini T et al. Fotoprotetores derivados de produtos naturais: perspectivas de mercado e interações entre o setor produtivo e centros de pesquisa. Química Nova 32(3):717-721, 2009
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18. Associação Brasileira de Dermatologia (ABD). Determinação do fator de proteção solar por espectrofotometria. ABD 61(3), 1986. Disponível em: . Acesso em: 29/9/2010
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