O poder das águas

Gregos e romanos: das termas aos grandes empreendimentos

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O poder das águas

     Nenhum ser vivo sobrevive sem água. O conhecimento e a utilização do poder de cura das águas minerais remontam à Antiguidade. O homem, em busca do bem-estar físico, mental e espiritual, sempre soube fazer uso das propriedades benéficas das águas. Mesopotâmios, egípcios, gregos e romanos, europeus e asiáticos... Várias foram as civilizações que ajudaram a moldar o que, hoje, sabiamente, designamos como spa.

     Não há consenso quanto à origem da palavra que denomina esse tipo de complexo turístico e de lazer: tanto pode ser uma referência ao termo em latim salute per aqua, que significa “saúde advinda da água”, como pode referir-se à cidade belga chamada Spa, que, desde o século 14, tornou-se famosa pelo suposto caráter medicinal de suas águas.

 

Gregos e romanos: das termas aos grandes empreendimentos

     Guerreiros do antigo Império Romano, ao retornar exauridos das batalhas, buscavam recuperar-se nas termas e nos banhos quentes públicos. Na Mesopotâmia, região banhada pelos rios Tigre e Eufrates, descobertas arqueológicas datadas de 4.000 a.C demonstram que os habitantes daquela região já conheciam práticas terapêuticas ligadas à água. Os egípcios, 2.000 anos depois, também deixaram rastros de seu conhecimento sobre os poderes e os prazeres do banho quente.

     Os gregos usavam as termas para banhos, massagens e dietas especiais. Para isso, criaram infraestruturas de apoio em torno das nascentes de água quente. Esses locais se tornaram ponto de encontro e palco da vida social da Grécia, conforme registros dos filósofos Platão, Homero e Hipócrates. Frequentadores faziam uso de preparados para limpeza do corpo, como os feitos com cinzas de madeira e argila.

     Em vários relatos de filósofos encontram-se citações sobre santuários gregos onde, além do templo, havia termas, fontes para purificação, belos jardins, teatros, ginásios esportivos e bibliotecas, mostrando o quanto essa civilização já considerava a cura e o bem-estar como um processo que envolvia corpo e espírito.

   Os romanos, entretanto, foram os responsáveis pela “globalização” do conceito de spa, mundo afora. Por volta de 30 a.C, Marco Agripa, general e estadista do Império Romano com vasto conhecimento de arquitetura, começou a implantar grandes obras na cidade de Roma, como a construção de aquedutos e das termas que hoje levam seu nome, além do edifício conhecido como Panteão de Roma, reconstruído pelo imperador Adriano e que permanece de pé até hoje. Assim, cada imperador que subia ao poder extrapolava os feitos de seu antecessor, mandando construir estâncias termais cada vez maiores.

    Dessa forma, os banhos públicos foram transformando-se em gigantescos empreendimento, que ofereciam espaços para lazer e esportes, locais especiais para massagens, restaurantes e salas de reuniões. Junto a tudo isso, o conceito original de “mente sã em corpo são” se perpetuou nessas estâncias termais espalhadas por todo o Império Romano – que já extrapolava o continente europeu. Médicos indicavam a prática de banhos termais como uma receita de longevidade e equilíbrio da saúde.