Radiações Ionizantes
Unidades Radiação Ionizante
Aplicações
Potenciais Efeitos em Matérias-Primas Cosméticas
Outros Riscos Associados
Conclusões

 

O emprego de radiações ionizantes como agentes de desinfecção e desinfestação de ingredientes e produtos acabados teve grande desenvolvimento a partir da Segunda Guerra Mundial. Hoje, esse tratamento é realizado em vários países, na esterilização de vários tipos de ingredientes, não apenas de alimentos.

Os principais defensores dessa técnica alegam que esta é importante principalmente considerando as dificuldades de manutenção dos padrões de higiene no comércio em larga escala e nas longas distâncias percorridas para distribuição de, por exemplo, grãos, alimentos preparados e até mesmo carnes. Sem adequada desinfecção, é comum que lotes inteiros de cereais sejam perdidos durante seu transporte, devido à sua infestação por insetos. Também não são raros episódios de contaminação alimentar levando a numerosos casos de hospitalização e mesmo à morte por causa de E. coli e Salmonella ssp. Sob o aspecto crônico, a contaminação com fungos Aspergillus ssp. traz efeitos a longo prazo devido à contaminação com micotoxinas, comum em materiais como amendoim e castanhas. Considerando o extenso uso desses materiais na produção de ingredientes cosméticos, a questão assume elevada importância, principalmente por não ser comum a análise da presença de micotoxinas nesses tipos de ingredientes. Por outro lado, o emprego de radiação ionizante não deve de forma alguma ser considerado um substituto para a higiene e para as boas práticas de manufatura.

O emprego da radiação ionizante deve ser realizado apenas nos casos em que exista comprovada segurança, avaliada por meio de análises físicas e químicas, de forma que seja possível determinar se não há alteração significativa da composição, se as propriedades do material não são alteradas, se não há produção de subprodutos tóxicos e se a estabilidade do produto assim tratado não é reduzida em função dos processos radicalares. Além disso, mesmo quando não há alterações físicas e químicas significativas que comprometam a segurança do consumidor, podem ocorrer alterações sensoriais, que igualmente devem ser avaliadas. Deve-se ainda atentar à presença de produtos tóxicos oriundos dos microrganismos contaminantes, avaliando-se também a possibilidade de validação de processo para diferentes materiais, incluindo estudos de estabilidade