Fundamentos da Cosmetologia - Mecanismos de Proteção Solar
publicado em 27/04/2020
Ariane Dalan da Silva Ladeira
Instituto de Ciências Ambientais Químicas e Farmacêuticas, Universidade Federal de São Paulo - Unifesp, Diadema SP, Brasil; Faculdades Oswaldo Cruz, São Paulo SP, Brasil
Gustavo da Silva Oliveira, Vânia Rodrigues Leite-Silva
Instituto de Ciências Ambientais Químicas e Farmacêuticas, Universidade Federal de São Paulo - Unifesp, Diadema SP, Brasil
Filtros Solares
Filtros solares orgânicos
Filtros solares inorgânicos
Proteção solar oral – antioxidante
Nova RDC
Conclusão
A necessidade de fotoproteção tem se tornado uma realidade irrefutável por causa das constatações dos efeitos danosos gerados pela radiação solar incidente na superfície terrestre.1,2,3 A radiação solar é composta por um espectro contínuo de radiação eletromagnética que apresenta divisões quanto aos comprimentos de ondas.4 Assim, dentro desse espectro de radiação, há a radiação ultravioleta (frequências baixas – 100-400nm), a luz visível (frequências intermediárias – 400-780nm) e o infravermelho (frequências elevadas >780nm).4,5,6
Apesar de a radiação ultravioleta (UV) representar apenas 5% da radiação total emitida pelo Sol, ela é a maior preocupação relacionada à proteção e, consequentemente, à saúde e à beleza da pele.1,7 Isso se deve à sua capacidade de gerar diversos efeitos nocivos, como danos ao DNA, imunossupressão, envelhecimento precoce, carcinogênese, entre outros prejuízos.7,8
A radiação UV apresenta-se subdividida, tradicionalmente, em UVC (270-290nm), UVB (290-320nm) e UVA (UVA1 340-400nm e UVA2 320-340nm).9 Sua intensidade depende de fatores como: latitude, estação do ano, período do dia, condições meteorológicas e espessura da camada de ozônio.5,6
A radiação UVC é filtrada pelo ozônio na estratosfera, enquanto as radiações UVA e UVB alcançam a superfície da Terra.9
A radiação UVA e a UVB, quando atingem a pele desprotegida, provocam reações químicas e morfológicas. Dessa forma, efeitos adversos, imediatos e tardios desencadeados pela exposição às essas radiações devem ser tratados com grande seriedade.1,6
A radiação UVA possui comprimento de onda maior e quantidade de energia inferior à UVB. Apresenta fraca ação eritematosa; porém, penetra profundamente na derme, causando envelhecimento prematuro por causa da perda de elasticidade natural, e agravando fotodermatoses, como o lupo eritematoso e a erupção polimorfa à luz solar.2,4 Além disso, a radiação UVA aumenta os efeitos nocivos da radiação UVB e induz a pigmentação da pele, promovendo o bronzeamento por meio da fotoxidação da leucomelanina, localizada nas células das camadas externas da epiderme.2,7,8
Quanto à histologia, a UVA causa danos ao sistema vascular periférico e provoca redução da quantidade de células de
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