Síntese de Colágeno e Elasticidade da Pele
publicado em 07/05/2020
Daniela Brotto Lopes Terci, Viviane C. Albarici, Maria Fernanda Camargo, Adriano S. Pinheiro, Douglas Terci,
Kosmoscience Ciência e Tecnologia Cosmética Ltda., Valinhos SP, Brazil
Valeria Longo, Elson Longo
Universidade Federal de São Carlos, São Carlos SP, Brasil
Este artigo se reporta ao estudo de correlação entre a síntese de colágeno e a elasticidade da pele, utilizando-se as técnicas de espectroscopia de fluorescência e cutometria. Os resultados indicaram aumento significativo da síntese de colágeno e da elasticidade da pele (P < 0,05, teste t-Student, com IC 95%) após tratamento com produtos cosméticos avaliados.
This article reports the study of correlation between the synthesis of collagen in skin elasticity, using the techniques of fluorescence spectroscopy and cutometria. The results indicated a significant increase in collagen synthesis and skin elasticity (P <0.05, Student t test, with confidence interval 95%) after treatment with cosmetic products evaluated.
Este artículo relata el estudio de la correlación entre la síntesis de colágeno y la elasticidad de la piel, utilizando las técnicas de espectroscopia de fluorescencia y cutometria. Los resultados indican un aumento significativo en la síntesis de colágeno y la elasticidad de la piel (P <0,05, prueba t de Student, con un IC 95%) después del tratamiento com productos cosméticos evaluados.
Metodologia
Resultados e Discussão
Conclusões
A literatura atual aponta que o aumento da síntese do colágeno pode melhorar a elasticidade da pele. Assim, este estudo objetiva correlacionar a síntese de colágeno com a elasticidade, utilizando-se as técnicas in vivo de espectroscopia de fluorescência e cutometria.
A biossíntese do colágeno se inicia no retículo endoplasmático rugoso, com a síntese das cadeias polipeptídicas. Uma vez que os polipeptídios passam pelo retículo endoplasmático rugoso dos fibroblastos que os sintetizaram, os resíduos de prolina e lisina são hidroxilados e glicolisados, seguindo-se a conformação dos polipeptídios na forma de tripla hélice, originando a molécula do procolágeno. Estas moléculas passam então pelo aparelho de Golgi, onde são empacotadas em grânulos secretórios e secretadas para o espaço extracelular no tecido conectivo. Assim que é excretado, o procolágeno, por causa da ação de enzimas extracelulares, sofre a clivagem dos domínios não helicoidais C e N-terminais, resultando na molécula do colágeno. As moléculas de colágeno espontaneamente se organizam em fibrilas. Finalmente, após a ação da enzima extracelular lisil-oxidase, as fibrilas espontaneamente formam as ligações cruzadas.1
As ligações cruzadas intermoleculares são essenciais para prover estabilidade mecânica às estruturas formadas com colágeno, sendo que sua configuração é afetada pelo tipo de tecido em que estiver presente, modificando-se conforme a funcionalidade específica do tecido em que se localizar.
A principal estrutura presente na pele é a ligação cruzada estável histidino-hidroxilisinonor- leucina (HHL), derivada da ligação entre os grupos alisina, hidroxilisina e histidina do colágeno tipo I (o mais abundante na pele, com massa molecular de aproximadamente 285 kD, diâmetro 14 Å e comprimento de 3000 Å).2
Entre as substâncias endógenas da pele que fluorescem após excitação (fluoróforos) estão: o NADH, o colágeno, a elastina, os aminoácidos aromáticos (triptofano e tirosina), as porfirinas e a FAD, cujos espectros já foram caracterizados in vitro.2
Na pele é possível encontrar dois picos máximos de excitação, um em 295nm, originado do estrato córneo e da epiderme viável, e atribuído à cadeia lateral aromática do aminoácido triptofano presente nas estruturas proteicas, e outro em 340nm, originado da derme e atribuído às ligações cruzadas de colágeno tipo I,3 que apresentam fluorescência devido aos resíduos do aminoácido histidina.
Segundo estudos anteriormente publicados,2 a concentração de HHL aumenta com o envelhecimento intrínseco, resultando, em última instância, na redução da elasticidade da pele devido ao aumento no número de ligações cruzadas (enrijecimento estrutural). Dessa forma, a intensidade do sinal no espectro de excitação a 340 nmdiminui.
Já a intensidade do sinal do triptofano no espectro de excitação a 295nm está fortemente relacionada à proliferação celular. Conforme a pele envelhece intrinsecamente, a proliferação epidérmica decresce, diminuindo a intensidade do sinal a 295nm no espectro de excitação.4
Observam-se, na pele não exposta ao envelhecimento extrínseco (como o fotoenvelhecimento), alterações da ordem de 10 a 20% nos sinais do triptofano e do colágeno a cada dez anos de envelhecimento intrínseco.5
Considerando o curto intervalo de tempo do estudo e estando as áreas da pele avaliadas protegidas da ação da radiação ultravioleta, causadora do fotoenvelhecimento, pode-se considerar a intensidade do sinal do triptofano como uma referência interna, praticamente constante durante o período do estudo. Dessa forma, qualquer modificação na taxa de síntese de colágeno pode ser acompanhada por meio da razão entre as intensidades em 340nm (ligação cruzada de colágeno) e 295nm
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1. Voet D, Voet JG. Biochemistry. 2nd edition. John Wiley & Sons Inc, New York, 1995
2. Yamauchi M et al. Collagen Cross-Linking in Sun-Exposed and Unexposed Sites of Aged Human Skin. J Invest Dermatol 97(5):938- 941, 1991
3. Kollias N et al. Endogenous Skin Fluorescence Includes Bands that may Serve as Quantitative Markers of Aging and Photoaging. J Invest Dermatol 111(5):776-780, 1998
4. Gillies R et al. Fluorescence Excitation Spectroscopy Provides Information About Human Skin In vivo. J Invest Dermatol 115(4):704-707, 2000
5. Moreira PL et al. Collagen Quantifi cation by DRS. In: 15th Congress of the European Academy of Dermatology and Venerology, Rhodes, 2006
6. Piërard GE, Nikkels-Tassoudjii N, Piërard-Franchimont C: Influence of the test area on the mechanical proprerties of the skin, Dermatology (191):9-15, 1995
7. Rodrigues L, EEMCO Group: EEMCO Guidance to the in vivo assessment of tensile functional properties of the skin, Part 2: Instrumentation and test modes, Skin Pharmacol Appl Skin Physiol (67):52-67, 2001
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