Estratégias Naturais contra Microorganismos
Ácidos Orgânicos
Monoésteres de Glicerila
Avaliação de Preservantes
Sumário

 

 A natureza apresenta diversas estratégias protetoras nos reinos animal e vegetal. Numa escala macroscópica, a mobilidade, ou seja, a capacidade de fugir, é o primeiro e mais evidente exemplo; contudo, as criaturas lentas ou imóveis são dotadas de outras maneiras fascinantes de se autoproteger. As estratégias químicas podem desempenhar papéis importantes nesse quadro. Muitas vezes, são usados odores fortes e cores brilhantes, fazendo com que um ataque seja mais perigoso para o predador do que para a presa. Essa estratégia depende de imensa variedade de materiais tóxicos naturais produzidos por animais e plantas em seus “laboratórios naturais”, onde são desenvolvidos alguns dos mais potentes venenos do mundo. A Figura 1 mostra as estruturas de alguns exemplos de venenos naturais.

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Um pouco mais escondidas e, portanto, menos conhecidas, são as atividades do mundo microscópico. A estratégia de defesa química contra microorganismos será, normalmente, diferente da que é usada contra invasores maiores porque, em parte, existem diferenças entre os metabolismos das macro e microvidas. Enquanto grandes alcalóides ou polipeptídeos podem ameaçar com sucesso os animais, às vezes as moléculas menores e mais simples é que têm ação efetiva contra fungos e bactérias. A defesa química contra micróbios, normalmente, é encontrada em vegetais ou outros microorganismos competidores, ao passo que os animais dependem de sua resposta imunobiológica.

A análise a seguir irá se concentrar apenas nas defesas químicas contra microorganismos. Definiremos alguns princípios gerais que podem ser explorados para determinar os pontos fracos do metabolismo em face do controle de organismos-alvos. Indicaremos, também, como os sistemas naturais se autodefendem, ou seja, quais compostos químicos são os melhores contra as pressões permanentes de micróbios perigosos. Finalmente, demonstraremos os conceitos disponíveis hoje para que a indústria consiga uma preservação natural e sustentável – e ainda assim eficiente – dos produtos cosméticos.

Durante toda esta análise, o termo “natural” será usado para descrever preservantes e terá o significado descrito pelas principais instituições europeias de certificação de produtos – BDIH (Federação Alemã da Indústria e Comércio), Ecocert