Caspa, Dermatite Seborréica e Pityrosporum ovale
publicado em 23/06/2020
Prof. Sam Shuster
Universidade de Newcastle, Tyne,
(Inglaterra)
Atualmente, é irrefutável a evidência de que a caspa é uma forma menor de dermatite seborréica, devido à infecção pitirospórica.
Atualmente, é irrefutável a evidência de que a caspa é uma forma menor de dermatite seborréica, devido à infecção pitirospórica.
1. A caspa está associa a ao Pityrosporum ovale, existindo correlação entre a gravidade clínica e o número de microorganismos.
2. Qualquer uma, de uma série de drogas não relacionadas entre si, cujo único atributo comum é a capacidade de eliminar o pitirosporo, remove o microorganismo e cura a afecção.
3. A afecção é restabelecida pela reintrodução do microorganismo obtido a partir de culturas.1
As observações de que a caspa evolui para dermatite seborréica, de que ambas as lesões coexistem e podem ser indistinguíveis, e de que ambas respondem similarmente aos mesmos agentes antifúngicos são todas evidências claras de que a caspa é uma manifestação menor da dermatite seborréica.2
Há mais de um século, Malassez propôs a etiologia fúngica, e muitos experimentos, alguns básicos e mais elaborados, empreendidos nos vinte e cinco anos seguintes, deram sustentação a esta hipótese sob razoável controvérsia. Entretanto, tais evidências foram ignoradas ou rejeitadas e suplantadas pela teoria hiperproliferativa, apesar da precariedade técnica e conceitual desta última.
Não há dúvidas de que a redescoberta da antiga, e correta, etiologia pitirospórica teria ocorrido, mais cedo ou mais tarde, a partir da observação de pacientes tratados de moléstias outras com os agentes anti-fúngicos modernos. O atual ressurgimento contudo, ocorreu por motivos totalmente diversos.
Em 1980, escrevi a várias companhias produtoras de produtos cosméticos e de toucador, com intenção de levantar fundos para o estudo laboratorial da função feromonal das glândulas sebáceas.
Em resposta, uma delas solicitou que eu pesquisasse a hipótese proliferativa da caspa, comumente aceita. Tendo eu sugerido
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1. S. Shuster, The aetiology of dandruff and mode of action of therapeutic agents. Br J Dermatol 111: 235-242 (1984)
2. GP Ford, PM Farr, FA Ive and S Shuster, The response of seborrhoeic dermatitis to ketoconazole, Br J Dermatol 111: Suppl 26 25; 111: 603-607 (1984)
3. PM Farr, LB Krause, JM Marks and S Shuster, The response of scalp psoriasis to ketoconazole, Lancet ii: 921-2 (1985)
4. MM Carr, DM Pryce and FA Ive, Treatment of seborrhoeic dermatitis with ketoconazole: response of seborrhoeic dermatitis of scalp to topical ketoconazole: Br J Dermatol 111: 213-216 (1987)
5. CA Green, PM Farr and S Shuster, Treatment of seborrhoeic dermatitis with ketoconazole: II. response of seborrhoeic dermatitis of the face, scalp and trunk to topical ketoconazole, Br. Dermatol 116: 217-221 (1987)
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