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Produtos para a transformação dos fios sempre tiveram relevância no país com a maior variedade de tipos de cabelo no mundo, segundo o blog “Segredos de salão”, da L’Oréal Professionnel. Com procedimento diferenciado ante as conhecidas formas de alisamento, a escova progressiva virou febre no início dos anos 2000 e passou por evoluções na última década, ganhando novos ingredientes e atributos – de controle do frizz ao liso impecável.


Apesar da forte valorização dos cabelos naturais, ela mantém espaço no mercado, um público fiel e imagem dissociada dos malefícios acarretados pelas elevadas concentrações de formaldeído (ou formol).


A escova progressiva é uma invenção brasileira que chegou ao mercado de transformação capilar no final da década de 1990. A técnica foi desenvolvida para mudar a forma e diminuir o volume dos fios, com base na aplicação de aminoácidos e queratina, aliada ao processo térmico (secador e chapinha).

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A utilização do formol elevou a popularidade do procedimento a outro patamar, em razão dos resultados obtidos: alisamento satisfatório na primeira aplicação, com fios maleáveis e brilhantes.


A legislação sanitária permite o uso do formol em produtos cosméticos nas funções de conservante (limite máximo de 0,2%) e de agente endurecedor de unhas (limite máximo de 5%). Em concentrações inadequadas – como no início dos anos 2000, quando elas chegaram a 20% em escovas progressivas –, o formaldeído pode colocar em risco a saúde do cabeleireiro e do cliente.


Segundo a Anvisa, a exposição frequente ou prolongada ao formol pode causar hipersensibilidade, debilitação da visão, edema pulmonar e aumento do fígado, dentre outros problemas.


Clientes relatavam queixas como dores de cabeça e garganta, irritações na boca, nos olhos e no nariz, queimaduras no couro cabeludo e dificuldade para respirar. A alta concentração da substância também facilita o mecanismo de ruptura do fio, devido à redução da elasticidade da fibra. Em síntese, o calor da chapinha promove uma ação de termofusão entre o formaldeído e a queratina, formando uma estrutura “plastificada”. Após sucessivos procedimentos, os fios tornam-se quebradiços e ressecados.


A indústria buscou alternativas para a substituição do formol, como os produtos à base de carbocisteína e ácido glioxílico. Entraram em cena ingredientes coadjuvantes como proteínas, silicones, óleos e vitaminas. Chegaram ao mercado escovas progressivas com apelos diversificados, como escova inteligente, de verniz, de mel, marroquina, de chocolate...


São produtos com o mesmo mecanismo de ação, mas que proporcionam diferentes intensidades de alisamento – dependendo da composição e do tipo de cabelo –, sempre com destaque para a ausência de formol na formulação. O limite de temperatura das chapinhas também avançou, passando de 160ºC para até 230ºC.