Alisantes Capilares: História e Perspectivas (Revisão)
publicado em 17/04/2020
Francini C Picon, Viviane C Albarici, Leilane R Macário, Adriano S Pinheiro
Kosmoscience Ciência e Tecnologia Cosmética Ltda., Valinhos SP, Brasil
Idalina S Santos
IS&SPesquisaeInovaçãoLtda., SãoPaulo SP, Brasil
Maria Valéria Robles Velasco
Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo SP, Brasil
É notória a importância mercadológica dos produtos destinados ao alisamento dos cabelos. O desejo por mechas lisas e resistentes a umidade desencadeou o surgimento de novas classes de alisantes capilares. Este artigo explica a evolução da ciência que fundamenta o funcionamento desta nova categoria de produtos, contextualizando as preocupações da saúde ocupacional bem como, sua eficácia e segurança de uso
It is notorious the importance of marketing products for straightening the hair. The desire for tresses smooth and resistant to the moisture has triggered the development of new classes of hair straighteners. This article explains the evolution of the science that underlies the operation of this new products category, contextualizing the concerns of occupational health as well as their efficacy and safety of use.
Es notoria la importancia de la comercialización de productos para alisar el cabello. El deseo por mechones de cabelos lacios y resistentes a humedad provocó el surgimento de nuevas clases de productos para alisar el cabello. En este artículo se explica la evolución de la ciencia que subyace en el funcionamiento de esta nueva categoría de productos, la contextualización de preocupaciones de salud en el trabajo, así como su eficacia y seguridad de uso.
Novas Classes de Alisantes Capilares
Ácido Glioxílico (Glyoxylic Acid): a Molécula
Interação entre as Substâncias Ácidas e a Fibra Capilar
Saúde Ocupacional
Efeitos dos Ácidos sobre as Propriedades Físico-Químicas dos Cabelos
Conclusões
No início de 1900, Madam C. J. Walker, fabricante afro-americana de cosméticos de Indianápolis, Indiana, Estados Unidos, inventou uma pomada a partir de uma combinação de óleos que revolucionou as práticas de tratamento dos cabelos “afroétnicos”. Esse tratamento tornou os cabelos excessivamente ondulados mais macios, brilhantes e mais fáceis de pentear. No entanto, a pomada não alisava os cabelos e as mulheres com essa característica de cabelos não podiam ainda alcançar os estilos das mulheres caucasianas.1,2
Em 1905, Walker iniciou o uso da escova para alisamento em conjunto com o tratamento capilar que havia desenvolvido. A escova poderia ser aquecida no fogão e usada com a pomada, satisfazendo a necessidade, de certas mulheres, de alisar seus cabelos “afroétnicos”. Esse tratamento deixava os cabelos brilhantes, sedosos e temporariamente lisos. O método, primeiramente conhecido como método Walker, foi mais tarde chamado hairpressing e, nos dias de hoje, esse tratamento térmico que passou a ser feito com uso de piastra, é popularmente denominada chapinha.1,3,4
Até os anos 1950, para os cabelos excessivamente ondulados não havia um tratamento para alisamento mais efetivo. Somente em 1965, um tratamento inovador para o alisamento dos cabelos foi introduzido no mercado. O ingrediente ativo aplicado era o hidróxido de sódio. O método químico para o relaxamento dos cabelos eliminou a aplicação do método de alisamento temporário de Walker. As vantagens relativas à metodologia química foram inúmeras e o tratamento se expandiu rapidamente por diversos locais.
Com a inovação, algumas mulheres afro-americanas passaram a usar estilos que dominavam a cultura americana.
No final de 1960, forças competitivas iniciaram um trabalho para enfraquecer a primeira geração de cremes para alisamento dos cabelos.
De acordo com relatos, o uso consecutivo do relaxante alcalino diminuiria a resistência dos cabelos, tornando-os frágeis. O potencial de irritação do couro cabeludo e a dificuldade de enxague também foram pontos negativos identificados nessa tecnologia. Também ocorreram problemas com a estabilidade de fórmula, pois a presença do hidróxido de sódio no creme
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Comentários
Achei muito bom, mas discordo da tese do "maior inchaço" da fibra ou entumecimento das cutículas com pH inferior à 5.0, quiçá inferior à 2.0. Para mim, fica parecendo uma tentativa de justificar a ação da "escova progressiva", por exemplo, do ácido fórmico, nas ligações que definem a forma do fio... Definitivamente não é isto que ocorre e é muito claro para mim...
há 1 anoA ideia está em baixar o pH da fibra, mantendo-a assim, para, ao contrário do que foi dito, contraí-la de tal forma, em que a água, nas lavagens de rotina, não chegue às ligações de hidrogênio e salinas depois do processo e assim não voltando à forma anterior ao processo de escova/chapinha. Sem mudanças nas ligações dissulfeto, mas mantendo o efeito liso por um longo período e assim progressivamente a cada nova aplicação.
Enfim, me cadastrei no site porque estava em uma pesquisa breve pelo google sobre a história deste tipo de produto e seus componentes(a progressiva está com seus dias, na realidade, anos contados) apareceu este artigo, me interessei, mas só pude ter acesso completo ao conteúdo sendo cadastrado no site... achei bem legal e deixo o comentário por haver espaço para isto... No mais, agradeço pelo artigo!
Obrigado Leonardo!
há 1 anoRecomende a plataforma aos seus amigos, colegas e profissionais da área.