Maquiagem
publicado em 19/04/2020
Erica Franquilino - Jornalista
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Maquiagem facial através dos tempos
O homem se vale da maquiagem desde o tempo em que a paleta de cores vinha dos extratos de plantas, do barro e de outros elementos da natureza. Ao longo dos séculos, ela vem cumprindo seu papel de embelezar, de transgredir, revelar ou disfarçar. A maquiagem, assim como o vestuário e outros aspectos ligados à aparência, traduz padrões de comportamento e carrega simbologias. Por ser esse um segmento intrinsecamente relacionado às tendências de moda – e aos seus revivals – saber mais sobre sua trajetória e relação com os períodos históricos, pode ser, no mínimo, inspirador.
Cerca de 5.000 a.C., o homem já usava a pintura corporal para adorar os deuses, festejar ou diferenciar-se de outros grupos. Uma das formas mais antigas de colorir o corpo é a tatuagem, procedimento presente nas mais diversas culturas e que já esteve relacionado a fatores como hierarquia social, identificação de prisioneiros e ritos religiosos. O achado mais antigo no que diz respeito à tatuagem é o de uma múmia de aproximadamente 5.300 anos, encontrada nos Alpes italianos em 1991 e que tinha pigmentações na maior parte do corpo.
Os vestígios de preocupação com a beleza e o uso de maquiagens remontam à Antiguidade. Elementos extraídos da natureza eram usados por assírios, persas e babilônios, em aproximadamente 4.000 a.C. Dentre os primeiros recursos usados para colorir a face estão o kohl (pasta feita a partir da mistura de gordura animal triturada com sulfeto de chumbo), o açafrão, a fuligem, as “tintas” extraídas de frutos silvestres, além de substâncias tóxicas como o chumbo e o mercúrio.
Os artifícios para maquiar o rosto eram especialmente apreciados pelos babilônios – homens e mulheres. “As perucas, os rostos embranquecidos pela base feita de cera de abelha e carbonato básico de chumbo [...], os olhos excessivamente pintados e as maçãs do rosto enrubescidas por tintas vegetais [...] surpreendiam os guerreiros de outros países, que chegaram a referir-se à corte babilônica como um ambiente no qual os homens pareciam afeminados e não mais possuíam aspecto de guerreiros”, diz a autora Ana Carlota R. Vita em trecho do livro História da maquiagem, da cosmética e do penteado – em busca da perfeição (editora Anhembi Morumbi).
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