Exposição Humana às Micotoxinas   

Propriedades Tóxicas das Micotoxinas  

Micotoxinas em Cosméticos  

Conclusão  

Referências

 

Micotoxinas (do grego mykes = “fungo”) são compostos tóxicos produzidos por fungos e que foram descobertos apenas em 1960 após um surto de mortes de aves de criação (perus) no Reino Unido, atribuído à ração preparada com amendoins importados da África e do Brasil. Hoje já há mais de 400 micotoxinas identificadas, havendo indicativos de que existam milhares delas.1

Essas toxinas são metabólitos secundários policetônicos resultantes das reações de condensação que ocorrem quando se interrompe a redução dos grupos cetônicos na biossíntese dos ácidos graxos realizada pelos fungos. Não são conhecidas exatamente suas funções nos fungos, mas sabe-se que alguns deles produzem diferentes micotoxinas, e há micotoxinas comuns a diferentes fungos.2

As micotoxinas existem principalmente em micélios e esporos de estirpes toxigênicas dos fungos. Elas também podem ser encontradas nos conidiósporos (do grego konis = “poeira”), células leves que flutuam no ambiente e que, ao cair em um material apropriado, são capazes de gerar sozinhas um novo mofo ou bolor.

Condições tropicais, como altas temperaturas e umidade, monções, chuvas fora de época durante a colheita e enchentes, propiciam a proliferação de fungos e a produção de micotoxinas.2

Entre as milhares de espécies de fungos já identificadas, apenas cerca de 100, pertencentes aos gêneros Aspergillus, Penicillium, Alternaria e Fusarium, são reconhecidas por produzir micotoxinas. Entre as aproximadamente 400 micotoxinas conhecidas, as mais importantes são aflatoxinas (AFs), zearalenone (ZON), deoxinivalenol (DON ou vomitoxina), fumonisinas (FUMs), ocratoxinas (OTs) e tricotecenos (T-2 e HT-2).

Esses fungos produtores de micotoxinas são categorizados em dois grupos principais: os fungos de campo, que atacam as plantas antes da colheita, e aqueles que se proliferam nas sementes armazenadas, denominados fungos de armazenamento. Muitos desses fungos também são encontrados em residências,3 levando à ocorrência de doenças imunológicas e neurológicas diversas, associando-se o maior tempo de exposição a eles diretamente à observação de ocorrência de doenças.