Caracterização e Eficácia de Álcool Gel
publicado em 08/04/2020
Cláudia Gisch, Marinês Pérsigo Morais Rigo, Luisa Scheer Ely, Renata Vidor Contri
Centro Universitário Univates, Lajeado RS, Brasil
O álcool gel é a formulação mais utilizada na antissepsia das mãos. Foram analisadas as características físico-químicas e a eficácia antimicrobiana in vivo de quatro amostras magistrais de álcool gel e de um produto industrializado. A eficácia dos produtos magistrais foi semelhante à do produto industrializado, embora o produto industrial tenha apresentado melhores aspectos de espalhabilidade sobre a pele.
Alcohol gel is the most used formulation for hand antisepsis. The physical-chemical characteristics and the in vivo antimicrobial efficacy of four samples of alcohol gels prepared by compounding pharmacies were evaluated. The efficacy of the products from the pharmacies was similar to the industrial product, even though they showed distinct aspect and capacity to spread along the skin.
El gel de alcohol es la formulación mas utilizada en la antisepsia de las manos. Se analizaron las características físico químicas y la eficacia antimicrobiana in vivo de cuatro formulaciónes magistrales. La eficacia de los produtos magistrales fueran similares al producto industrial, aunque mostraran diferente apariencia y capacidad de extension en la piel.
A pele apresenta microbiota característica, sendo classificada em residente ou transitória. Os microrganismos residentes são de baixa virulência e representados por bactérias gram-positivas, como estafilococos, micrococos e algumas espécies de corinebactérias.1,2 Já na microbiota transitória comumente se encontram bactérias gram-negativas, principalmente as enterobactérias, as do gênero pseudomonas e as bactérias aeróbicas formadoras de esporos. Além disso, há algumas gram-positivas, como Staphylococcus aureus, fungos e vírus. Todos esses microrganismos apresentam maior patogenicidade, estando associados a surtos de infecção hospitalar. Por estarem mais superficialmente na pele, são removidos mais facilmente pela lavagem, oportunizando maior controle da disseminação de infecções.¹,³
A partir de 2009, por consequência da epidemia de gripe H1N1, alguns hábitos de saúde que não eram tidos como usuais pela população, por exemplo, a lavagem frequente das mãos e o uso de produtos antissépticos, passaram a ser frequentes. O uso desses produtos, que era propagado quase exclusivamente em ambientes hospitalares e de saúde, passou a ser estimulado pelo Ministério da Saúde em todos os locais, domésticos e comerciais.4 Atualmente, a frequência de aparecimento
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