Suplementos Dietéticos/Alimentares
Resultados
Discussão
Conclusão

 

A pele é o órgão que cria uma fronteira entre nosso sistema fisiológico interno e o meio-ambiente, protegendo o organismo de agressões externas, como as radiações cósmicas e UV, de espécies reativas de oxigênio, de poluentes do ar e de lesões mecânicas. A pele também é parte importante do sistema imunológico1 e evita a perda excessiva de água pela epiderme.

Localizada externamente, a pele traz os sinais de seu contato diário com agressores ambientais, o que vai se traduzindo pela formação de linhas finas, rugas, tonalidade desigual, e por crescente desidratação. No final das contas, a consequência deletéria da radiação UV – o envelhecimento actínico – soma-se à inevitável cronologia para darem à pele os sinais de envelhecimento.2

No nível molecular, a constante exposição da pele ao meio-ambiente pode desencadear a formação de radicais livres, depleção de antioxidantes endógenos, supressão de funções imunológicas e ativação de metaloproteinases (MMPs)3 de matrizes específicas. Do ponto de vista fisiológico, tais reações moleculares podem estar associadas com estresse oxidante, peroxidação lipídica da membrana, menor vigilância imunológica, inflamações e com a perda do revestimento formado pela estrutura 3-D da matriz extracelular (ECM). O colapso da ECM é considerado por muitos estudiosos como o evento fundamental da perda da elasticidade e hidratação da pele, e do surgimento dos sinais do envelhecimento.4

As indústrias cosméticas baseadas em biotecnologia já desenvolveram numerosas formulações tópicas visando aliviar o surgimento dos sinais de envelhecimento, agindo diretamente sobre os mecanismos moleculares. Em certos casos, essas formulações tópicas já com[1]provaram sua eficácia na melhora do aspecto da pele das consumidoras. Porém, a aplicação de ingredientes ativos sobre a superfície da pele pode não ser a única maneira de proporcionar benefícios à pele.

 

Suplementos Dietéticos/Alimentares

Podem ser utilizados suplementos dietéticos/alimentares para fornecer nutrientes ativos para todos os órgãos do corpo. Como dissemos, a pele é um órgão e, como tal, recebe os benefícios de nutrientes transportados por esses suplementos. As repercussões da nutrição sobre a saúde da pele são bem exemplificadas pelo fato de que alguns distúrbios da estarem diretamente ligados a deficiências nutricionais.3

Inversamente, a pele desempenha importante papel na manutenção da saúde dos ossos, por meio da síntese da vitamina D.6 O inter-relacionamento entre a pele e a homeostase nutricional foi recentemente destacado,7 com destaque especial para o conhecimento dos processos celulares e moleculares que ocorrem.

Realizamos um estudo clínico no qual um creme tópico e um suplemento dietético/alimentar foram administrados concomitantemente. O suplemento fornecia proteoglicanos, colágeno, glucosamina, pigmento carotenoide (ésteres de astaxantina) e ácidos graxos essenciais ômega-3 (EPA e DHA). A eficácia desse regime ficou demonstrada pela atenuação dos sinais visuais de envelhecimento, bem como pela melhora funcional das propriedades da pele.

- Delineamento do estudo: Foi um estudo cego para o avaliador, de grupo paralelo, consistindo de três visitas de avaliação durante um período de 12 semanas. Foram randomizados três regimes entre 100 voluntários, visando completar o estudo com cerca de 30 voluntários em cada grupo. A eficácia do regime foi medida por avaliações visuais de linhas finas no rosto, desigualdades de tonalidade da pele, tonalidade amarelada e aspereza ao toque.

Além disso, foram realizadas medições instrumentais com um Dermal Torque Meter (Dia-Strom Ltd., Hampshire, Reino Unido) e um Corneometer (Courage-Khazaka electronic GmbH, Colônia, Alemanha) para aferir a elasticidade e hidratação da pele, respectivamente. Foram aplicados questionários de autoavaliação para parâmetros sensoriais e a aceitação.

Para aferir a eficácia dos produtos testados no suporte a apelos específicos, foram usadas avaliações visuais e instrumentais: a redução das linhas finas foi verificada visualmente pelos voluntários e pelo avaliador; a melhora da elasticidade da pele foi medida com o Dermal Torque Meter; a tonalidade da pele foi avaliada visualmente pelo avaliador e pelos voluntários; as melhoras do tom da pele (tonalidade amarelada) foram avaliadas visualmente pelo avaliador e pelos voluntários; a hidratação da pele foi avaliada visualmente pelo avaliador, por meio de leituras do Corneometer e pelos voluntários.

- Seleção dos voluntários: Os critérios de inclusão foram os seguintes: sexo feminino; idade entre 35 e 60 anos inclusive; ter completado período mínimo de 3 dias de condicionamento, imediatamente antes de sua inclusão no estudo; presença de linhas finas na face, avaliados por um avaliador treinado; motivados e com desejo de cumprir os procedimentos designados; com intenção de não alterar a indicação de uso dos cosméticos do estudo, durante a realização do teste; e assinatura de um documento de consentimento após tomar conhecimento das características do estudo.

O uso de medicamentos retinóides orais ou de retinóides tópicos nos três meses anteriores ao início do estudo foi considerado um critério de exclusão.

- Metodologia: O regime para os voluntários randomizados para o grupo A consistiu no uso doméstico de um creme tópico ativo por 12 semanas e na ingestão de um suplemento dietético/ alimentar oral. Os parâmetros de eficácia monitorados para o grupo A foram: linhas finas, tonalidade da pele não uniforme, tonalidade amarelada, aspereza ao tato, elasticidade e hidratação da pele. Os voluntários do grupo A preencheram um questionário de autoavaliação nas semanas 0 e 12.

O regime dos voluntários do grupos B e C consistiu no uso em casa de suplemento dietético/alimentar e aplicação de um creme placebo (grupo B), e apenas o uso do creme tópico (grupo C). Os parâmetros de eficácia dos grupos B e C foram: elasticidade e hidratação da pele. O creme tópico ativo MRTex (Atrium Biotechnologies Inc., Quebec, Canadá) tinha um inibidor de MMP altamente potente (INCI: Glycosaminoglycans) incluído num creme base. O creme placebo consistia no mesmo creme base, sem a inclusão do ingrediente ativo.

Já o suplemento dietético/alimentar MRTin (Atrium Biotechnologies Inc., Quebec, Canadá) era constituído de cápsulas gelatinosas transparentes de 250 mg, contendo 125 mg de um extrato patenteado de glicosaminoglicano e 125 mg de extrato em pó hidrolisado contendo um inibidor altamente potente de MMP, proteoglicanos complexos, colágeno, glucosamina, pigmento carotenoide (ésteres de astaxantina) e ácidos graxos essenciais ômega-3 (EPA e DHA).

- Procedimento: De três a cinco dias anteriores à visita inicial (semana 0), as voluntárias deveriam proceder a um período de condicionamento. Elas substituíram seus produtos de limpeza facial por um sabonete comum de mercado - neste estudo foi utilizado o sabonete Neutragena (Nutragena Corp., Los Angeles CA, Estados Undidos) e deixaram de usar hidratantes. Foi permitido o uso de cosméticos faciais, como base, pós, maquilagem de olhos e removedor de máscara.

As voluntárias apresentaram-se aos locais dos testes com as faces livres de make-up, com exceção de batom e maquilagem de olhos. Foram examinadas ao entrar no estudo por meio do preenchimento de um formulário dos critérios de inclusão/exclusão e por um exame visual do avaliador. As avaliações visuais basais foram realizadas nessa visita e, também, foram efetuadas leituras com o Dermal Torque Meter e com o Corneometer. A seguir, as voluntárias foram randomicamente designadas para um dos três grupos (A, B ou C) de estudo. As voluntárias aplicaram o creme com ingrediente ativo (grupos A e C) ou o creme placebo (grupos B) duas vezes ao dia, pela manhã e à noite, durante todo o período. As voluntárias dos grupos A e B, além de aplicar o procedimento tópico, ingeriram diariamente, no café da manhã, cápsulas de suplemento dietético/alimentar. Os voluntários retornaram ao final das semanas 1 e 12, após cumprirem os procedimentos do estudo.

As avaliações visuais e as verificações de adesão foram realizadas na semana 1. As áreas de teste foram examinadas para constatar a ocorrência de irritação e, se constatada, seriam tomadas providências. Todos os produtos do teste foram coletados, pesados e devolvidos às voluntárias. Na semana 12, as verificações visuais e leituras instrumentais foram realizadas nos mesmos locais utilizados no início. As voluntárias do grupo A preencheram o questionário de auto[1]avaliação. Todos os produtos não utilizados foram recolhidos.

- Avaliação visual: A área facial de cada voluntária foi avaliada por um avaliador treinado usando uma fonte padronizada de luz e, se necessário, uma lupa, para o exame da área.

• Linhas finas foram definidas como rugas superficiais ou riscos superficiais. No geral, essas linhas foram eliminadas retesando-se a pele. Os graus de severidade eram: 0 = sem evidência de linhas faciais; 2 = linhas ocasionais, dispersas; 4 = número pequeno de linhas finas discretas; 6 = número moderado de linhas finas, próximas, umas das outras; 8 = inúmeras linhas finas densamente distribuídas na face.

• A irregularidade da coloração da pele foi classificada com o seguinte escore: 0 = tonalidade uniforme da pele; 2 = leve diferença de tonalidade, em pequenas áreas; 4 = leves diferenças de tonalidade num número moderado de áreas ou numa área de superfície moderada; 6 = diferenças moderadas de tonalidade em área de dimensões moderadas, ou pequenas diferenças em grandes áreas, ou diferenças extremas em pequenas áreas; 8 = grandes diferenças de tonalidade em grandes áreas, ou pequenas áreas de hiperpigmentação.

• Coloração amarelecida refere-se à tonalidade da cor da pele, e foi classificada segundo o seguinte escore: 0 = a pele tem tonalidade rósea; 2 = a pele é pálida; 4 = a pele tem uma leve tonalidade amarelada; 6 = a pele tem coloração moderadamente amarelada; 8 = a pele é muito pálida, com evidente tom amarelado.

• Aspereza ao tato refere-se à textura das bochechas, quando delicadamente apalpadas. A aspereza ao tato foi classifica[1]da segundo o seguinte escore: 0 = a pele é bem lisa; 2 = a pele é bastante lisa, com ocasional área áspera; 4 = leve aspereza; 6 = aspereza moderada; 8 = grave aspereza.

Os graus 0, 2, 4, 6 ou 8 refletem condição generalizada. Os graus 1, 3, 5 e 7 podem ser usados para representar uma condição intermediária ou menos de 50% da área de teste, apresentando a mais alta condição do escore. O escore 8 é o grau máximo atribuído.

 - Avaliação instrumental: As voluntárias foram mantidas numa sala com temperatura de 20±2°C e umidade relativa de 35±5%, por pelo menos 30 minutos, antes das leituras com o Corneometer. Foram tomadas leituras em triplicata, de cada sítio. Foi calculada a média dessas leituras para as análises estatísticas. As leituras do Dermal Torque Meter foram realizadas em condições ambientais.

As voluntárias ficaram em posição ereta com a cabeça praticamente perpendicular à superfície de apoio.

- Análises estatísticas: As análises estatísticas foram realizadas em todos os dados coletados, exceto o questionário de autoanálise. Análises durante o tratamento foram realizadas para avaliar as alterações em relação aos valores basais de cada tratamento. O método usado para as avaliações visuais foi aquele indicado no rank test. O método usado para as leituras instrumentais foi o teste-t pareado. As análises entre tratamentos foram realizadas usando-se medições repetidas da técnica da variância, comparando as alterações a partir dos valores basais, entre os diversos tratamentos. O teste de significância foi realizado com o nível alfa = 0,05.

 

Resultados

Os resultados relatados neste estudo foram obtidos de 93 voluntárias: 29 no grupo A, 32 no grupo B e 32 no grupo C. Os dados demográficos das voluntárias deste estudo clínico variaram de 35 a 55. A média e a faixa dos valores para avaliação visual basal dos parâmetros do grupo A (creme ativo tópico e suplemento dietético/alimentar) estão registrados na Tabela 1.

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As voluntárias eram diversificadas, conforme se pode ver na faixa de valores de cada avaliação visual. Os escores basais médios demonstraram que as voluntárias tinham sinais relativamente moderados de envelhecimento. Para cada avaliação visual as alterações foram unidirecionais, segundo a escala de escores.

Um número substancial de voluntárias mostrou melhoras logo após uma semana de tratamento. Após 12 semanas, para todas as avaliações visuais, mais da metade das voluntárias do grupo A apresentaram melhora, pelo menos um grau com resposta mais pronunciada no caso da pele amarelada. Observamos notável progressão entre as semanas 1 e 12 na pontuação ganha pelas voluntárias que apresentaram melhora (Tabela 1).

Destaque para a grande gama de melhoras observadas. Todas as avaliações visuais tiveram três graus de melhora após 12 semanas de uso, exceto no caso das linhas finas. No caso de pele amarelada, foram notadas grandes melhoras, com 7 melhoras de três graus, entre 26 voluntárias que apresentaram alterações positivas nessa avaliação visual específica realizada pelos pesquisadores. As voluntárias que tinham recebido grau 0 no início e também na 12a semana do estudo para o parâmetro de aspereza de tato não foram consideradas no número total, quando foi realizado o cálculo da proporção das que obtiveram melhora.

Para quantificar melhor a eficácia do regime do grupo A, dentre as voluntárias que obtiveram melhora, foi projetada a medida de eficácia distinguindo as diversas melhoras, segundo a escala de graduação (desvios de graus 1, 2 ou 3). O valor da eficácia após as semanas 1 e 12 de uso foi testado contra os valores basais, para avaliação da diferença estatística (Tabela 1). O amarelado da pele apresentou clara diferença estatística (p<0,005) logo com uma semana e após as 12 semanas de aplicação do procedimento.

A desigualdade do tom da pele e as linhas finas melhoraram significativamente com o procedimento (p><0,05) já com uma semana de uso, no caso das linhas finas. O procedimento não produziu nenhuma diferença estatisticamente significativa em relação aos valores basais, no caso da aspereza ao tato. Isso, provavelmente, se explica pela presença de voluntárias com avaliação basal de grau 0 e, portanto, o número mais baixo de voluntárias que poderiam fazer parte dos cálculos estatísticos.

Os resultados dos questionários de auto-avaliação preenchidos pelas voluntárias do grupo A estão na Tabela 2. A autoavaliação foi realizada por meio de um questionário com 17 perguntas sobre parâmetros de qualidade e aparência da pele, basalmente e após 12 semanas de uso. Para cada pergunta, as voluntárias deveriam escolher entre: excelente, muito eficaz, eficaz, médio, ruim ou não se aplica, ao avaliar a pele.

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O tratamento atendeu a expectativa de 86% das voluntárias do grupo A. Em geral, as voluntárias notaram que o tratamento foi eficaz em todos os parâmetros, especialmente os efeitos nutritivos e hidratantes, além do aspecto sedoso. Todos estes foram claramente importantes, com 83%, 79% e 83% das voluntárias do grupo A, tendo relatado que o tratamento foi muito eficaz ou excelente, respectivamente, nesses casos particulares. Houve casos de relato de melhora nos cabelos e unhas.

Foram realizadas medidas de hidratação da pele após 12 semanas de uso por voluntárias dos três grupos. Conforme se vê na Figura 1 e como ficou demonstrado pelas leituras instrumentais do Corneometer, o tratamento combinado (grupo A) foi o que alcançou melhores resultados em termos de hidratação da pele, com média 7,9% (p<0,01). Deve-se notar que houve maior proporção de voluntárias do grupo A com melhoras na hidratação da superfície da pele (75%). O uso de suplemento dietético/ alimentar isoladamente (grupo B) ainda causou melhora estatisticamente significativa na hidratação da superfície da pele, embora em grau menor que 6,5% (p<0,05). A análise entre os grupos mostrou diferença estatisticamente significativa entre os grupos A e C (p<0,05).

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A elasticidade foi avaliada com base na melhora média da capacidade de extensão da pele (Ue), do componente viscoelástico (Uv) e da tonicidade (Ur). Como se pode observar na Figura 2, Ue esteve com maior melhora após 12 semanas de uso do tratamento combinado no grupo A, com melhora geral de 38%. Esse resultado foi estatisticamente diferente em comparação com os valores basais (p<0,01). O grupo C também apresentou melhora significativa (p><0,05), mas em menor grau (19%).

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O grupo A teve melhora geral importante de 33% mas sem significado estatístico em relação ao valor basal após 12 semanas de uso, para Uv (Figura 3). Novamente, o grupo A se destacou por apresentar diferenças significativas no caso de Ur (p<0,05), tendo melhorado 32% após 12 semanas de tratamento (Figura 4). O grupo C mostrou tendência de melhora (14%), mas não o suficiente para ser estatisticamente significativa. O grupo B teve apenas eficácia moderada nos parâmetros de elasticidade da pele, em comparação à situação basal..

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Discussão

Demonstramos que a combinação da eficácia de um creme tópico com a de um suplemento dietético/alimentar resultou na melhora da aparência da pele. No estudo clínico realizado, houve melhora dos parâmetros associados com aparência envelhecida da pele: linhas finas, coloração amarelada, tonalidade desigual da pele e aspereza ao tato. A melhora da aparência da pele foi analisada e julgada por pesquisadores treinados, auxiliados diretamente pelos voluntários, por meio de um questionário; além disso, essa melhora foi quantificada por meio de medidas da hidratação e da elasticidade, usando-se os instrumentos adequados. A significância estatística foi obtida conforme os parâmetros e os pontos do tempo testados. Em alguns casos (amarelecimento e aspereza ao tato), a melhora atingiu o grau 3 numa escala de 0 a 8.

O regime usado neste estudo clínico consistiu de um creme tópico contendo um ingrediente ativo dotado de poderosa atividade inibidora de MMP e de um suplemento dietético/alimentar que forneceu proteoglicanos, colágeno, glucosamina, pigmento carotenoide (ésteres de astaxantina) e ácidos graxos essenciais ômega-3 (EPA e DHA). Havia, também, a presença de atividade inibidora de MMP no suplemento dietético/alimentar. Com base nos dados registrados pelas medidas de hidratação e elasticidade, o uso concomitante de um creme tópico e de suplementos dietéticos/alimentares apresenta benefícios aditivos ou sinérgicos.

Quando usado isoladamente, o suplemento dietético/alimentar (grupo B) gerou efeito hidratante significativo (Figura 1), entretanto, seu efeito sobre a elasticidade da pele, segundo medida com o uso do Dermal Torque Meter, foi moderado. Inversamente, o creme tópico ativo obteve melhor escore no parâmetro de capacidade extensora (Figura 2) e menor para hidratação (Figura 1). Isso demonstra o efeito complementar que existe entre os tratamentos tópico e oral, agindo sobre diferentes características funcionais da pele.

 

Conclusão

Apesar de suas importantes funções, a pele, frequentemente, é vista como sendo um mero envelope inerte. Na verdade, a pele é um órgão vivo, tanto quanto o coração, os rins e o fígado.

Assim sendo, a pele está fortemente influenciada, tanto pelo que usamos topicamente quanto pelo que ingerimos oralmente para garantir sua homeostase fisiológica.

Demonstramos que ao combinar um suplemento dietético/ alimentar com um creme tópico ativo, ambos formulados com ingredientes selecionados, conseguimos fornecer à pele um benefício à sua aparência mediante a redução de determinados sinais de envelhecimento. Serão necessários outros estudos para elucidar o real mecanismo que permeia a melhora clínica de cada um dos parâmetros testados neste estudo. Todavia, ousamos sugerir todos os caminhos potencialmente envolvidos: inibição da ação enzimática MMP, quelação de espécies de oxigênio reativo e ação anti-inflamatória, reunidos para evitar excesso de danos oxidantes e atividades de degradação para, como consequência, conservar a multifuncionalidade do ECM da pele, o que leva a uma melhor aparência.

Trabalhar de “dentro para fora” representa um novo e desafiador enfoque cosmecêutico integral que dá à pele os ingredientes biologicamente ativos que podem agir sobre a superfície. Com esta solução, podem ser esperadas ações sinérgicas no nível molecular do ECM da pele.

 

 

Este artigo foi publicado na revista Cosmetics & Toiletries (Edição em Português) 16(2): 58-62, 2004
Publicado originalmente em inglês Cosmetics & Toiletries 118(1):57-64,2003