Uso de Óleos de Babaçu e Macaúba em Cosméticos
publicado em 21/02/2022
G Cardoso Oliveira da Silva, DL Rost, LF Claro de Albuquerque
Centro Universitário IESB, Brasília DF, Brasil
Este estudo é embasado em relatos da literatura científica, na área da oleoquímica, trazendo aspectos da composição química e métodos de extração dos óleos vegetais, seus principais usos populares e aplicações comerciais para as espécies babaçu (Orbignya phalerata) e macaúba (Acrocomia aculeata), com o objetivo de evidenciar as suas potenciais utilizações como matérias-primas para a indústria cosmética.
This study is based on reports from the scientific literature, in the area of oil chemistry, bringing aspects of the chemical composition and methods of extraction of vegetable oils, their main popular uses and commercial applications for the babassu (Orbygnia phalerata) and macaúba (Acrocomia aculeata) species, with the objective of highlighting its potential uses as raw materials for the cosmetic industry.
Este estudio se basa en informes de la literatura científica, en el área de la oleoquímica, que traen aspectos de la composición química y métodos de extracción de los aceites vegetales, sus principales usos populares y aplicaciones comerciales para el babasú (Orbygnia phalerata) y la macaúba (Acrocomia aculeata), con el objetivo de destacar sus potenciales usos como materia prima para la industria cosmética.
Metodologia
Óleos Vegetais em Produtos Cosméticos
Babaçu
Macaúba
Caracterizações do Babaçu e da Macaúba
Conclusões
Não é possível datar com precisão a primeira vez que foram utilizados produtos cosméticos pela humanidade. Preparações de ingredientes naturais têm sido tradicionalmente usadas há séculos, com propósitos de cuidados e/ou beleza. Há relatos de que os egípcios utilizavam óleos e cremes para se protegerem dos ventos quentes e secos do deserto, incorporando aos óleos e cremes ingredientes à base de milho, manjerona, camomila, lavanda, lírio, gergelim, oliva, entre outros. Os costumes egípcios acabaram sendo exportados para a Grécia e para Roma. Inclusive a origem da palavra cosmética é grega e vem de kosmétos (Koσμ “τóσ) que significa “adorno ou ornamento”.1
Nos últimos anos, o interesse de pesquisadores pelo desenvolvimento de novas tecnologias para a produção de cosméticos naturais tem se intensificado. Uma das justificativas desse crescente interesse são as preocupações dos consumidores acerca dos ingredientes sintéticos e das substâncias químicas presentes em formulações de produtos, pois muitos deles buscam alternativas que incorporem os mesmos parâmetros éticos dos seus estilos de vida: saúde, sustentabilidade e beleza livre de crueldade em animais (sem testes em animais). A demanda por produtos cosméticos à base de ingredientes naturais está em constante crescimento, levando os pesquisadores a buscar novos compostos que possam atender às exigências do público-alvo. Algumas vantagens dos cosméticos naturais em relação aos produtos sintéticos são: matéria-prima mais pura; diminuição de efeitos colaterais, resíduos ambientalmente favoráveis e eficácia não testada em animais.2-5
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o Brasil é o quarto colocado no mercado mundial em consumo. Nesse ranking, o Brasil está após os Estados Unidos, a China e o Japão sendo este um indicativo da importância da atuação nacional no setor de HPPC e do potencial poder de consumo desses produtos pelos brasileiros.
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