Óleos Vegetais em Cabelos Tratados Quimicamente
publicado em 21/11/2023
IL Nascimento de Farias, ML Cornélio
Departamento de Engenharia Química, Universidade Federal da Paraíba (UFPB) – Campus I, João Pessoa PB, Brasil
Cosméticos capilares são formulados para reparar a fibra por causa dos danos diários. Diante disso, esta pesquisa buscou avaliar a variação de parâmetros mecânicos da fibra capilar com o uso de óleos vegetais. Os resultados deste estudo indicam que os óleos vegetais melhoraram a resistência e o brilho das mechas após tratamentos químicos.
Hair cosmetics are formulated to repair the fiber that needs treatment due to daily damage. Given this need, the research sought to perform tests analyzing mechanical parameters of the hair fiber, verifying the application of vegetable oils. In the results of the study, we observed that vegetable oils improved the resistance and shine of the locks subjected to chemical treatments.
Los cosméticos capilares están formulados para reparar la fibra debido a los daños diários. Ante esta necesidad, la investigación buscó realizar pruebas analizando parámetros mecánicos de la fibra capilar, verificando la aplicación de aceites vegetales. En los resultados del estudio se observó que los aceites vegetales mejoraban la resistencia y el brillo de los mechones sometidos a tratamientos químicos.
Os cosméticos capilares ocupam o quarto maior mercado mundial.1 Nesse cenário, o Brasil é o quarto país do mundo que mais consome produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC) e o terceiro em lançamento de novos produtos.2 O segmento mundial de ingredientes naturais para os cuidados com os cabelos tem se expandido a uma média anual de 8%.3 Atualmente, está havendo aumento na incorporação dos óleos vegetais em formulações cosméticas, devido às suas propriedades benéficas, pois restauram a fibra capilar danificada, protegem os fios de danos futuros e causam menos impactos ambientais.4
A aparência e a estética dos cabelos são uma preocupação frequente entre as mulheres que buscam seguir uma tendência de cabelos alisados, coloridos e tingidos.5 Os danos gerados por esses procedimentos são fios opacos, ressecados, ásperos, frágeis e sem brilho. Isso porque esses processos químicos elevam o pH, abrem as cutículas dos fios e proporcionam a penetração das substâncias químicas até o córtex.6 Entre os três tipos de cabelo – africano, asiático e caucasiano –, os fios de cabelo africanos têm o menor diâmetro, o que prejudica a distribuição da oleosidade natural ao longo da fibra capilar, resultando em um cabelo com aspecto opaco e seco.5-7 Por isso, há a necessidade do uso de óleos vegetais nesse tipo de cabelo, pois eles envolvem os fios e servem com uma barreira de proteção contra os danos.8
Os produtos capilares condicionadores são formulados para reparar a maleabilidade do cabelo, diminuir a eletricidade estática, reduzir a fricção entre os fios e recondicionar a fibra danificada, atuando tanto na prevenção quanto na reparação de danos.9 Os óleos vegetais estão sendo cada vez mais utilizados em formulações cosméticas, pois conservam a camada cuticular – cuja principal função é proteger a região do córtex capilar contra danos – e restauram as propriedades sensoriais.8 Além disso, esses óleos contêm triglicerídeos com grande variedade de ácidos graxos com diferentes tamanhos de cadeia carbônica e diversos graus de saturação e tipos de ligações. As cadeias curtas e médias têm tamanhos reduzidos de moléculas, por isso penetram com mais facilidade no cabelo. A presença de ligações insaturadas dificulta a permeação, uma vez que essas ligações causam uma angulação no formato da molécula.10
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1. Cosmetic Innovation. Mercado brasileiro de HPPC volta a crescer. On-line. Disponível em: https://cosmeticinnovation.com.br/mercado- -brasileiro-de-hppc-volta-a-crescer/. Acesso em: 22/6/2023
2. Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pesssoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Brasil é o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo. On-line. Acesso em: https://abihpec.org.br/brasil-e-o-quarto-maior-mercado-de-beleza- -e-cuidados-pessoais-do-mundo/. Acesso em: 22/6/2023
3. MSJ Simmonds, JM Marsh. Produtos de Origem Vegetal para os Cabelos. Cosm & Toil Brasil 33(2):20-23, 2020. Disponível em: https://www.cosmeticsonline.com.br/ct/painel/class/artigos/uploads/ b7ec5-Artigo-pag-20.pdf. Acesso em: 22/6/2023
4. K Keis, D Persaud, YK Kamath, AS Rele. Investigation of penetra[1]tion abilities of various oils into human hair fibers. J of Cosmetic Science 56(5):283–295, 2005. PMID: 16258695
5. A Tanus, CCC Oliveira, DJVl Villarreal, FAV Sanchez, MFRG Dias. Black women’s hair: the main scalp dermatoses and aesthetic practices in women of african ethnicity. Anais Brasileiros de Dermatologia 90(4):450–465, 2015
6. JD Santos. Caracterização de fios de cabelo antes e após tratamento químicos e físicos por espectroscopias Raman e no infravermelho e microscopia eletrônica (tese). Juiz de Fora, Faculdade de Química, Universidade Federal Juiz de Fora, Juiz de Fora MG, 2017
7. B Erik , H Havitcioglu, S Aktan, N Karakus. Biomechanical properties of human hair with different parameters. Skin Res Technol14(2):147-151, 2008. Disponível em: https:// 10.1111/j.1600- -0846.2007.00268.x. Acesso em: 26/6/2023
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15. RA Sversut, AD Ferreira, EL Moreira de Toledo, L Prates-Céspedes, N. Mohamad-Kass ab, J Cabral-Vieira. Avaliação da qualidade de alisantes capilares contendo tioglicolato de amônio. Rev Colomb Cienc Quím Farm 46(3):303- 318, 2017
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