Microesferas de Polietileno em Esfoliantes Faciais
publicado em 13/04/2020
Pâmela Alves de Almeida, Victor Fabrício
Faculdade Unyleya, Florianópolis SC, Brasil
As microesferas de polietileno, utilizadas como princípio ativo de esfoliantes faciais, podem ser nocivas aos animais marinhos e até mesmo aos seres humanos. No entanto, é muito utilizada na estética facial. O objetivo deste trabalho é analisar a conscientização ambiental de profissionais da área de estética facial.
Polyethylene microbead, used as an active ingredient in facial scrubs, can be harmful to marine animals and humans. However, it is much used in facial aesthetics. The objective of this paper is to evaluate the environmental awareness of professionals in the area of facial aesthetics.
Las microesferas de polietileno, utilizadas como principio activo de exfoliantes faciales, pueden ser nocivas para los animales marinos y los mismos seres humanos. Sin embargo, es muy empleado en la estética facial. El objetivo de este trabajo es evaluar la concientización ambiental de profesionales del área de estética facial.
A busca por melhor qualidade de vida leva consumidores a preferir produtos ou serviços sem a presença de substâncias potencialmente nocivas à saúde ou ao meio ambiente em geral.¹ O consumidor que busca por esse tipo de cosmético cria uma lealdade ao produto ou à marca e aceita inclusive pagar mais por isso.²
Nesse contexto, ter práticas sustentáveis deixa de ser apenas um diferencial, tornando-se uma exigência do consumidor consciente.3
Alguns cosméticos, especialmente os esfoliantes faciais físicos, utilizam como princípio ativo as microesferas de polietileno.4 Essas microesferas são micropartículas plásticas com tamanhos até 1 milímetro,5,6 que, ao serem enxaguadas, vão para o ralo e são despejadas diretamente nos oceanos, porque, devido ao seu tamanho, não são capturadas pelas estações de tratamento.7 Esses microplásticos adsorvem contaminantes, ou seja, os contaminantes são fixados por esses plásticos, os quais se tornam carreadores. 8 Os microplásticos são confundidos com alimento pelos animais marinhos,9 como os peixes. Esses peixes podem ser vendidos para consumo humano, fazendo com que os contaminantes fixados nos plásticos sejam ingeridos pelas pessoas.10
Nesse sentido, Almeida e Kuroshima11 (2017) realizaram um estudo para avaliar princípios ativos alternativos às microesferas de polietileno. Os autores concluíram que, quando esses ingredientes são naturais, têm tamanhos desiguais e são mais
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