Hiperpigmentação Cutânea e Despigmentantes Cosméticos
publicado em 15/03/2025
Daniela Fernandes
Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico da Guarda, Guarda, Portugal
Helena Margarida Ribeiro
Instituto de Investigação do Medicamento (iMed.ULisboa), Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal
André RTS Araujo
Escola Superior de Saúde e Unidade de Investigação para o Desenvolvimento do Interior, Instituto Politécnico da Guarda, Guarda, Portugal / LAQV, REQUIMTE, Departamento de Ciências Químicas, Faculdade de Farmácia, Universidade do Porto, Porto, Portugal
A hiperpigmentação cutânea é um problema que tem consequências negativas na qualidade de vida e para a saúde, pelo que os consumidores recorrem à utilização de cosméticos que tenham ação despigmentante. No presente artigo são descritos os diferentes tipos de hiperpigmentação cutânea e, também, os mecanismos de ação dos diferentes despigmentantes cosméticos.
Skin hyperpigmentation is a problem that has negative consequences on quality of life and health, which is why consumers use cosmetics that have a depigmenting action. This article describes the different types of skin hyperpigmentation and describes also the mechanisms of action of different cosmetic depigmenting agents.
La hiperpigmentación cutánea se trata de un problema que tiene consecuencias negativas en la calidad de vida y la salud, por lo que los consumidores recurren a la utilización de cosméticos que tienen acción despigmentante. En el presente artículo se describen los diferentes tipos de hiperpigmentación cutánea y, también, los mecanismos de acción de los diferentes despigmentantes cosméticos.
Prevenção de Hiperpigmentação Cutânea
A pele é o maior órgão do corpo humano e constitui seu revestimento, assegurando também a relação entre o interior do corpo com o meio externo. A pele é composta de três camadas distintas: a epiderme, a derme e a hipoderme. A camada mais externa corresponde à epiderme, uma camada estratificada e queratinizada, composta de queratinócitos (células presentes em maior quantidade nessa camada), células de Merkel, melanócitos e células de Langerhans. A derme, camada intermediária da pele, é a camada que nutre e liga a epiderme à hipoderme, sendo composta de tecido fibroelástico, que lhe confere resistência, por feixes de colágeno e de elastina, tendo também, na sua composição, vasos sanguíneos, glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas, receptores sensoriais e folículos capilares. Por último, a hipoderme é a camada mais profunda da pele e consiste, majoritariamente, em tecido adiposo.
A pele altera sua cor, espessura e textura em diferentes partes do corpo, de acordo com necessidades funcionais específicas.1,2 Uma vez que a pele está em contato com o meio externo, está mais exposta a agressões externas, destacando-se entre elas as radiações ultravioletas (UV). As radiações UV compreendem as radiações UVA (320-400 nm), UVB (280-320 nm) e UVC (200-280 nm). As radiações UVC praticamente não conseguem chegar à Terra. As UVB são absorvidas superficialmente pela pele, provocando, em muitos casos, queimaduras de pele. As UVA penetram profundamente na pele, atingindo a derme.3 Consequentemente, a exposição à UVA e à UVB pode acarretar problemas para a saúde da pele, como o aparecimento de hiperpigmentação cutânea.
A hiperpigmentação é caracterizada pelo excesso de pigmento (melanina) na pele, podendo ser classificada em diferentes tipos consoante sua etiologia.3,4
Para visualizar o restante do artigo faça seu login ou então se cadastre gratuitamente e acesse todo o conteúdo disponível.
1. O Arda, N Göksügür, Y Tüzün. Basic histological structure and functions of facial skin. Clin Dermatol 32(1):3-13, 2014
2. W Losquadro. Anatomy of the Skin and the Pathogenesis of Nonmela noma Skin Cancer. Facial Plast Surg Clin North Am 25(3):283-289, 2017
3. D Mohania, S Chandel et al. Ultraviolet Radiations: Skin Defense Damage Mechanism. Adv Exp Med Biol 996:71-87, 2017
4. S Plensdorf, M Livieratos, N Dada. Pigmentation Disorders: Diagnosis and Management. Am Fam Physicians 96(12):797-804, 2017
5. Recomendação da Comissão de 22 de Setembro de 2006 relativa à eficácia e às propriedades reivindicadas dos protetores solares (2006/647/CE), J Oficial da União Europeia, L265, 26 de setembro de 2006. Acesso em 12/10/2023
6. B Petersen, HC Wulf. Application of sunscreen - theory and reality. Photodermatol Photoimmunol Photomed 30(2-3):96-101, 2014
7. D Guerrero. Dermocosmetic management of hyperpigmentations. Ann Dermatol Venereol 139:S115-S118, 2012
8. JM Gillbro, MJ Olsson. The melanogenesis and mechanisms of skin lightening agents - Existing and new approaches. Int J Cosmet Sci 33(3):210-221, 2011
9. D Lipsker, C Lenormand. Hyperpigmentations. Ann Dermatol Venereol 146(10):666-682, 2019
10. IF Videira, DF Moura, S Magina. Mechanisms regulating melanogen esis. An Bras Dermatol 88(1):76-83, 2013
11. A Costa, MO Pereira et al. Avaliação da melhoria na qualidade de vida de portadoras de melasma após uso de combinação botânica à base de Bellis perennis, Glycyrrhiza glabra e Phyllanthus emblica comparado ao da hidroquinona, medido pelo MELASQoL. Surg Cosmet Dermato 3(3):207-212, 2011
12. V Gupta, VK Sharma. Skin typing: Fitzpatrick grading and others. Clin Dermatol 37(5):430-436, 2019
13. T Passeron. L’hyperpigmentation post-inflammatoire. Ann Dermatol Venereol 143:S15-S19, 2016
14. OA Ogbechie-Godec, N Elbuluk. Melasma: an Up-to-Date Compre hensive Review. Dermatol Ther (Heidelb) 7(3):305-318, 2017
15. M Rodrigues, AG Pandya. Melasma: Clinical diagnosis and mana gement options. Australas J Dermatol 56(3):151-163, 2015
16. G Josse, JL Digabel, E Questel. Protection against summer solar lentigo over-pigmentation with a SPF30 daily cream. Skin Res Technol 24(3):485-489, 2018
17. C Praetorius, RA Sturm, E Steingrimsson. Sun-induced freckling: Ephelides and solar lentigines. Pigment Cell Melanoma Res 27(3):339 350, 2014
18. JO Black. Xeroderma Pigmentosum. Head Neck Pathol 10(2):139 144, 2016
19. AKC Leung, B Barankin et al. Xeroderma pigmentosum: An updated review. Drugs Context 11:1-17, 2022
20. SM Kim, ES Lee, S Sohn, YC Kim. Histopathological Features of Riehl Melanosis. Am J Dermatopathol 42(2):117-121, 2020
21. NA Vashi, RV Kundu. Facial hyperpigmentation: Causes and treat ment. Br J Dermatol 169(s3):41-56, 2013
22. RM García, SC Molina. Drug-induced hyperpigmentation: Review and case series. J Am Board Fam Med 32(4):628-638, 2019
23. AF Nahhas, TL Braunberger, IH Hamzavi. An Update on Drug-Induced Pigmentation. Am J Clin Dermatol 20(1):75-96, 2018
24. J Sharad. Glycolic acid peel therapy - A current review. Clin Cosmet Investig Dermatol 6:281-288, 2013
25. V González-Molina, A Martí-Pineda, N González. Topical Treatments for Melasma and Their Mechanism of Action. J Clin Aesthet Dermatol 15(5):19:28, 2022
26. G Fabbrocini, MP Padova, A Tosti. Chemical peels: What’s new and what isn’t new but still works well. Facial Plast Surg 25(5):329-336, 2009
27. M Saeedi, M Eslamifar, K Khezri. Kojic acid applications in cosmetic and pharmaceutical preparations. Biomed Pharmacother 110:582 593, 2019
28. J Wohlrab, D Kreft. Niacinamide-mechanisms of action and its topical use in dermatology, Skin Pharmacol Physiol 27(6):311-315, 2014
29. D Milosheska, R. Roškar. Use of retinoids in topical antiaging treat ments: a focused review of clinical evidence for conventional and nanoformulations. Adv Ther 39(12):5351-5375, 2022
30. Z Draelos, H Gunt et al. Clinical evolution of a nature-based baku chiol anti-aging moisturizer for sensitive skin. J of Drugs in Dermatol 19(12):1181-1183, 2020
31. S Dhaliwal, SR Ellis et al. Prospective, randomized, double-blind assessment of topical bakuchiol and retinol for facial photoageing. Britsh J of Dermatol 180(2):289-296, 2019
32. T Searle, FR Ali, F Al-Niaimi. The versatility of azelaic acid in derma tology. J Dermatol Treat 33(2):722-732, 2022
33. M Perper, AE Eber et al. Tranexamic acid in the treatment of melasma: A review of the literature. Am J Clin Dermatol 18(3):373-381, 2017
34. R Dormael, P Bastien, et al. Vitamin C prevents ultraviolet- induced pigmentation in healthy volunteers: Bayesian meta-analysis results from 31 randomized controlled versus vehicle clinical studies. J Clin Aesthet Dermatol 12(2):E53-E59, 2019
35. OP Egambaram, SK Pillai, SS Ray. Materials science challenges in skin uv protection: A review. Photochem Photobiol 96(4):779-797, 2020
36. SI Henderson, KL King, et al. Effectiveness, compliance and ap plication of sunscreen for solar ultraviolet radiation protection in Australia. Public Heal Res Pract 32(1):e3212205, 2022
Deixar comentário
Para comentar é preciso fazer login no sistema.