Agentes Antioxidantes em Fotoprotetores contra Luz Azul e IV
publicado em 15/03/2025
L Matos Martins, M de Souza Augusto, CA Pedriali Moraes
Faculdade de Tecnologia de Diadema – Fatec, Diadema SP, Brasil
Com o aumento dos estudos relacionados à fotoproteção, surgiram novas tecnologias e necessidades no mercado, entre elas a implementação de matérias-primas responsáveis pela reparação de danos causados não só pelas radiações UVA e UVB, mas também pelas radiações infravermelho e da luz azul, suas causas e consequências a curto e a longo prazo.
With the increase in studies related to photoprotection, new technologies and market needs have emerged, including the implementation of raw materials responsible for repairing damage caused not only by UVA/UVB radiation, but also by infrared radiation.
Con el aumento de los estudios relacionados con la fotoprotección, han surgido en el mercado nuevas tecnologías y necesidades, entre ellas la implementación de materias primas responsables de reparar los daños causados no sólo por la radiación UVA/UVB, sino también por la radiación infrarroja y la luz azul, sus causas y consecuencias a corto y largo plazo.
A utilização de fotoprotetores UVA e UVB sempre foi muito discutida e valorizada na indústria de cosméticos e no mundo. Entretanto, recentes estudos comprovaram a necessidade de implementar os fotoprotetores comuns com novos ativos para estender a proteção dentro do espectro eletromagnético. Com isso, a indústria passou a agregar, aos fotoprotetores, ativos para a reparação de danos causados pela luz azul (HEV) e pela radiação do espectro infravermelho (IR).
Essa proteção é baseada nos danos que a HEV e a IR geram nas células do rosto, partindo da teoria dos radicais livres –inicialmente discutida por Denham Harman, em 1956 – segundo a qual eles têm alta influência no fotoenvelhecimento precoce, potencializando-o.1 Por causa dessa teoria, formulações com ativos antioxidantes passaram a ser encontradas no mercado, uma vez que esses ativos têm o potencial de neutralizar os radicais livres, impedindo-os de provocar alterações em moléculas que são fundamentais para a saúde da pele, como o colágeno.
Em vista disso, a utilização diária desses novos fotoprotetores auxilia a manter a saúde e a integridade da pele por mais tempo, prevenindo o fotoenvelhecimento, aumentando os cuidados essenciais com a pele e trazendo para a população uma alternativa menos agressiva e mais saudável. A longo prazo, essa alternativa auxiliará na diminuição de procedimentos estéticos invasivos que têm sido buscados por conta do envelhecimento precoce.
Luz azul e seus efeitos na pele
A luz visível é composta de ondas de comprimentos entre 400 e 700 nm, as quais podem ser classificadas em ondas longas (vermelho), ondas médias (verdes) e ondas curtas (azul). Quanto menor for o comprimento de onda, maior será seu potencial energético e sua intensidade. A luz azul tem comprimento de onda entre 400 e 500 nm, sendo a banda de maior energia dentro do espectro visível.2
O Sol é a fonte natural primária de luz visível, emitindo entre 25% e 30% de luz azul, porém podemos ser expostos à luz azul em quase todos os ambientes, pois esta pode partir de fontes artificiais, como iluminações de LED presentes nas lâmpadas de iluminação ou em equipamentos eletrônicos, como tablets, computadores, televisores e celulares.2
A exposição da pele à luz azul pode aumentar a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) nos fibroblastos, desencadeando o envelhecimento cutâneo a curto prazo, causando manchas e intensificando linhas de expressão. A luz azul modifica os produtores de colágeno, as células de pigmentação, os melanócitos e os fibroblastos, que dão sustentação à pele.3,4
Radiação infravermelho e seus efeitos na pele
O espectro infravermelho é responsável por aproximadamente 40% da radiação solar que atinge o solo. A radiação infravermelho (IR) compreende ondas entre 760 nm e 1 mm, divididas em três bandas: IR-A (760 nm – 1.400 nm), IR-B (1.400 nm – 3.000 nm) e IR-C (3.000 nm - 1 mm).5,6
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1. Teston AP, Nardino D, Pivato L. Envelhecimento Cutâneo: Teoria dos radicais livres e tratamentos visando a prevenção e o rejuvenescimento. Uningá Review 1:71-84, 2010. Disponível em: https:// revista.uninga.br/uningareviews/article/view/451/110. Acesso em: 24/6/2023
2. Kemin do Brasil. Luz Azul: O que é e como nos afeta. On-line. 2016. Disponível em: https://aditivosingredientes.com/artigos/todos/luz--azul-o-que-e-e-como-nos-afeta. Acesso em: 22/6/2023
3. Austin E, Geisler AN, Nguyen J, et al. Visible light. Par I: Properties and cutaneous effects of visible light. J Am Acad Dermatol84(5):1219 1231, 2021
4. Neto A, Drumond KN et al. Relação entre o uso de telas e o envelhecimento da pele: atualização clínica. On-line. 2021. Disponível em: https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/7410/4743. Acesso em: 5/5/2023
5. Barolet D et al. Infrared and skin: Friend or foe. J Photochem Pho tobiol B: Biology 78-85, 2016
6. Eberlin S et al. Metodologia alternativa para o estudo dos efeitos da radiação infravermelha-A sobre a pele humana. Surg Cosmet Dermatology 8:115-120, 2016
7. Lettnin AP. Interação entre as radiações infravermelha e ultravioleta em células melanocíticas. Dissertação de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas. Universidade Federal do Rio Grande. Rio Grande. 2015. Disponível em: https://repositorio. furg.br/bitstream/handle/1/9661/ Aline%20Portantiolo%20Lettnin.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 12/8/2023
8. HIRATA LL, SATO MEO, SANTOS CAM. Radicais livres e o envelhecimento cutâneo. Acta Farm Bon. 23(3), p. 418-424, 2004.
9. Chorilli M, Leonard GR, Salgado HRN. Radicais livres e antioxidantes: conceitos fundamentais para aplicação em formulações farmacêuticas e cosméticas. Rev Bras Farm 113-118, 2007
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11. Cotinguiba GG et al. Método de avaliação da defesa antioxidante: uma revisão de literatura. UNOPAR. On-line. 2013. Disponível em: https://journal healthscience.pgsskroton.com.br/article/view/684. Acesso em: 31/7/2023
12. Baumann L. Dermatologia Cosmética: Princípios e práticas. Rio de Janeiro: Revinter, 2004
13. Ribeiro C. Cosmetologia aplicada à dermoestética. São Paulo: Pharmabooks, 2006
14. Steiner D. Antioxidantes em Cosméticos. Cosm & Toil Brasil 20(4):36, 2008
15. Coats JG et al. Blue light protection. Part II – Ingredients and perfor mance testing methods. On-line. 2020. Disponível em: https://onli nelibrary.wiley.com/doi/ 10.1111/jocd.13854. Acesso em: 2/10/2023
16. Kubczak M, Khassenova AB, Skalski B et al.Hippophae rhamnoides L. leaf and twig extracts as rich sources of nutrients and bioactive compounds with antioxidant activity. On-line. 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1038/s41598-022-05104-2. Acesso em: 16/8/2023
17. Troszyńska A et al. Antioxidant activity of pea (Pisum sativum L.) seed coat acetone extract. Elsevier Science. LWT – Food Scie and Techn 35:158-164, 2002. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/ science/article/abs/pii/S002364380190831X. Acesso em: 17/8/2023
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20. DSM. Parsol MAX. DSM. On-line. Disponível em: https://www.dsm. com/personal-care/en_US/products/uv-filters/parsol-max.html. Acesso em: 2/10/2023
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22. DSM. Parsol TX. DSM. On-line. Disponível em: https://www.dsm. com/personal-care/en_US/products/uv-fi lters/parsol-tx.html. Acesso em: 2/10/2023
23. Mibelle Biochemistry. Alerta Infravermelho. SPC Magazine. 2017. Tradução e adaptação: Amanda Omodei; MKT Técnico; Focus Química. Disponível em: https://www.focus quimica.com/wp-content/ uploads/2017/05/InfraGuard-Artigo.pdf. Acesso em: 5/10/2023
24. ULProspector. InfraGuard. UL Solutions. On-line. Disponível em: ht tps://www. ulprospector .com/pt/la/PersonalCare/Detail/2250/718422/ InfraGuard. Acesso em: 27/9/2023
25. ULProspector. Celligent 2020. Ul Solutions. On-line. 2020. Dis ponível em: https://www.ulprospector.com/pt/eu/PersonalCare/ Detail/2392/94127/CELLIGENT-2020. Acesso em: 30/9/2023
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