O poder da mudança | Mudanças simples e “revolucionárias”

Inovação como diferencial de competitividade

Evolução dos investimentos em inovação |Brasileiras em ranking global de inovação

As engrenagens da inovação | Atuações integradas

Em sintonia com os clientes |Novo impulso para a inovação

Descentralização e busca por novos parceiros

Núcleos de inovação tecnológica | Valor compartilhado |Inovação aberta

Análise de patentes: ferramenta para a inovação |Caminho suave | O processo de incubação 

Apoio às incubadoras e aos parques tecnológicos |Tipos de incubadora 

Números comparativos | Parques tecnológicos |Instrumentos de incentivo |Medidas de estímulo

Desenho industrial |Protegendo a inovação | Benefícios legais |Fontes de financiamento

 

O poder da mudança

     As inovações são inerentes à condição humana. Ao longo da história, elas vêm cumprindo o papel de ajudar os seres humanos a vencer adversidades e a melhorar suas condições de vida. Sob a ótica empresarial, inovar compreende a criação de novos produtos e serviços, a criação de soluções tecnológicas e a modernização ou adaptação de processos fabris e de estratégias empresariais, por meio de mecanismos que envolvem várias frentes: governo, indústria, universidades e institutos de pesquisa. Na era da comunicação instantânea, da explosão do consumo e da disseminação de práticas sustentáveis, investir em inovação é essencial para a sobrevivência no mercado – nos mais variados segmentos de atuação.

     “Inovar” também é uma questão de sobrevivência no sentido estrito dessa palavra. Nas próximas décadas, o planeta de 7 bilhões de pessoas precisará, cada vez mais, de soluções inovadoras em todas as esferas da sociedade para equacionar, da melhor forma possível, dois fatores: desenvolvimento versus o uso racional dos recursos naturais. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), nas últimas três décadas, o número de centros urbanos com mais de 10 milhões de habitantes passou de 4 para 21. São Paulo está em terceiro lugar nesse ranking, com cerca de 20,3 milhões de pessoas, atrás de Tóquio (37 milhões), no Japão, e Nova Délhi (22 milhões), na Índia.

     Maria Augusta Orofino, professora do Centro de Inovação e Criatividade da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), entende o conceito de inovação “como uma mudança que pode ser incremental ou radical e necessariamente impacta a vida das pessoas, porque representa para elas um novo valor. Outra característica importante da inovação é a sua imprevisibilidade, isto é, ela não pode ser avaliada antes de acontecer [...]”.

 

Mudanças simples e “revolucionárias”

     O esforço de inovação para oferecer algo novo ou melhorar o que já existe impulsiona mudanças individuais e coletivas, transformando comportamentos e a sociedade como um todo. Ao apresentar a primeira câmera Kodak aos consumidores, em 1888, George Eastman tornou acessível a um grande número de pessoas a captura de imagens, ao transformar uma máquina complexa, pesada e restrita a uma minoria em um equipamento simples e fácil de usar: bastava apertar um botão.

     Em 1968, o químico norte-americano Spencer Silver desenvolveu um adesivo que aderia suavemente às superfícies e podia ser facilmente removido. O engenheiro químico Art Fry, colega de trabalho de Silver na 3M, cantava no coral de uma igreja e utilizava fitas como marcadores para seu livro de hinos – elas sempre caíam quando ele abria o livro ou mudava de página. Ele então teve a ideia de aplicar o adesivo criado por Silver em tiras de papel, que seriam seus novos marcadores de livros. Ele havia criado o post-it, inovação que prima pela simplicidade. O produto foi lançado oficialmente em 1980, nos Estados Unidos. Hoje existem mais de 1.000 itens com a marca Post-it, comercializados em mais de 100 países.