Logística Ferramenta que possibilita vantagens competitivas

Logística na prática

Sinônimo de disciplina

Terceirizar é uma opção

O profissional de logística

O que é logística reversa

Mercado cosmético

Como atuam algumas empresas do ramo

 

Logística Ferramenta que possibilita vantagens competitivas

     Em meio a uma crise global é fundamental a busca por maior competitividade, maior desenvolvimento tecnológico, maior oferta de produtos e serviços adequados às expectativas dos clientes e, claro, maior motivação dos recursos humanos. Segundo Helio Meirim, consultor empresarial e especialista em Logística, do Rio de Janeiro, algumas empresas procuram superar os desafios da crise com redução de custos, de forma isolada, o que pode não garantir o resultado desejado. Segundo ele “o ideal é que a empresa tenha uma visão integrada e sistêmica de todos os processos. Através da logística, a empresa planeja e coordena suas ações gerenciais de forma integrada, avaliando todo o processo, desde o fornecimento da matéria-prima até a certeza de que o cliente teve suas necessidades e expectativas atendidas pelo produto”, explica.

     Em razão da concorrência, quem dita o preço dos produtos é o mercado e não há mais margem para repasse das ineficiências, sejam produtivas ou operacionais. Através de um processo logístico bem estruturado, as empresas buscam eliminar suas perdas, responder de forma mais ágil e eficiente e, conseqüentemente, melhorar suas margens. “Como o processo logístico engloba todas as etapas de operação, movimentação, armazenagem, controles, processos, estoques, transportes de produtos, redução de custos, além de ser objeto maior de qualquer empresa, é o resultado de um processo logístico eficaz”, explica Fernando Villar, diretor regional da ABG Group Supply Chain, Channels & Logistics Consultants, de Uberlândia (MG), e diretor social da Aslog (Associação Brasileira de Logística).

     A Logística na empresa funciona como estratégia de abastecimento. É preciso assegurar o fluxo de materiais e serviços com a melhor relação custo/benefício. Afinal, com a globalização ocorreu uma mudança comportamental do consumidor que passou a exigir menor lead-time de entrega, menor custo com a mesma qualidade de serviço ou produto. Essa pressão por menor custo com melhor serviço de entrega obrigou as empresas a repensarem suas estratégias e a Logística passou a ser fundamental para sua posição no mercado diante da concorrência cada vez mais intensa. “A redução de custos é resultado de um processo logístico bem desenhado e executado. Quando os processos integrados são bem planejados e cumpridos sem desvios, há otimização dos recursos, compartilhamento dos custos e como conseqüência redução no custo logístico final”, diz Ricardo Abrão, gerente de Operações e Transportes da AGV, operadora logística com sede em Vinhedo, interior de São Paulo, que atende aos setores de saúde humana, cosméticos, indústria química, alimentos, bebidas, serviços bancários, varejo e tecnologia, entre outros.

 

Logística na prática

     A atividade logística é regida pelos seguintes históricos: demanda de produtos ou serviços, frequência dos pedidos, quantidades por pedido, custos envolvidos na operação, tempo de entrega (lead-time), pedido mínimo, rupturas de abastecimento, prazos de entrega, períodos promocionais e freqüência de sazonalidades, políticas de estoque (evitando faltas ou excessos), planejamento da produção, políticas de fretes e de gestão dos pedidos (orders) e análise dos modelos de canais de distribuição. Portanto, pode-se dizer que a Logística está presente em todas as atividades de uma organização. E ela começa pela necessidade do cliente. Sem essa necessidade, não há movimento de produção e entrega.

     As novas exigências para a atividade logística no Brasil e no mundo passam pelo maior controle e identificação de oportunidades de redução de custos, redução nos prazos de entrega e aumento da qualidade no cumprimento do prazo, disponibilidade constante dos produtos, programação das entregas, facilidade na gestão dos pedidos e flexibilização da fabricação, análises de longo prazo com incrementos em inovação tecnológica, novas metodologias de custeio, novas ferramentas para redefinição de processos e adequação dos negócios.

     Na prática, é preciso identificar aquelas atividades que são de importância primária para se atingir os objetivos logísticos de custo e nível de serviço:

imagem_254.png• Transportes – nenhuma empresa pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias primas ou de seus produtos acabados. Aqui é preciso investir no método, nos roteiros e na utilização da capacidade dos veículos.

• Manutenção de estoques agem como amortecedores entre a oferta e a demanda. A manutenção dos estoques pode atingir de um a dois terços dos custos logísticos, o que a torna uma atividade- chave da logística. Enquanto o transporte adiciona valor de “lugar” ao produto, o estoque agrega valor de “tempo”.

• Processamento de pedidos Os custos tendem a ser pequenos quando comparados aos de transporte ou de manutenção de estoques. Contudo, sua importância deriva do fato de ser um elemento crítico do tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes.

     Portanto, para que o produto chegue ao cliente, no local em que ele está, no momento que ele deseja e no preço que ele acha que o produto vale, todas as atividades devem ser planejadas, projetadas, executadas e coordenadas de forma otimizada. Os objetivos, que devem ser considerados no planejamento e projeto de um sistema logístico, são:

1. Melhoria do serviço: as receitas de uma empresa crescem quando a qualidade do serviço logístico aumenta. No entanto, existe uma relação direta entre a qualidade do serviço logístico e seu custo total. Uma análise criteriosa deve ser feita para se determinar o nível de qualidade que é justificado pelo aumento das receitas conseguido.

2. Redução do capital empatado: o nível do serviço logístico determinado pelo planejamento deve ser conseguido com a minimização do capital investido nos equipamentos de transporte e de manuseio, locais de estocagem, conservação e outros.

3. Redução do custo operacional: os clientes valorizam muito a qualidade do serviço logístico, mas desconhecem completamente os custos do processo. Assim, no projeto do sistema, o número de viagens, nível dos estoques, formas de manuseio e outras variáveis que interferem na qualidade, mas que geram custos operacionais, devem ser analisados na perspectiva benefício versus custo.

     Assim, para a consecução dos objetivos citados, o planejamento e projeto de um sistema logístico deve levar em consideração os custos de transporte ao longo de toda a rede, custos de estocagem, tanto estoques localizados quanto estoques em trânsito (carregamento das rotas), custos de instalações, de processamento, de coordenação das operações e dos sistemas de informações.

 

Sinônimo de disciplina

     Na economia mundial, sistemas logísticos eficientes formam a base para o comércio e a manutenção do padrão de vida na maioria dos países. Existem algumas versões para a origem da palavra “logística”: alguns especialistas afirmam que ela é originária da palavra francesa “loger”, que significa acomodar, alojar, enquanto outros afirmam que deriva do grego “logos” (razão), significando “a arte de calcular” ou “manutenção de detalhes de uma operação”. No entanto, a palavra “logística” é utilizada na área militar para representar a aquisição, manutenção e transporte de materiais, facilidades e pessoal, enquanto na área comercial é utilizada para expressar “o planejamento e a gestão dos serviços relativos à documentação, manuseio, armazenagem e transferência dos bons objeto de uma operação de comércio nacional ou internacional”.

     O que os especialistas afirmam é que o conceito nasceu na antiga Grécia, Roma e Império Bizantino, uma vez que os líderes militares eram os responsáveis por garantir recursos e suprimentos para a guerra. A verdadeira tomada de consciência da logística como ciência aconteceu em 1917, quando o tenente-coronel Thorpe, do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos da América, publicou o livro “Logística pura: a ciência de preparação para a guerra”. Segundo ele, a estratégia e a tática proporcionam o esquema de condição das operações militares, enquanto a logística proporciona os meios. Na Segunda Guerra Mundial, ainda restrito ao âmbito militar, o conceito passou a ter conotação extremamente importante. O planejamento logístico permitia a perfeita administração das remessas de alimentos, equipamentos e tropas às regiões conflagradas, através da utilização correta dos meios de transporte. Após este período, com o avanço tecnológico e a necessidade de suprir os locais destruídos pela guerra, a Logística passou também a ser adotada pelas organizações e empresas civis.

     O próprio desenvolvimento industrial proporcionou o impulso necessário a essa expansão. Segundo Patrícia Zerbini, assessora de Soluções de Negócios da GS1 Brasil (Associação Brasileira de Automação), até os anos 1950, administrar empresas significava, basicamente, buscar a eficiência na produção. Gradualmente, percebeu-se que era o consumidor – e não apenas o fornecedor – quem determinava as tendências do mercado. Por isso, na década de 1970, houve a busca da eficiência no armazenamento e na distribuição dos produtos finais. “Ocorreu um crescimento da importância da Logística em razão das mudanças nos padrões de consumo, na pressão pela redução de custos e no aumento da demanda”, diz a especialista.

 

Terceirizar é uma opção

     Vender e entregar são tão importantes quanto produzir; por isso, a Logística Integrada, cujo conceito chegou ao Brasil na década de 1970, coloca sob o mesmo guarda-chuva diversas funções de uma empresa ou diversas empresas de uma cadeia de distribuição. Para Ricardo Abrão, da AGV, a Logística Integrada envolve mecanismos, recursos, disposições e tarefas das diversas áreas da empresa. “A essência da Logística passa pelo que chamamos compartilhamento de custos e otimização de recursos. Para que isso seja viável é fundamental que os produtos tenham compatibilidade de armazenagem e transportes, ou seja, diversas empresas com produtos compatíveis que compartilham recursos reduzindo seus custos individuais. Por isso há uma tendência mundial de terceirização, pois a indústria busca no operador logístico este compartilhamento e otimização com consequente redução de custos”, revela. Numa situação de crise mundial como a que atravessamos, reduzir custos é fundamental para a sobrevivência de qualquer empresa. Na área de comércio exterior, não há dúvida de que contratar os serviços de uma assessoria aduaneira ou operador logístico é o primeiro passo para diminuir custos, como já descobriu, há muito tempo, boa parte das empresas que se dedicam à exportação e importação. Afinal, com a terceirização dos serviços aduaneiros e de logística, a empresa pode se dedicar ao seu core business, ou seja, à sua atividade-fim. É exatamente isto o que deve levar em conta a direção da empresa ao contratar um operador logístico, sem se ater apenas aos valores da proposta comercial. Afinal, ao contratá-lo, a empresa, além de passar a contar com profissionais especializados e uma infraestrutura adequada, acumula ganhos ao poupar recursos humanos e gastos e tempo com treinamentos, além de recuperar impostos e evitar possíveis passivos trabalhistas que sempre funcionam como bomba de efeito retardado. Geralmente, o processo de terceirização é composto por fases que se dividem em captação de dados ou informações, análise técnica, planejamento, redesenho e proposta. A superação dos problemas, identificação das necessidades e particularidades se dá nesta fase com base nas premissas e informações enviadas pela empresa contratante; contudo, a melhoria efetiva só acontecerá após início da operação e curva de conhecimento adquirido pelo prestador de serviço logístico que vivenciar a realidade da rotina na operação. “Não podemos esquecer que a excelência é atingida com a repetição dos atos e a melhoria dos processos ocorre somente após a medição e identificação das causas de seus desvios e esta atividade só é possível vivenciando os processos implantados”, conta Ricardo.

     Já para o professor Darli Rodrigues Vieira, coordenador do MBA em Gerência de Sistemas Logísticos da UFPR (Universidade Federal do Paraná), terceirização é um projeto e como tal deve ser tratado. Uma vez analisada uma operação, e considerando que para o contexto a terceirização é a melhor opção, é preciso definir com rigor as condições nas quais a operação será realizada, o que supõe a correta escolha do operador logístico até a entrega do produto nas condições acordadas contratualmente, passando pelo monitoramento da operação. Isto, naturalmente, exige a definição detalhada de um plano do projeto de terceirização, destacando escopo, interfaces e produtos envolvidos no projeto, entre outros aspectos. “Feito isto, a empresa minimiza consideravelmente a margem de risco na operação de terceirização”, informa.

     Outra maneira de terceirização logística é a in-house, ou seja, aquela realizada dentro das próprias instalações físicas do cliente (embarcador) e, em geral, tratam da movimentação e armazenagem de materiais (em inglês, “warehousing”), abastecimento de linhas de produção (“line feeding”), montagem de kits (“kitting”), embalagens (“packing”) etc. Por serem, basicamente, operações de mão-de-obra intensiva, a margem de lucratividade é baixa, e compensam apenas quando são parte de uma operação mais ampla ou quando ocorrem ganhos em escala. Para prestadores de serviços logísticos podem ser uma excelente estratégia de entrada em um cliente com oportunidades potenciais; para as indústrias é uma ótima oportunidade para otimizar seus processos internos, evitar a imobilização de recursos financeiros, acessar novas tecnologias e assim melhorar a qualidade das informações e, é claro, reduzir custos. Segundo Elcio Cuenca, gerente de Desenvolvimento de Negócios da CEVA, de São Paul , empresa com expertise na gestão dos processos da cadeia de suprimentos, muitas vezes a terceirização é vista apenas como fator de redução de custos, mas se for vista como estratégia da empresa, pode resultar em ganhos ainda maiores, com melhorias significativas nos níveis de atendimento ao cliente, alavancando vendas e melhorando a imagem percebida da empresa pelo cliente.

 

O profissional de logística

 São várias as características procuradas em um profissional de logística, mas podemos ressaltar algumas como, por exemplo, disciplina, persistência, criatividade, capacidade de tomada de decisões imediatas, agilidade de raciocínio, capacidade de produzir soluções imediatas diante de cenários críticos, dentre outras. “Em geral, para as funções de execução operacional, podemos relacionar força de vontade, dedicação e persistência. Considerando níveis de média liderança e alta direção, além de formação acadêmica na área de administração, engenharia ou propriamente logística, podemos considerar, dedicação, muita disciplina, força de vontade, comprometimento, facilidade de relacionamento e foco”, informa Ricardo Abrão, da AGV. Hoje, o curso de maior duração no Brasil, reconhecido pelo MEC, é o de Tecnólogo em Logística, com duração de 2 anos, mas o profissional sai com instrução teórica, ou seja, a capacidade para interagir com diversos setores de áreas só será adquirida por meio de experiência adquirida com a prática. “Se considerarmos que a excelência só é conquistada com a repetição dos atos, e vivência na área, curso algum conseguirá transmitir ao profissional a essência de comportamento e atitude que é intangível e está na personalidade e caráter do profissional”, complementa.

 

O que é logística reversa

A logística tradicional está relacionada para fazer com que os produtos cheguem ao consumidor com o máximo de eficiência e menor custo possível. Já a Logística Reversa, como o termo revela, refere-se em fazer com que os resíduos reaproveitáveis retornem à sua origem de modo eficiente e com baixo custo, de forma a serem reciclados sob as mais diversas formas. Portanto, quanto mais as empresas investirem em Logística Reversa, mais o processo de reciclagem se tornará viável economicamente, agregando valor ao negócio principal da empresa. Somem-se também os ganhos à imagem institucional da companhia por adotar uma postura ecologicamente correta, atraindo a atenção e preferência não apenas de clientes, mas dos consumidores finais. Os produtos descartados, sem nenhuma política de reaproveitamento, afetam negativamente o meio ambiente e a vida da população em todo o mundo e, ao mesmo tempo, são um importante ativo perdido pelas empresas.

 

Mercado cosmético

     A Logística de Cosméticos possui muitas particularidades, além da ampla aplicação dos conceitos e ferramentas logísticas comuns a todos os segmentos, podendo-se destacar: rastreabilidade dos insumos e produtos acabados através de data de validade e de expiração dos produtos, lote de produção, controle de condições de armazenagem e de transporte através de boas práticas – portanto, a visibilidade em toda a cadeia logística, por meio de sistemas integrados, é vital para a Logística de Cosméticos.

     Sob o ponto de vista operacional, a dificuldade está na limitação volumétrica de cargas compatíveis com o segmento, o que, em alguns casos, não gera massa crítica sufi ciente para melhor otimização dos recursos e conseqüente redução de custo na operação. Quanto à regulamentação legal, as licenças reguladas pela a Anvisa (Agência nacional de Vigilância Sanitária) restringe, mas não inviabilizam, a operação de armazenagem e distribuição, isto quer dizer, que os operadores logísticos que atuam neste segmento possuem cuidados especiais nos processos e estruturas para garantir o cumprimento da legislação em vigor. “A legislação prevê a necessidade de licenças conforme tipo e classificação de produtos. Em geral, a linha de cosméticos tem obrigatoriedade de liberação pela agência devida, principalmente, a preocupação do órgão regulador em garantir a preservação da saúde do consumidor final que utiliza o produto. Tanto que a indústria cosmética deve, em regra, aprovar a fórmula de seus produtos previamente ao seu lançamento”, explica Ricardo Abrão, da AGV.

     Operadores logísticos e empresas de transporte em geral necessitam de licença a fim de garantir o cumprimento das normas da Anvisa, visto que são produtos que interferem na saúde e ainda podem ter efeitos reduzidos ou adversos se não forem bem armazenados ou transportados. Essas boas práticas decorrem do segmento farmacêutico, cuja relação com o de cosmético tem-se estreitado cada vez mais. “Alto nível e capacitação de sistemas de informação são vitais para que não haja rupturas na cadeia logística para controle e gestão de estoques e de transporte e, ainda, para assegurar a rastreabilidade nos casos de recall ou de sinistros”, explica Elcio Cuenca, da CEVA.

 

Como atuam algumas empresas do ramo

     Com base em uma visão empreendedora, a carioca Skafe Cosmetologia, preferiu ter o seu próprio setor de logística, visando atuar de forma mais eficaz, e assim, reduzir o intervalo de tempo e os custos referentes aos transportes e armazenagem dos seus produtos. O primeiro fluxo logístico da empresa é o dos insumos (matéria-prima e material de embalagens), que se inicia com os fornecedores. “Depois de recebidos esses materiais, passamos a abastecer a fabricação, por meio do nosso setor de pesagem, e ao setor de envase, por meio do nosso setor de embalagens. Após o produto pronto, o transferimos para o nosso Centro de Distribuição, em Pavuna, onde o armazenamento é feito pelo PEPS (primeiro que expira, primeiro que sai), de modo que fiquem sempre com fácil acesso para garantir a rapidez na separação dos pedidos. Neste período, as empresas de transportes já estão sendo acionadas para coletarem, determinando limites de horário, conforme suas regiões. Depois de embarcados os produtos, passamos para a parte da informação, fazendo o rastreamento das entregas até o destino final, verificando se está sendo cumprido o prazo acordado. O rastreamento é feito via satélite, pelas transportadoras, e podemos acompanhar todo o transporte via site”, conta Marcílio Monteiro Duarte, coordenador logístico da Skafe.

     Para o transporte dos produtos, a empresa utiliza o rodoviário, sendo que mais ou menos 3% do que é enviado para a região Norte, passa pelo transporte fluvial. “Estamos sempre analisando a performance de entrega das transportadoras, pois procuramos sempre continuar com aquelas que nos atendam com o mínimo com 95% dentro do prazo e com um custo menor”, comenta. O prazo médio de entrega dos produtos é de 12 dias para a região Norte, 6 dias para a Nordeste, 4 dias para o Centro-Oeste, 2 dias para o Sudeste e 3 dias para o Sul.

imagem_352.png     A paulista Vita Derm tem seu sistema logístico fundamentado em um modelo no qual o lead-time médio de entrega dos pedidos aos franqueados é de 2 dias, de acordo com a região. O portfólio da empresa para o mercado interno é constituído por cerca de 219 produtos direcionados ao consumidor final e ao profissional. Atualmente, são 256 lojas em todo o Brasil. Além disso, a Vita Derm está presente em mais de 10 países, entre eles, Alemanha, Angola, ArgenArgentina, Austrália, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Japão, Moçambique, Paraguai e Portugal. “Optamos pela estratégia de multiformatos para o mercado externo, respeitando os formatos individuais de nossos parceiros. Em Portugal, operamos com lojas Vita Derm para atendimento ao consumidor final, com uma equipe de vendas externas para atendimento ao profissional e no varejo tradicional estando presente em perfumarias e lojas do gênero dando mais opções de compras aos nossos clientes. No Paraguai operamos por meio de um show room e um centro de distribuição, atendendo também profissionais e clientes finais. Em Londres, recentemente, abrimos em parceria com um empreendedor local uma loja que possui centro técnico para atendimento ao profissional”, diz Mário Zafalon, gerente nacional de vendas da empresa.

imagem_444.png     O sistema logístico da Hinode Cosméticos, com sede em Alphaville, na Grande São Paulo, e que atua há mais de 20 anos no mercado da beleza por meio da venda direta, é baseado em pontos estratégicos que permitem a manipulação dos produtos desde a linha de montagemesteira, até armazenagem e stand by para embarque em ambiente adequado, embalagens seguras e que garantam a integridade dos produtos para transporte, embarque e transporte em “carros” que protejam os produtos e mantenham higiene e temperaturas constantes e rapidez na entrega até o endereço do consumidor/ consultora. “Rapidez na entrega é muito importante, pois quanto mais rápida, maior o giro da revendedora, uma vez que a cobrança do produto resultará em novos pedidos. Assim, por exemplo: a aceleração em 5% quanto ao tempo de entrega permite um giro 5% mais rápido sob o ponto de vista financeiro. Além disso, a rapidez na entrega significa maior satisfação do consumidor, principalmente no nosso ramo de cosméticos. Quando a pessoa compra, ela necessita dos produtos o mais rápido possível, isto é, competimos com a instantaneidade da compra na gôndola do supermercado e das farmácias”, explica Leandro Garcia Rodrigues, supply chain manager da Hinode Cosméticos.

     O ciclo de atendimento dos pedidos da Hinode leva em consideração a facilidade logística de seus clientes. “A consultora ou consumidora final acessa nossa loja pela internet e escolhe os produtos, coloca tudo numa cesta virtual e escolhe os meios de pagamentos mais modernos da atualidade: cartões de crédito, boletos e/ou depósitos em conta. Em um ‘click’ nós recebemos o pedido, que se transforma em ordem de montagem de embalagem, fatura/nota fiscal. Em seguida, tudo é rapidamente preparado por equipes especializadas. As caixas são armazenadas em pallets de plástico reforçado, protegidos de umidade, de qualquer tipo de material contaminante e de variação de temperatura, organizados por estado e cidade de destino. Caminhões-baú retiram as encomendas até quatro vezes ao dia. Temos quatro empresas de transporte especializado especialmente contratadas para o serviço. Utilizamos, para o Japão e Portugal, transporte aéreo e estoques médios, conforme o perfil de compras do momento”, diz Leandro.

     A Hinode Cosméticos despacha, em média, de 1000 a 1500 produtos por dia. “Como temos ciclos de venda característicos do Marketing Multinivel, nos períodos entre dia 25 de um mês até dia 7 do mês seguinte, o número pode atingir até 3 mil produtos”, revela o executivo. A empresa tem em seu portfólio 300 produtos prontos para linha de produção, devidamente regularizados perante a Anvisa. “Temos uma fábrica localizada em Alphaville, três centros de distribuição (Alphaville, Lisboa e Tóquio) e planos adiantados de montarmos mais três CDs no Rio de Janeiro, Manaus e Salvador, até fim de julho deste ano”.

imagem_535.png     Com sede em Curitiba, no Paraná, e representações na África, Europa, América Latina e América do Norte, a Racco Cosméticos implantou um sistema logístico que acompanha os elementos essenciais deum ciclo de pedidos: captação, transmissão, digitação, processamento, expedição e entrega. Cada um desses itens de controle é administrado individualmente através dos sistemas de transmissão de ordens adotados como níveis de estoques definidos como “ótimo”, processamento e montagem dos pedidos e dos sistemas de entrega. “Hoje, todos os nossos produtos são armazenados no Centro de Distribuição Central e, de lá, são distribuídos diariamente para todo o Brasil e para os nossos 818 distribuidores locais”, explica Edison Miranda, gerente de supply chain da Racco. Em média, os produtos da empresa são entregues aos distribuidores em 5 dias úteis. No entanto, a Racco possui uma “política de estoque saudável” para proporcionar entregas em até 24 horas para o consumidor final. “Entendemos que o atendimento com excelência aos distribuidores é fundamental para o nosso negócio, especialmente por serem parceiros estratégicos. Cada vez mais, temos que atingir lugares distantes com rapidez e com preços competitivos. Nossa principal estratégia é manter contratos com grandes transportadoras, que nos atendem de forma especializada e com foco absoluto em nosso cliente, sendo por transporte aéreo, terrestre ou marítimo”, conta Edison. A Racco Cosméticos tem um portfólio de mais de 300 produtos, que saem da fábrica em Curitiba para 818 distribuidores regionais, espalhados pelo Brasil, além de mais 5 centros de distribuição nas centrais internacionais (Bolívia, Paraguai, Angola, Portugal e Estados Unidos).

imagem_622.png     A empresa Inoar Cosméticos, especializada em produtos para salões de beleza, conta com 38 distribuidores exclusivos e mais de 6 mil vendedores em todo o Brasil. No mercado internacional, a Inoar já exporta para o México, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Líbano e diversos países da Ásia. Segundo Regina Barbosa, diretora financeira da empresa, o fluxo logístico da Inoar prioriza a pontualidade, com entrega e retirada da fábrica para os distribuidores de forma rápida e eficaz. “O produto acabado sai da fábrica para os nossos armazéns e, de lá, seguem para os centros de distribuição. O transporte é feito por caminhão. O prazo de entrega é de 48ª 72 horas, em média, de acordo com a cidade”, esclarece. A Inoar despacha, em média, 3350 produtos por dia. “Temos nove linhas, sendo que cada uma é composta por quatro produtos”, finaliza Regina.

imagem_716.png     A Adcos, empresa focada no desenvolvimento de cosméticos de tratamentos na área de estética, dermatologia e fisioterapia há mais de 15 anos, investe em melhorias contínuas em logística para que seus produtos cheguem aos seus clientes, cumprindo os prazos e as condições estabelecidas. A Logística faz parte do plano estratégico da empresa. “O ciclo interno do pedido foi elaborado de forma que os pedidos aprovados até às 14 horas tenham em 90% dos casos, suas liberações de embarque feitas no mesmo dia e, para que este critério seja atendido, temos estoques dos produtos disponíveis para pronta-entrega nas duas unidades distribuidoras, além de um processo de conferência eletrônica dos pedidos pelo sistema de leitura do código de barras, que garante maior agilidade e confiabilidade ao processo. Após a liberação para embarque, os pedidos são enviados para as transportadoras credenciadas que entregam aos nossos clientes. A regra é que seja utilizado o transporte terrestre, com transportadoras habilitadas a operarem com cosméticos/medicamentos”, informa Amauri Alexandre Bordon, diretor de Operações e Logística da Adcos. O prazo médio de entrega é de 5 dias úteis; porém, existem casos de entrega em 24 horas (no estado de São Paulo) e casos como Belém (PA) ou Manaus (AM), o prazo passa dos 15 dias úteis. A empresa possui uma unidade própria de produção na cidade da Serra (ES), que é responsável por 80% do volume vendido, os 20% restantes são de responsabilidade de três fabricantes, localizados no Estado de São Paulo. “Temos duas unidades de distribuição: uma na cidade de Cariacica (ES), que distribui para todo Brasil, exceto o Estado de São Paulo, e uma segunda distribuidora localizada na cidade de Barueri (SP), que atende todo o Estado de São Paulo”, informa. O canal de vendas para o exterior está em fase de expansão, mas a Adcos já distribui para Portugal e Espanha. “Para o exterior, utilizamos idêntica estrutura de logística do mercado nacional, pois não existe ainda um volume de carga que justifique uma estrutura distinta para esta operação”, finaliza Amauri.

Esta matéria foi publicada na edição jul/ago_2009 da revista Cosmetics & Toiletries Brasil
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