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Nos domínios dos produtos de cuidados pessoais orgânicos e naturais, os desodorantes e os antitranspirantes aparentam ocupar grande espaço, pois essa categoria é enorme e é ampla sua exposição em qualquer loja de varejo de produtos de saúde, higiene e beleza.

Estes dois produtos relacionados – os antitranspirantes e os desodorantes – são gêmeos fraternos que disputam as axilas e as transformam em uma arena, na qual ambos aplicam os mesmos golpes. Essa rivalidade fraterna tem sido dominada, há décadas, pelos antitranspirantes, com seus crescentes apelos de eficácia na redução da sudorese e do odor.

Porém, ultimamente, a indústria tem visto a proliferação de lançamentos de desodorantes com apelo mercadológico de proteção natural. Os principais motivos dessa nova onda são, em primeiro lugar, a percepção de que o bloqueio das glândulas sudoríparas é antinatural e, em segundo, as preocupações alarmistas sobre a segurança do alumínio. Essas preocupações se fundamentam na errônea informação e suposição de que o alumínio traria toxicidade sistêmica ao ser aplicado topicamente.

Outro motivo é que, nos Estados Unidos, os claims de atividade antitranspirante são claims de medicamentos, e todos antitranspirantes aprovados são OTC (venda livre de receituário) baseados em sais de alumínio, tendo em vista que a indústria não encontra nenhum ativo antitranspirante natural. O principal ingrediente dos antitranspirantes é o sal potassium alum – com nome INCI Potassium aluminum sulfate denominação que praticamente nunca é usada nas embalagens, muito provavelmente para “esconder” esse sal da vista do público. Contudo, esse ingrediente foi considerado ineficaz como antitranspirante na monografia de OTC.

Do ponto de vista fisiológico, o bloqueio das glândulas sudoríparas écrinas na pequena área axilar afetaria minimamente sua função essencial de manter a temperatura corporal, em seu amplo sistema geral de resfriamento e aquecimento. Na publicação original de apresentação, feita pela Food and Drug Administration (FDA), do chamado Advance Notice of Proposed Rulemaking (ANPR), de outubro de 1978,1 o painel de especialistas declarou que “tem sido repetidamente demonstrado” que o bloqueio total da sudorese axilar não compromete o controle da temperatura corporal. Porém, o painel temia que a inibição total da transpiração do corpo pudesse “interferir no processo de regulação térmica” e, portanto, concluiu