Modelos Validados

Conclusão

 

Desde a década de 1990, diversos esforços vêm sendo impetrados por agências regulatórias e governos de diversos países, no sentido de promover o banimento dos ensaios em animais. Em 1993 foi criado o European Centre for the Validation of Alternative Methods (ECVAM), com a finalidade de promover a aceitação científica e regulatória dos métodos alternativos aos ensaios em animais.1 Nos Estados Unidos, o National Institute of Environmental Health Sciences (NIEHS) criou o Interagency Coordinating Committee on the Validation of Alternative Methods (ICCVAM), em 1997, também com a finalidade de desenvolver e validar novas metodologias e estabelecer os critérios e processos para a validação e a aceitação regulatória de métodos de ensaios toxicológicos.2

Em 2003, o parlamento europeu votou o banimento dos ensaios em animais para ingredientes e produtos cosméticos. A sétima emenda à diretiva cosmética (Diretiva 76/768/EEC), substituída pela atual regulamentação (EC 1223/2009), baniu os ensaios em animais na União Europeia a partir de março de 2009 e o comércio de produtos e ingredientes, testados em animais, para fora da Europa a partir dessa data. Posteriormente, uma extensão do prazo de banimento para 2013 foi aceita para que fossem realizados três ensaios em animais, referentes a aspectos toxicocinéticos, doses repetidas e efeitos reprodutivos, porque há maior dificuldade de substituir esses testes.

Após mais de uma década de investimentos e esforços, vários ensaios em animais, historicamente utilizados para testar ingredientes cosméticos, foram substituídos, e muitos dos ensaios alternativos para outros ingredientes foram reconhecidos e aprovados pelas autoridades regulatórias.

Não é adequado, portanto, dizer, com base em aspectos regulatórios, que alternativas não estão disponíveis. A aceitação regulatória é obviamente parte do cenário, contudo, o fato de ela não estar especificamente mencionada na regulamentação não significa que a alternativa não exista ou não seja aceita. A aprovação regulatória deveria seguir a validação científica, mas, infelizmente há atraso por causa da morosidade das agências e dos legisladores. Isso, porém, não justifica a permanência da execução de práticas cruéis, especialmente conduzidas por laboratórios e centros de pesquisa que nem