O que é feito dos orgânicos? A espera continua...
publicado em 01/04/2020
Erica Franquilino - Jornalista
O impasse
Longe da regulamentação
O que dizem empresas do segmento
Proteção ao Patrimônio Genético
Os cosméticos orgânicos continuam sem regulamentação no país. O tema é delicado e envolve vários agentes: certificadoras, empresas, entidades que representam o setor cosmético e órgãos governamentais, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que se mantém categórica ao afirmar que não existe essa categoria de produtos. O impasse criado para o setor, em função da exigência do selo do Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica (SisOrg) para produtos orgânicos, está a poucos meses de completar dois anos e pouco se fala a respeito dele. Os posicionamentos sobre o assunto primam pela cautela.
O Brasil tem grande potencial para a expansão do mercado de produtos orgânicos, graças a fatores como a riqueza de sua biodiversidade e sua vasta extensão territorial. Além disso, a população do país tem se voltado cada vez mais às questões relacionadas ao meio ambiente, o que inclui o consumo de produtos cuja produção seja ecologicamente amigável. Está crescendo, nesse contexto, a demanda por produtos orgânicos em setores como o de alimentos, o têxtil, o de bebidas e o de cosméticos.
O Brasil tem 4.955.472 hectares de produção orgânica, segundo o Censo Agropecuário de 2006, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A agricultura orgânica pressupõe a produção de alimentos sem agrotóxicos ou adubos químicos e com a utilização de técnicas de manejo que permitam a conservação do solo, minimizando interferências no ecossistema. Ela também consiste em menor emprego de energia elétrica e maior preservação de recursos não renováveis. De acordo com a pesquisa CNI/Ibope, “Retratos da sociedade brasileira: meio ambiente”, divulgada em maio deste ano, o percentual de entrevistados com alguma preocupação ambiental passou de 80% em setembro de 2010, para 94% em dezembro de 2011. Segundo o levantamento, 52% dos entrevistados se mostram dispostos a pagar mais por um produto cuja produção seja ambientalmente correta.
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