Tendências e Benchmarking no Setor Cosmético
publicado em 30/04/2020
Ivan Domicio da Silva Souza, Bárbara Juliana Pinheiro e Vania Passarini Takahashi
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto SP, Brasil
Este trabalho apresenta o uso da análise de patentes como uma ferramenta para o monitoramento tecnológico e o benchmarking no setor cosmético. A informação tecnológica contida nas patentes pode viabilizar a geração de inovação nas empresas, independentemente de realizarem P&D interno ou de seu porte, bem como antecipar tendências.
This paper presents the use of patent analysis as a tool for monitoring technological trends and benchmarking in the cosmetic industry. Technological information in patents may enable the generation of innovation in companies, independently of performing internal R&D or of their size, as well as anticipate trends.
Este trabajo presenta un análisis de la utilización de patentes como una herramienta para el monitoreo tecnológico y el benchmarking en la industria cosmética. La información tecnológica contenida en las patentes puede permitir la generación de innovación, independientemente de que la empresa haga I+D interna o su tamaño, y prever las tendencias.
Revisão da Literatura
Procedimentos Metodológicos
Resultados e Discussão
Conclusões
Segundo dados da mais recente Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2008,1 o setor de fabricação de produtos químicos (no qual se insere o setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos)2 investiu mais de R$ 4 bilhões em atividades inovadoras entre 2006 e 2008, sendo que pouco mais de R$ 1 bilhão foram direcionado a atividades internas de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Em um total de 3.064 empresas amostradas naquele setor, 58,2% implementaram inovações de produto ou processo no mercado durante o período analisado. Já entre as empresas que implementaram inovações, 38,5% investiram em atividades internas de P&D. Embora a Pintec não apresente dados exclusivos para o setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC), esses dados apontam que as atividades internas de P&D não são a estratégia preferencial para se inovar neste setor e são as que consomem mais recursos.
Já o relatório do panorama do setor de HPPC referente ao ano de 2010, divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), afirma que há no Brasil 1.659 empresas atuando neste setor, sendo que 20 dessas empresas são responsáveis por 73% do faturamento total.3 Portanto, percebe-se que a maioria das empresas no setor de HPPC brasileiro é de pequeno ou médio porte e, provavelmente, com estratégias de inovação alheias às atividades internas de P&D. Contudo, estudo realizado em função da iniciativa Pro Inno Europe, em 2007, mostrou que as atividades internas de P&D não aumentam significativamente a receita de uma empresa se esta for comparada a uma outra que não realize P&D interno.4 De fato, as empresas que não realizam P&D internamente podem recorrer a outros métodos de inovação, como: adoção de tecnologias externas, mudanças incrementais em produtos e processos, imitação e novas combinações de conhecimentos existentes.4 Uma das ferramentas que pode ser utilizada para subsidiar as ideias inovadoras sem realizar P&D é a análise de patentes, que pode ser útil tanto para identificar tendências como para imitar ou transformar as tecnologias de empresas concorrentes.
Considerando esse contexto, o objetivo deste trabalho é realizar um levantamento de patentes relacionadas a inovações em produtos cosméticos para os cuidados com a pele, concedidas pelo United States Patent and Trademark Office entre 2006 e 2010. Com isso, espera-se apresentar a análise de patentes como uma ferramenta para o monitoramento de tendências
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