Objetivos
Materiais e Métodos
Resultados
Discussão
Conclusões

 

Nos últimos anos, após o uso indiscriminado de medicamentos antimicrobianos pela população, houve um grande índice de micro-organismos que se tornaram resistentes à terapia convencional.1 Desse modo, como relatam Estanislau e colaboradores,2 os estudos sobre a atividade antimicrobiana de plantas representam um grande desafio para a descoberta e identificação de novos fármacos.

Nesse sentido, o uso de plantas medicinais sob formas de extratos, óleos e fitofármacos ganhou importância na terapêutica atual.3

O estudo sobre plantas aromáticas no Brasil é bastante extenso e o número de plantas conhecidas para a produção de óleos essenciais abrange desde plantas rasteiras, como a hortelã, até plantas de porte arbóreo, como o eucalipto.4

O eucalipto tornou-se uma das plantas mais cultivadas do mundo em razão de suas aplicações na indústria farmacêutica, na de perfumaria, na extração de madeira e na produção de papel. Diversas espécies dessa planta são utilizadas na medicina tradicional chinesa para várias situações médicas.5

O gênero Eucalyptus, pertencente à família Myrtaceae, tem como característica a presença de elementos voláteis em suas folhas.6 O eucalipto é uma das árvores mais altas conhecidas, podendo atingir 100 metros de altura e 8 metros de diâmetro na base, originária da Tasmânia e da Austrália, sendo hoje muito cultivada nas regiões temperadas.7

A Farmacopeia Brasileira8 estabelece o eucalipto como uma droga vegetal constituída pelas folhas, contendo no mínimo 0,8% de óleo essencial, e este é formado por pelo menos 70% de 1,8-cineol. Segundo Brito e Vitti,4 o óleo essencial de eucalipto que atende a essas exigências é classificado como óleo medicinal, destinado à fabricação de produtos farmacêuticos, como inalantes, estimulantes de secreção nasal e produtos de higiene bucal, ou simplesmente é usado como flavorizante em medicamentos. A principal espécie produtora desse tipo de óleo no Brasil é o Eucalyptus globulus.

Em estudo, Estanislau e colaboradores2 observaram que várias espécies de eucalipto revelaram ter atividade antibacteriana contra organismos, como Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Salmonella choleraeseus.

Por tratar-se de uma mistura complexa constituída por muitos componentes, os óleos essenciais apresentam um mecanismo de ação que não está totalmente elucidado, mas há alguns mecanismos sugeridos, como desnaturação proteica, inibição enzimática e desintegração da membrana. É possível que haja uma interação entre as substâncias constituintes do óleo, ocasionando sinergismo ou antagonismo, ou ambos.9

Estudos recentes também apontam o óleo essencial de Melaleuca alternifólia como alternativa de agente antimicrobiano no desenvolvimento de novas fórmulas farmacêuticas.10 O gênero Melaleuca compreende mais de 250 espécies. A espécie Melaleuca alternifolia Cheel (Myrtaceae), conhecida popularmente como “tea tree”, é uma árvore pequena de até 5 metros, de casca fina semelhante a folhas de papel, que tem folhas afiliadas de aproximadamente 20 milímetros de comprimento e floresce no verão. É nativa da Austrália e cresce em regiões pantanosas ou próximas a rios.11

O óleo de melaleuca é um óleo essencial volátil obtido por destilação por arraste a vapor ou por hidrodestilação das folhas da espécie Melaleuca alternifolia, de grande importância medicinal. É uma mistura complexa de monoterpenos e sesquiterpenos e álcoois terpênicos com mais de 100 componentes químicos isolados. Quatorze componentes são certificados por meio de cromatografia gasosa e compõem mais de 90% do material.12

Segundo Andrade e outros,13 esse óleo essencial tem comprovada ação antimicrobiana contra bactérias e bolores