Pele 3D
publicado em 04/04/2020
Erica Franquilino - Jornalista
Pele 3D
Maior assertividade, redução de testes clínicos em humanos e a possibilidade de testar várias formulações – para identificar as mais seguras e eficazes – estão entre as vantagens apresentadas pela pele reconstruída em laboratório, também chamada de 3D ou equivalente.
Nos últimos anos, empresas e universidades vêm se dedicando ao desenvolvimento da tecnologia para a produção desses materiais no país. Em 2019, entrará em vigor uma resolução do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que obriga fabricantes de cosméticos a adotarem métodos alternativos – validados e internacionalmente aceitos – ao uso de animais em testes para a criação de produtos.
Em setembro de 2014, o Conselho listou 17 métodos alternativos para reduzir, substituir ou refinar o uso de animais em atividades de pesquisa, sendo dois deles a utilização de epiderme humana equivalente. A partir da publicação da lista no Diário Oficial da União, foi estabelecido o prazo de cinco anos para a substituição obrigatória do método original pelo alternativo. Logo, as empresas terão até setembro de 2019 para abolir totalmente os testes em animais, cujos métodos alternativos já foram reconhecidos.
A pele 3D é desenvolvida a partir de células humanas e tem morfologia e fisiologia similares ao tecido humano. Além dos testes para cosméticos e produtos de higiene pessoal, esse tipo de material é um meio para a validação de novos medicamentos e para estudos sobre o mecanismo de ação de determinadas doenças, como o câncer de pele. A pele reconstruída também pode ser um recurso importante no tratamento de queimaduras e de algumas doenças dermatológicas. São muitas as possibilidades, razão pela qual, em várias partes do mundo, institutos de pesquisa vêm se dedicando ao estudo e desenvolvimento desse tipo de material.
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