Microbioma Cutâneo
publicado em 07/12/2020
Erica Franquilino - Jornalista
Conceitos relacionados à imunidade e ao fortalecimento de defesas despertam o interesse dos consumidores, na busca crescente por produtos que aliem proteção e saúde. Cosméticos voltados à regulação do microbioma cutâneo são destaques nesse panorama, por entregarem benefícios a todos os tipos de pele, sobretudo as sensíveis e as que apresentam quadros inflamatórios.
“Existem várias tendências associadas ao microbioma cutâneo. A primeira delas é o aumento dos claims ‘microbioma friendly’. Veremos isso em nível tecnológico nos ingredientes, pois existe a preocupação de desenvolver produtos que não afetem o microbioma. Temos novos emolientes, emulsificantes, surfactantes e outros produtos com essa alegação”, diz John Jimenez, pesquisador sênior da Belcorp e autor da coluna Tendências na revista Cosmetics & Toiletries Brasil.
O microbioma (ou microbiota) é o conjunto de microrganismos – como bactérias, leveduras, vírus e fungos – presentes no corpo humano, em regiões como narinas, boca, genitais, pele e, principalmente, no intestino. Juntos, esses microrganismos têm papel importante em funções como a digestão de alimentos, a metabolização de medicamentos e a modulação do sistema imunológico. Existem cerca de dez células bacterianas para cada célula humana (veja mais no boxe da pág. 11).
“Quando temos uma variedade de microrganismos devidamente equilibrados, temos pele e cabelos saudáveis e maior imunidade às agressões dos meios externo e interno. A pele tem em média 1,8 m2 de área, um valor clássico informado em artigos. No entanto, se considerarmos as invaginações, como os folículos, teríamos a incrível área de 25 m2 de pele. Imagine o quão importante é conhecer e preservar a saúde da microbiota”, ressalta o farmacêutico-bioquímico Alberto Keidi, Conselheiro da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC).
Jimenez aponta que o exposoma (conjunto de todos os fatores externos que afetam a saúde da pele) é um conceito-chave na atualidade, assim como a abordagem do microbioma cutâneo com base nas diferentes idades e fases da vida. “Há estudos interessantes que mostram como a idade de uma pessoa pode ser estimada pela análise do microbioma da pele”, afirma.
Outras pesquisas têm foco na ativação que certos ativos cosméticos alcançam nas proteínas antivirais da pele. “À medida que envelhecemos, a pele perde a capacidade de responder aos vírus: é a imunossenescência. Portanto, o próximo passo em skin care é mitigar os efeitos do envelhecimento na capacidade da pele de responder aos vírus”, acrescenta.
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