Adaptações do Ácido Esteárico  

Comportamento sensorial  

Betaína: Equilíbrio, Tamponamento e Outros Efeitos  

Dióxido de Titânio, o Camaleão  

“Xantan-tástica” Dinâmica   

Forças da Fragrância    

Conclusão  

 

Na mitologia grega, Proteus é o deus da “indefinível mutação dos mares”, o que sugere a característica constantemente mutante das águas do mar. Na verdade, diziam que o deus mudava de forma para evitar perguntas, as quais ele só respondia se fossem feitas por pessoas capazes de reconhecê-lo. Foi essa característica que originou o adjetivo “proteano”, que significa versátil, mutante e capaz de assumir muitas formas.1 Esse adjetivo congrega as conotações positivas de flexibilidade, versatilidade e adaptabilidade.

O termo “proteano” também se aplica a ingredientes cosméticos que apresentam comportamento adaptável e desempenham diferentes papéis em fórmulas, conforme a temperatura, o pH, a concentração etc.

É comum o uso de um mesmo ingrediente para atender a diversas exigências de uma formulação. Algumas dessas notáveis estrelas do universo das matérias-primas cosméticas apresentam um incrível número de comportamentos multitarefas. Este artigo traz alguns exemplos dessas matérias-primas.

 

Adaptações do Ácido Esteárico

 

Uma das bases das formulações cosméticas é o ácido esteárico. Essa molécula, como um componente das gorduras animais, possibilitou o desenvolvimento do primeiro tensoativo, um sabão, que continua sendo usado até os dias de hoje. Na Pré-história, gotas de gordura animal, produzidas quando a carne do animal estava sendo assada sobre a fogueira, entravam em contato com cinzas quentes e alcalinas.2 Sob essa alta temperatura, essas gotas formavam sabão a partir de sais de potássio dos ácidos graxos superiores, como o ácido esteárico. O ser humano primitivo logo percebeu as propriedades de formação de espuma e de limpeza desse composto.