Cuidar da intimidade
publicado em 20/10/2021 por Wagner Menddes Vasconcelos
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“Intimidade é fato, não dá pra fingir”
Trecho de “Intimidade”, música de Zélia Duncan e Christiaan Oyens
Quando o Cosmetoguia me sugeriu a pauta da presente matéria – higiene íntima – a primeira coisa que me veio à cabeça foi nossa atual situação pandêmica. Nesses tempos de tantas limitações, inseguranças e medos, olhar para nosso íntimo mostrou-se o caminho mais seguro em direção à sanidade...não é mesmo? E a higiene íntima, seja ela de ordem mental, emocional ou física, é um natural desdobramento do exercício diário de autointimidade.
Abordamos alguns aspectos da delicada higiene que nosso corpo necessita e merece. No afã de obter informações básicas sobre o tema, conversei com Wladimir Queiroz, médico infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.
Primeiro é importante frisar que todos, mulheres e homens, precisam ter seus genitais muito bem lavados com sabonete, ao menos uma vez ao dia, e isso inclui fazer, com esmero, a assepsia das partes menos visíveis. No caso dos homens, para os que não fizeram a cirurgia de postectomia, o cuidado maior é com o prepúcio, pele retrátil que encobre a cabeça do pênis, que pode acumular secreções e detritos. Uma outra dica importante é higienizar o pênis depois das relações sexuais. No caso de uso do preservativo, retirar toda a substância lubrificante que acompanha o látex, mas se a relação prescindiu de preservativo é importante remover as secreções que podem ter se acumulado durante o ato.
Na genitália feminina a atenção pode se concentrar entre os grandes e os pequenos lábios e entre estes e o clitóris. Queiroz adverte que a higiene deve ser feita na vulva, parte externa do genital feminino e não na vagina, que é o canal que conduz ao útero. É comum as mulheres fazerem duchas ou lavarem o canal interno com substâncias tensoativas, o que pode alterar a flora natural da vagina e desequilibrar o nível de acidez adequado à sua proteção, acarretando o crescimento de protozoários e fungos, que podem causar corrimento. Absorventes diários também não são recomendados - o mais adequado é usá-los por, no máximo, quatro horas - assim como calcinhas não arejadas e de tecidos sintéticos.
Segundo Gabriela Guerra de Alvarenga Andrade, pós-graduada em Cosmetologia e Coordenadora de Qualidade da Paresí Nature, a própria anatomia da região íntima feminina, com uma maior proximidade entre a região vaginal e anal, já contribui para o aumento do risco de infecções ginecológicas. “O desequilíbrio da flora bacteriana da vagina ocorre devido aos fatores hormonais, número de parceiros, uso de contraceptivos orais, uso de antibióticos, IST (infecções sexualmente transmissíveis), diabetes, uso de preservativos, fumo e maus hábitos de higiene. Outro fator que contribui para o aumento do risco de infecções é a oclusão pelo uso de roupas justas, uso de produtos de higiene com pH inadequado e com alta perfumação, além da própria menstruação que altera o equilíbrio da região e agride a barreira da pele, ocasionando aumento do risco de infecções bacterianas e fúngicas, dermatites e alergias. Também contribui para o aumento das infecções ginecológicas o dia a dia atribulado e a impossibilidade de uma higiene adequada fora de casa”, argumenta.
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