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Um grave problema de saúde pública está ligado à dificuldade da sociedade em aceitar os mais diversos tipos de cabelos existentes. Após sofrerem discriminação e bullying, pessoas de todas as idades – especialmente meninas e mulheres – passam por tratamentos químicos severos, muitas vezes em suas próprias casas, que podem levar a queimaduras no couro cabeludo, face, olhos e tronco; dermatites; alergias de pele e respiratórias, perda dos cabelos e outras complicações de saúde.

A câmara dos deputados dos Estados Unidos aprovou, neste último final de semana, legislação que visa findar a discriminação contra o cabelo natural, especialmente nos ambientes escolares e de trabalho. Enviado ao Senado, o texto foi considerado de urgência pelo presidente estadunidense, Joe Biden, já que a população negra daquele país relata que muitas vezes é tratada injustamente no trabalho e nas escolas por causa de seus cabelos naturais, pelo uso de tranças ou pela adoção de outros estilos.

Aqui no Brasil, não há lei que vise ao chamamento da atenção pública sobre essa questão. Mas, todos os dias, em consultório, médicos recebem pacientes doentes pelo excesso de procedimentos químicos realizados nos cabelos – e isso inclui muitas crianças. Eu mesmo atendo de duas a três crianças por dia com esse problema – o número é grande e assustador!