Medicamento, de uso exclusivo para tratamento de hipertensão arterial sistêmica, não aprovado pela Anvisa ou FDA para tratamento da calvície, pode causar danos à saúde do paciente se utilizado para tratamento de calvície, levando até à morte

 

Recentemente, o jornal New York Times publicou um artigo informando possíveis benefícios do tratamento da alopecia – perda dos cabelos – com o medicamento Loniten, cujo princípio ativo é o minoxidil, apresentado na forma oral (comprimidos), mesmo sendo contraindicado pela FDA, a agência americana reguladora estadunidense. No Brasil, o medicamento também já está em uso, sendo livremente receitado, mesmo sendo contraindicado para tratamento da queda de cabelos pela Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

O médico e tricologista Luciano Barsanti, presidente da Sociedade Brasileira de Tricologia (SBTri) e Diretor Médico do Instituto do Cabelo, vem a público esclarecer o perigo desta prática entre médicos e pacientes. “O Loniten é um anti-hipertensivo muito potente, com indicações específicas. Como médico e tricologista, eu o contraindico, de forma absoluta”, diz.

A Sociedade Brasileira de Tricologia – SBTri, também se posiciona contra o medicamento para uso no tratamento da calvície. Diz a entidade, oficialmente:

“A Sociedade Brasileira de Tricologia – SBTri vem a público esclarecer que desaconselha o uso do medicamento Loniten (minoxidil) comprimidos para tratamento de alopecia (androgenetica ou areata).
A bula do medicamento Loniten (minoxidil) comprimidos é clara ao especificar que se trata de um medicamento indicado para o tratamento da hipertensão arterial (pressão alta) e que “há muitas pessoas com pressão alta, mas muitas delas não necessitam de Loniten. Este produto é usado somente em casos de hipertensão grave diagnosticada pelo seu médico, quando a doença causa danos a órgão vitais ou quando outros medicamentos não são suficientemente eficazes ou produzem muitos efeitos colaterais”.

A SBTri aconselha que portadores da alopecia procurem médicos e tricologistas que utilizem métodos não-invasivos para o tratamento da alopecia, com a adoção de equipamentos para eletroestimulação do bulbo do cabelo e desobstrução do óstio (orifício) capilar, laser de baixo comprimento de onda para a recuperação capilar e outras terapias comprovadamente eficazes na recuperação capilar.”