Fragrâncias
publicado em 01/04/2020
Kátia Neves - Jornalista
Compatibilidade técnica x importância sensorial
Como escolher a fragrância certa
Fisgado pelo nariz
Quantas vezes você já abriu e cheirou um produto antes de fazer sua escolha? Não é pecado admitir que, até mesmo diante de um creme antirrugas, cujo apelo de venda é a eficácia, a vontade de sentir seu perfume é inevitável. “Porque o olfato é o terceiro sentido que mais influencia as pessoas na hora de fazerem uma compra, depois da visão e da audição”, explica Julio Yoon, CEO da Biomist (São Paulo SP), empresa de marketing olfativo voltado para a aromatização de ambientes. Para ele, a ideia do marketing olfativo é reter, na memória dos consumidores, uma determinada fragrância que esteja associada a um lugar, uma ocasião ou um produto. “Essa assinatura olfativa irá criar um ‘link’ entre a fragrância utilizada e o cliente final. É uma ferramenta fantástica e que traz inúmeras possibilidades. Atualmente, diversas empresas e grandes marcas do mercado têm utilizado essa ferramenta com diversas finalidades, seja a de aumentar seu vínculo com o cliente final, como a de endomarketing, a de alavancar a venda de um produto, por exemplo, um determinado chocolate, ou a de lançar uma nova linha de perfumes ou cosméticos, pois o cliente poderá sentir o cheiro do novo produto”, diz Yoon.
A técnica de marketing olfativo existe no Japão e nos Estados Unidos há mais de 15 anos, porém o efeito das fragrâncias nos seres humanos vem sendo discutido desde a década de 70, nas casas de perfumaria.
Nos Estados Unidos, uma das primeiras empresas a adotar o marketing olfativo foi a Disney, que introduziu cheiro de pólvora e de borracha queimada nas salas de cinema, para dar “um ar de realismo” aos filmes de ação, e impregnou as ruas e os parques com cheiro de pipoca, para despertar o apetite dos seus visitantes.
Para Marianna Bacchi, gerente-regional de Marketing de Produtos de Consumo da Givaudan (São Paulo SP), o marketing olfativo pode ser entendido como uma resposta ou solução para a comunicação do século 21. “Trata-se de uma técnica ou ferramenta baseada na linguagem primitiva do instinto e da emoção. Fragrâncias e perfumes têm sido usados por milhares de anos e transmitem mensagens de beleza (perfumes e cremes), limpeza (sabonetes e produtos para limpar a casa), funcionalidade (detergentes em pó, por exemplo). Esses cheiros têm o poder de desencadear efeitos mentais e psicológicos, e oferecem um caminho seguro para o desenvolvimento de novos produtos, espaços e tecnologias”, conta a executiva.
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